quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

DEPÓSITO LEGAL NA BN


FOLHAS VOLANTES (Diário do Nordeste)

Com um acervo de menos de 2 mil exemplares de literatura de cordel, a Biblioteca Nacional faz campanha para divulgar aos cordelistas a Lei do Depósito Legal, que obriga a doação de toda publicação em território nacional ao acervo da entidade, com o objetivo de perpetuar o escrito.


A Universidade do Novo México possui um acervo de 4,6 mil exemplares do folheto que é a expressão mais tradicional da literatura popular do nordeste brasileiro: o cordel. A Biblioteca do Congresso Nacional dos Estados Unidos, em Washington, um número ainda mais robusto, com cerca de 9 mil títulos. No Brasil, uma surpresa ruim: a coleção da instituição que deveria traçar um panorama fiel de tudo que é produzido em território nacional, a Biblioteca Nacional (BN), resguarda um pífio acervo - conta com menos de 2 mil publicações.

Na tentativa de sanar essa alarmante deficiência, a entidade dá início à uma campanha de divulgação da lei que torna obrigatório aos autores a doação ao seu acervo de pelo menos um exemplar de cada obra publicada no País. Regulamentado sob as leis federais número 10.994 e 12.192, o chamado Depósito Legal prevê a doação de livros, jornais, discos, DVDs musicais e até catálogos de exposições e livros virtuais (e-books).

"A lei institui uma multa, mas a gente tem uma política de bom relacionamento com editores e autores", alerta a chefe da Divisão de Depósito Legal da Biblioteca Nacional, Daniele del Giudice. E dentro deste contexto, está também o cordel, muito embora nem autores, nem editores costumem saber disso.

Como o acervo que depende destas doações, a Biblioteca acaba não conseguindo cumprir o seu papel de guardiã desta produção. "A literatura de cordel está parada (no setor de Depósito Legal da biblioteca). Esse mês de outubro, nós recebemos apenas oito exemplares do Brasil inteiro", atesta.

Ela explica que a postura da entidade é de buscar conscientizar os autores da importância dessa doação. "Por isso, a grande divulgação que queremos fazer no Norte e Nordeste, que é onde estão a maioria dos produtores", justifica. A ideia é divulgar a lei e sua abrangência ao cordel por meio da imprensa preparando terreno para, em 2012, uma comissão da entidade correr feiras e bienais com material informativo.






Acervos particulares *
Os dados sobre os acervos citados no início da matéria foram retirados de um levantamento feito pela Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), localizada no Rio de Janeiro. O presidente da entidade, Gonçalo Ferreira da Silva, considera difícil mobilizar autores de cordel a enviar cópias de suas publicações à Biblioteca. "Os 40 cordelistas membros da ABLC encaminham para a academia suas publicações e, normalmente, 10 exemplares de cada. A gente re-encaminha para a Biblioteca Nacional. Mas fora do colegiado, não temos esse controle", diz. "Você é um poeta que mora nos cafundó do sertão, você vai estar preocupado com Biblioteca Nacional? Você está preocupado em ler o folheto para os amigos na feira", argumenta.

Ele estima que no Brasil existam 40 mil títulos de cordéis entre acervos particulares e de entidades, um dos maiores pertencente à própria ABLC, com 13 mil títulos, seguida da Fundação Casa de Rui Barbosa (RJ), 9 mil; Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (RJ); 8,9 mil; e a Fundação Joaquim Nabuco, com 7.3 mil.
Investimento
Editor e autor de literatura de cordel, o cearense Klévisson Viana, considera importante este tipo de ação vinda da BN. "Nunca tivemos a preocupação de mandar nosso material. E o nosso catálogo gira em torno de 300 obras. Toda semana a gente publica três ou quatro títulos", diz. Para ele, no entanto, é preciso mais empenho por parte da BN e sugere que a entidade abra vias de debate com os cordelistas para explicar a lei e a importância da catalogação. "Acho que os autores não se sentem motivados em mandar porque ninguém vive de vaidade. É importantíssimo que essa obra esteja catalogada, mas porque não levantar o que existe de produção e comprar? Eu não teria problema de doar um exemplar, mas sei de muitos poetas que vivem em situação difícil e, pra eles, isso é irrelevante", aponta.

Klévisson cita ações de várias entidades no sentido de criar acervos, como o das universidades de Osaka, no Japão, que constantemente adquire novas publicações, e Havard, nos EUA, que enviou recentemente duas bibliotecárias para pesquisar e comprar acervos. O Centro Cultural Banco do Nordeste montou também recentemente quatro acervos para disponibilizar ao público em suas sedes de Fortaleza, Crato, Souza (PB) e outra no novo centro que funcionará em Teresina (PI).

"A fundação Biblioteca Nacional está querendo correr atrás do lucro, porque ninguém corre atrás do prejuízo. Pode ser que eu esteja equivocado, que a minha visão seja miúda, tacanha. Talvez seja necessário que isso seja melhor divulgado e esclarecido", conclui o artista.
Fique por dentro Depósito Legal
O Depósito Legal é regulamentado pelas leis N. 10.994, de 2004 e 12.192, de 2010, obrigando remessa à Biblioteca Nacional de um exemplar de todas as publicações produzidas em território nacional. As obras passam a integrar a Coleção Memória Nacional, tendo, assim, asseguradas sua guarda e difusão. Além de livros e folhetos de cordéis, estão inclusos os discos e DVDs de apresentações musicais. Entre as publicações que estão isentas da obrigação estão monografias e teses universitárias, material publicitário, calendários, agendas, etc. Ao publicar uma obra, o autor deve:

- Reservar no mínimo um exemplar para o acervo da Biblioteca Nacional

- Enviá-lo acompanhado de uma carta de apresentação para Av. Rio Branco, n. 219/ 3.andar -
Centro, Rio de Janeiro, RJ. CEP: 20040.008
Mais informações: (21) 2220-1892 ou
ddl@bn.br

FÁBIO MARQUES - Repórter

Fonte: CADERNO 3 - Diario do Nordeste, edição de 14/11/2011


* O acervo da Biblioteca Cancão de Fogo (coleção particular de Arievaldo Viana) possui mais de 5 mil títulos, inclusive raridades das décadas de 1930 a 1960. Parte deste acervo pertenceu ao saudoso pesquisador Ribamar Lopes.  

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14 comentários:

  1. Decepcionante essa relação da Biblioteca Nacional com a Literatura de Cordel, com um acervo inferior a de colecionadores particulares. E se não for adotada uma política itinerante de coleta de folhetos pela BN, não vai mudar muita coisa tão cedo. Poucos autores, creio, terão o trabalho de envelopar seus folhetos e postar para a BN.

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  2. Na década de 1950 os poetas Manoel Camilo dos Santos e Manoel D'Almeida Filho, por iniciativa própria, começaram a enviar seus folhetos para Biblioteca Nacional. Segundo o pesquisador Aderaldo Luciano esses folhetos estão disponíveis na seção de MÚSICA!!? O primeiro passo que a BN deve adotar, após essa campanha, é criar uma seção específica para LITERATURA DE CORDEL ou, pelo menos, catalogar o cordel como POESIA BRASILEIRA, afinal de contas o cordel é um gênero literário.
    Para dar o bom exemplo, enviei hoje pelo correio um pacote contendo mais de 60 folhetos de minha autoria, alguns de Leandro, e alguns que fiz em parceria com Pedro Paulo Paulino.
    Espero que a BN adote uma política mais séria em relação ao cordel... o saudoso pesquisador holandês Joseph Luyten possuia um dos maiores acervos do mundo, talvez o maior, com mais de 20 mil títulos. Após a sua morte,creio que este acervo particular continua no poder de sua viúva, dra. Sonia Luyten. A matéria esqueceu de citar também o acervo da Biblioteca Átila de Almeida, em Campina Grande, que possui mais de 15 mil títulos. Cerca de mil títulos desse acervo foram vendidos por mim, atendendo solicitação do pro-reitor Rangel Júnior. A melhor maneira de montar um acervo respeitável é comprando coleções particulares.

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  3. O fato de a Biblioteca Nacional solicitar aos autores de cordel que enviem seus trabalhos pode até ser louvável, mas há muito mais do que isso. O cordel existe há mais de cem anos e sempre que puderam os poetas e as editoras registraram seus textos na Biblioteca, mas a Biblioteca não sabe o que fazer com eles e sequer se preocupou em aprender o que é cordel. Os textos de cordel são colocados no setor de música, mas só os folhetos. Por ignorância dos que lá labutam, cordel é apenas e tão somente o velho e sofrido folheto. Não é poesia, por isso não está catalogado entre os textos poéticos. Não é poesia brasileira, pois está diluído nos textos de folclore. Pede-se à BN muito mais do que uma campanha externa, mas a capacitação de seu corpo de bibliotecários, assistentes e até seu presidente, subindo ao gabinete da ministra, para que procurem de verdade conhecer o cordel, entender seu mecanismo, estudar seu percurso histórico, respeitá-lo. Os poetas produzem seus textos desde 1889, a BN agora quer indexá-los. Desça a BN a sentar-se no banco da escola do cordel para saber de sua poética fixa e rígida, de sua autonomia quanto à xilogravura, de sua liberdade frente ao suporte físico no qual vem impresso.

    Por outro lado, o texto da campanha é sofrível e preconceituoso, pois está alinhado com a velha máxima de que cordelista é analfabeto. A BN não sabe que o pai do poema matuto é um letrado chamado Catulo da Paixão Cearense, tampouco está a par da produção cordelística brasileira. Parece que conhece apenas a ABLC, que, mesmo com toda boa vontade, não representa os poetas do Brasil.

    Ficam perguntas: para onde irão os textos catalogados na BN? Para o Setor de Música? Para a prateleira do Folclore? Da Poesia "Popular"? Será Poesia Brasileira? Literatura Brasileira Contemporânea?

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  4. Acho louvável e fundamental que a Biblioteca Nacional tenha despertado seus interesses para a literatura de cordel, mas penso que antes de captar, necessita verificar quais as instituições que, hoje, representam a memória da literatura de cordel e, sei estão dispostos a isto, inclusive com a preocupação de não duplicar acervos e técnicas de disponibilização. A Biblioteca Amadeu Amaral/CNFCP/MinC, que detem quase 10 mil títulos catalogados e em Base de Dados, atualmente 9.993, dos quais 5.534 encontram-se digitalização, com início em 2000 (vetado todo e qualquer tipo de copiagem, e feito numa altura que não compromete a vendo do poeta), com softwear de indexação para busca por palavra, técnica que não vale à pena repetir, mas congregar para minimização dos custos. Disto a BN está ciente e contatou a Amadeu Amaral e sua Cordelteca - Memória da literatura de cordel, cujas captações foram realizadas a partir de troca com os poetas, doações de colecionadores (Bráulio Nascimento doou toda a sua coleção; e, aquisições (foram adquiridos de Manuel Diégues Júnior, mais de 3 mil títulos); E, de pesquisadores do Centro e suas viagens de campo pelo Departamento de Pesquisa, que atua em 65 pólos de comunidades na área do artesanato.
    Não devemos nos isolar, mas congregar...
    Não sei se expressei bem me pensamento, mas, somar, nunca é demais...
    Obrigada por poder postar aqui meu comentário
    Abraços,
    Rosário Pinto
    Responsável pela Cordelteca - Memória da literatura de cordel, da Biblioteca Amadeu Amaral/CNFCP e co-responsável, com Fernando Assumpção pelo projeto de Higienização e Catalogação do acervo da ABLC. Este acervo encontra-se disponível para pesquisa em Base de Dados BIBLIVRE, no espaço de pesquisa da instituição.
    Penso que todas as atuações são válidas, desde que sejam para agregar, unir forças e somar conhecimentos.

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  5. Por e-mail, o poeta MOREIRA DE ACOPIARA me enviou o seguinte comentário e pediu-me que postasse aqui no blog:

    "Aderaldo querido, concordo em parte com o que você diz (ou escreve), mas acho também que não é bom ficar o tempo todo botando defeito no trabalho dos outros. Seria bom se valorizássemos o que tem rolado de positivo nisso tudo. Estive recentemente com o meu conterrâneo Fabiano Piúba, em Brasília, e ele se mostrou desapontado com o pessoal do cordel, justamente por causa das inúmeras manifestações negativas, ataques e tudo o mais, porque todos queriam urgência na liberação dos recursos do edital etc. É fácil criticar o trabalho dos outros. Tem sido difícil contemplar um gesto de humildade e gratidão pelos esforços dispensados em prol de alguma iniciativa. Ora, vá para o lado de lá pra você enxergar as dificuldades, as limitações! A Biblioteca Nacional está se movimentando, olhando para o cordel, assim como o pessoal do samba, e isso, a meu v er, é bom. A TV Globo passou meses exibindo o nome cordel todas as noites em sua telinha, e isso também foi muito bom. Imagine se nada disso tivesse acontecido, ou não estivesse acontecendo. Não estamos no ostracismo por causa de iniciativas como essas, que, embora não sendo perfeitas, contribuem para a disseminação do cordel. Estudos acadêmicos são outros quinhentos. A ABLC também tem muitos defeitos, mas, no geral, faz um bom trabalho. Defeitos e qualidades também têm a Academia dos Cordelistas do Crato, a A Estrofe, a Academia Cearense de Cordel, a Caravana do Cordel, o pessoal de Mossoró, de Pernambuco e todos nós. Se nos empenharmos somente no sentido de desqualificar o que os outros estão fazendo, nossa contribuição será pífia. Ah, e o cidadão da ABLC que disse que o cordel já era declamado na Mesopotâmia, realmente se enganou. O cordel é tradição oral e vem de muito antes. Acredito que ainda no tempo das cavernas já havia poetas que produziam seus versos e os declamavam para suas amadas ao redor de uma fogueira, na sombra de uma árvore ou na beirada de um rio."

    Moreira de Acopiara

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  6. Concordo com a Rosário e o Moreira... devemos congregar! Mas também temos a missão de não deixar o cordel ser desvirtuado e interpretado de forma errônea pelos meios acadêmicos. Nossa missão é muito importante. A nossa geração está tendo a oportunidade de corrigir um erro secular, o desprezo das elites culturais pela poesia popular nordestina.

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  7. A observação feita por Moreira, ao se referir a mim, deixa a impressão de que estou me posicionando contra a BN ou qualquer outra iniciativa congregadora. E que vivo a "colocar defeito no trabalho dos outros". Apenas chamo a atenção para o tratamento dado ao cordel dentro da própria BN. Acredito que é necessário conhecer o cordel e estudá-lo antes de qualquer tipo de iniciativa. As perguntas que fiz são para uma tomada de providência no sentido de devolver ao cordel aquilo que lhe foi sequestrado: o seu caráter formador da Literatura Brasileira. O cordel não é considerado poesia pela Biblioteca Nacional, tanto que os poucos cordéis depositados lá estão no Setor de Música ou misturados no pacote do Folclore. Se eu não considerar poetas o próprio Moreira de Acopiara e os que aqui comentaram, como posso acreditar que houve uma mudança de paradigma naqueles que fazem a BN? Os meus questionamentos são válidos no sentido de alertar para o fato de que os poetas do cordel sempre foram vistos e apontados como espécimens folclóricos, que não se devem misturar com os deuses da literatura nacional. Um erro que a BN poderia ajudar a corrigir. Nos e-mails que correram depois desse post, propus a criação de um fórum nacional sobre o cordel incluindo a BN, para se discutir esse tipo de atitude. Agora, respondendo diretamente ao poeta Moreira, de quem sou amigo e admirador, deixo registrado o e-mail que postei para ele em particular, já que ele pediu ao Arievaldo para postar aqui uma resposta a mim: "Querido Moreira, não estou colocando defeito no trabalho de ninguém. Sou um crítico e não um bajulador. Sinto-me bem do lado de cá e todas as vezes na qual ache que devo opinar, opinarei. Se ferir alguém, serei o primeiro a pedir desculpas. Se estiver errado, reconhecerei meu erro. Se mudar de ideia, serei claro em dizer o porquê. Não preciso temer queimar-me pois quem está em cargo público-político corre mais risco do que eu. Não passo a mão na cabeça da ABLC, tem muita gente para fazê-lo. Não sou um diplomata obsessivo,até no Carnaval não uso máscara. Prezo pela amizade, por isso escuto você, medito no que você diz, mas tenho autonomia para ignorar. Quanto à Biblioteca Nacional tem que fazer seu trabalho, todos lá recebem meu dinheiro para isso, do presidente às atendentes. O Fabiano Piúba é um homem público não tem que ficar se maldizendo pelos cantos. Se o fez com você, pior ainda, pois dirigiu-se a um poeta, demonstrando uma falta de ética imperdoável."

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  8. Em entrevista recente, concedida ao blog "CORDEL ATEMPORAL", do poeta Marco Haurélio, eu falo do papel da nova geração de poetas (cordelistas) diante desse equivoco secular. Nossa missão é mostrar que o cordel NÃO é uma poesia menor ou mero elemento folclórico:

    "De Leandro Gomes de Barros para cá já tivemos pelo menos umas cinco gerações de poetas. Primeiro foi a de Leandro, Athayde, João Melchíades e Chagas Batista. Depois vieram José Pacheco, Milanês, José Camelo e Manoel Camilo dos Santos. Manoel Pereira Sobrinho, Antonio Teodoro e Expedito Sebastião eram da terceira. Essa geração de Azulão, Lucas Evangelista e Costa Leite é a quarta e muitos remanescentes ainda estão vivos e produzindo. A nossa geração, que eu considero a quinta, tem um grande diferencial. Bebemos na fonte da tradição mas tivemos a ousadia de procurar entender todos os processos relacionados com o cordel, inclusive a pesquisa e a crítica literária. Tivemos a coragem de buscar novos formatos, sem perder a essência, sem descaracterizar as regras básicas do cordel. Tivemos peito para confrontar opiniões e até mesmo fazer revisões no estudo acadêmico do cordel. Aquela imagem do poeta de cordel com uma cabaça nas costas e uma chinela “currulepe” nos pés está desaparecendo."

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  9. Aliás, essa imagem "da cabaça e do currulepe" só existe na cabeça de alguns intelectuais porque desde os tempos de Leandro e Athayde (que viveram e trabalharam no Recife) os poetas aparecem usando trajes urbanos e perfeitamente condizentes com a moda de sua época.

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  10. Prezados,
    tive, em 2008, a ousadia de providenciar, para um livreto de cordel no formato tradicional, código de barras ISBN (padrão internacional), ficha catalográfica e - logicamente, como encoraja-nos a a lei, o depósito na Biblioteca Nacional. Assim procedi porque prezo a produção da literatura de cordel de que sou admirador e praticante. Quando, no início deste ano de 2011, quis verificar em que estante ficaram os exemplares à disposição do público frequentador da Biblioteca, tive uma surpresa desagradável. Apesar de o sistema informatizado daquela fundação indicar determinado local naquele antigo e belo prédio do MEC, lá não se encontrava. Procurei explicação, e a resposta inicial era que, sim, tinha que estar na estante indicada. Depois, verificado o sumiço, criou-se nova explicação: que estaria num outro local, para classsificação. "Como assim? O sistema da própria biblioteca já indica a classificação, e não está na estante indicada?". A resposta era que estaria em outro local. "Que local? Quero ver? É neste prédio? Que andar?" A funcionária não queria me dizer. Fui ao Ministério Público Federal, na Nilo Peçanha (ali perto), onde preenchi e assinei representação, e nada: o setor encarregado(Tutela Coletiva) simplesmente enviou-me por email a comunicação de arquivamento em virtude de eu não ter esgotado a via interna daquela fundação federal. Os prezados colegas cordelistas tirem suas conclusões, inclusive visitando o local e procurando pelo volume, que disponibilizo parciamente na página www.admarbranco.com/musica.htm, com o título "O verdadeiro amor de Domitila, a Marquesa de Santos". Ah, uma recomendação: quem puder, suba os nove andares a pé, porque o estado do elevador já demonstra o descaso do governo com a cultura.

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  11. Olá Ademar Branco,
    PARABÉNS pelo folheto. À época, me chamou mesmo a atenção um folheto com ISBN, ficha catalográfica, etc. Bacana. A Cordelteca - Memória da literatura de cordel, da Biblioteca Amadeu Amaral/CNFCP, tem o folheto, doado por você em uma reunião da ABLC. Pode procurar por lá em nossa Base de Dados, via www.cnfcp.gov.br , Verifique.
    O que não invalida que a BN, órgão responsável pelo Depósito Legal do país, não possa buscar constituir seu acervo. As instituições estão buscando SOMAR.
    Abraço,
    Rosário Pinto




    C5526

    Branco, Admar. O verdadeiro amor de Domitíla, a Marquesa de Santos. Rio de Janeiro: [s.n.], 2008. 24 p. 48 estrofes : setilhas : 7 sílabas.

    Notas gerais:
    Capa : desenho (Klévisson Viana)

    Disponível em:
    http://www.docvirt.no-ip.com/asp/folclore.asp?bib=cordel&pasta=C5526

    Notas de conteúdo:
    Código : NCENPE
    1º verso : No início a luz divina
    O folheto contem apresentações de vários poetas de cordel
    Palavras-chave:
    ROMANCE; HISTORIA DO BRASIL.

    Biblioteca Amadeu Amaral

    Abraço,
    Rosário Pinto

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  12. Queridos, tudo o que penso sobre o cordel e seu percurso literário e histórico pode ser lido no meu modesto blog: http://adercego.wordpress.com . Seria muito prazeroso receber uma visita vossa.

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  13. Prezadíssima Rosário e demais participantes deste prestigiado fórum,

    Quero agradecer a oportunidade e, em prol da elucidação do caso do desaparecimento, trazer a resposta que recebi há pouco, graças à exposição do tema neste blog.

    É um email da Coordenação de Serviços Bibliográficos da Biblioteca Nacional, que reproduzo na íntegra, registrando inclusive a correção, no meu relato, quanto ao andar do acervo:

    "Prezado Sr. Admar,

    li seus comentários no blog "Acorda Cordel", a respeito de sua produção no acervo da Biblioteca Nacional, e tenho a esclarecer que não existe acervo da BN no nono andar do Palácio Gustavo Capanema, local que o senhor descreveu como sendo onde foi consultar a sua obra.

    No que diz respeito ao nosso acervo, verifiquei pessoalmente, e seu folheto encontra-se na localização I-9,1,1,n.118-ARM. Isto significa que ele encontra-se no primeiro andar de nosso armazém de Obras Gerais, no envelope n. 118, contido na primeira caixa da primeira prateleira do nono armário, registrado sob o número 1.249.548, datado de 27/02/2009.

    Convido-o a visitar-nos no prédio da Biblioteca Nacional, na Av. Rio Branco, 219, para conhecer nosso acervo e nosso trabalho. Estes dados que referi acima também podem ser conferidos em nosso catálogo online, disponível em catalogos.bn.br."

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  14. Admar, não me intitulo poeta, sou um curioso, os meus cordéis são de caráter evangélico. Estes também entram neste acervo?
    Como proceder para fazer a ficha catalográfica de meus cordéis?

    Creginaldo
    respostas para: cregimedeiros@hotmail.com

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