quinta-feira, 7 de abril de 2016

LANÇAMENTO EM BREVE



SERTÃO EM DESENCANTO
Gênesis Sertaneja | I Volume de Memórias

Este livro, a rigor, não é um livro de GENEALOGIA, porém um livro de história.  Não é a visão de quem esteve no centro da história, ou fazendo história, mas de quem participou discretamente ou a ouviu contar, num ambiente totalmente fora do eixo onde os acontecimentos se desenrolavam.
As vilas de QUIXERAMOBIM, CANINDÉ E SOBRAL, como qualquer outra, tinham os seus figurões, os seus mandantes, os seus caciques. No final do Século XVIII e primeira metade do Século XIX nossos antepassados eram mais atuantes e estiveram à frente de alguns acontecimentos importantes. Depois do fracasso da Confederação do Equador, os SOUZA-MELO, MARTINS-VIANA, SEVERO-BARBOSA preferiram o anonimato. Focaram suas ações na lida do campo, na agricultura e na pecuária, participando discretamente dos acontecimentos ao longo de quase 200 anos de história.
À exceção do PADRE MORORÓ, pelo lado SOUSA MELO e do ex-ministro ARMANDO FALCÃO pelo ramo BARBOSA-SEVERO, ao qual era filiado meu avô MANOEL BARBOSA LIMA, não tenho notícias de grandes voos de parente algum no campo da política.Tem sido sempre uma colaboração discreta, persistente e um olhar atento à história, desde os avós dos meus avós.
No campo da CULTURA é que a coisa muda de figura. Os LIVROS sempre estiveram presentes nesses lares sertanejos e o homem de letras sempre foi visto com entusiasmo pelos meus antepassados. Um José de Alencar, um Machado de Assis, um Humberto de Campos sempre gozaram de mais prestígio que qualquer figurão da política.  Aprendi com os antigos, sobretudo com a minha avó ALZIRA o respeito e o carinho pelos homens de letras e a devoção pelo universo da Literatura.
Daí que a proposta desse livro, SERTÃO EM DESENCANTO, é contar a saga dessas famílias ao longo dos últimos 300 anos, mesclando-a com acontecimentos históricos dos sertões de Sobral, Quixeramobim e Canindé, permeando-a com citações recorrentes à João Brígido, Barão de Studart, Manuel de Oliveira Paiva, Gustavo Barroso, D. Antônio de Almeida Lustosa, Martins Capistrano, Antônio Bezerra, Rodolfo Teófilo, Rachel de Queiróz e outros expoentes do mundo das letras que se ocuparam dessa região em seus escritos.


Certidão de casamento dos meus antepassados FORTUNATO JOSÉ DE SOUSA MELO e ANA ÚRSULA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE, realizado na Fazenda Barrigas (Madalena-CE) em 1818. Livro de Casamentos da Paróquia de Santo Antônio de Quixeramobim.


ANOTAÇÕES DE UM OBSERVADOR

Nos tempos de criança eu morria de curiosidade quando meus avós começavam a contar histórias do passado e falavam de personagens já falecidos ou mesmo de gente ainda viva, mas que eu não conhecia. Veio fase das perguntas, que nem sempre eram respondidas com paciência ou de modo satisfatório. Minha avó paterna, Alzira Vianna de Sousa Lima, era uma exceção. Ela tinha uma certa paciência e explicava o que era possível contar a uma criança, satisfazendo a minha curiosidade infantil. Desde menino eu ouvia falar da Marica Lessa, do Antônio Conselheiro, do Padre Mororó, do velho Damião Carneiro e também de figuras mais chegadas à família como o Miguel do Castro, o Major Cosme da Várzea Grande e a Mãe Sousa.
Havia também os personagens pitorescos que vez por outra surgiam na conversa dos meus tios e avós: o João Quaresma, o Pedro Pia, o Barrocheiro, o Bernaldão o velho José Severo Barbosa (quando uma criança era exigente e luxenta, diziam logo:  “—Esse menino é ovo do véi Zé Severo”). Se o menino dava para mentir, comparavam logo com o tio Miguel Viana e diziam: — Tá ‘gueguelando’, hein? O verbo ‘gueguelar’, criado por minha avó, estava associado à mentira. E eram tantas as histórias do Castro, da Carnaubinha, da Cacimbinha, da Várzea Grande, da Canafístula, do Campo Grande, da Vila Campos e de outras localidades dos Sertões de Quixeramobim e Canindé que eu ficava horas a fio a escutar a prosa dos mais velhos.
De modo que a pesquisa que deu origem a este livro começou em priscas eras, nas remotas conversas que tive com minha avó Alzira e com meu tio José Bruno Vianna. Não que, por essa época, eu tivesse a intenção de escrever, mas desde cedo tive a curiosidade de ouvir e reter na memória tudo que se relacionava com a história de nossos antepassados e da nossa região. Atualmente é meu pai, Francisco Evaldo de Sousa Lima quem me ajuda a recompor essa história elucidando fatos e preenchendo lacunas que haviam se apagado da minha memória.


AGUARDEM! Lançamento previsto para o dia 07 de maio, em Canindé-CE. Local e horário a confirmar.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

FEIRA do CORDEL BRASILEIRO




A CAIXA Cultural Fortaleza apresenta, de 5 a 10 de abril, a primeira edição da Feira do Cordel Brasileiro: Uma caixa de Cordéis para você!. A feira, que acontece no mês em que é comemorado o Dia Internacional do Livro, é uma iniciativa da Associação de Escritores, Trovadores e Folheteiros do Estado do Ceará (Aestrofe) e conta com cerca de 30 expositores. Nesta nova edição da antiga Feira Brasileira do Cordel, o homenageado será o cordelista e declamador Mestre Chico Pedrosa, por ocasião dos seus 80 anos de vida e arte.
A programação gratuita reúne muitos dos principais expoentes da literatura de cordel no país, além de cantadores de viola e de música regional. Entre as atrações, estão os músicos Beto Brito, Estrela do Norte, Edilson Barros, do grupo Batuta Nordestina, e Cayman Moreira. Haverá, ainda, show de repentistas com a dupla Geraldo Amâncio e Zé Maria de Fortaleza, assim como declamação de poesias com os cordelistas Klévisson Viana, Evaristo Geraldo, Lucarocas, Paulo de Tarso, Raul Poeta, Arievaldo Viana, Rafael Brito e Chico Pedrosa.
Além disso, a feira conta com palestras, oficinas, apresentações teatrais com os grupos Formosura de Teatro, As Catirinas e Pajearte. Para complementar a programação haverá exposição e venda de folhetos de cordel e lançamentos literários. A curadoria é do cordelista e editor Klévisson Viana, vencedor do Prêmio Jabuti de Literatura (2015) com o livro: O Guarani em cordel (Amarylis), baseado na obra de José de Alencar.
Com o tema Uma caixa de Cordéis para você!, a feira objetiva difundir a leitura da poesia de cordel, assim como promover e fomentar o encontro entre o público em geral com os cordelistas, editores, repentistas, ilustradores e xilogravuristas da nossa tradicional literatura popular em verso. Apesar do seu linguajar simples e informal, a literatura de cordel é, hoje, vista como importante manifestação literária, pois é compreendida como sendo, em língua portuguesa, uma das nossas primeiras manifestações poéticas por ter sua origem na produção oral trovadoresca. Neste sentido, a Literatura de Cordel vem cada vez mais sendo aceita e estudada pelas academias e já possui uma Academia Brasileira de Cordel, fundada em 7 de setembro de 1988, com sede no Rio de Janeiro.
Com o tema Uma caixa de Cordéis para você!, a feira objetiva difundir a leitura da poesia de cordel, assim como promover e fomentar o encontro entre o público em geral com os cordelistas, editores, repentistas, ilustradores e xilogravuristas da nossa tradicional literatura popular em verso. Apesar do seu linguajar simples e informal, a literatura de cordel é, hoje, vista como importante manifestação literária, pois é compreendida como sendo, em língua portuguesa, uma das nossas primeiras manifestações poéticas por ter sua origem na produção oral trovadoresca. Neste sentido, a Literatura de Cordel vem cada vez mais sendo aceita e estudada pelas academias e já possui uma Academia Brasileira de Cordel, fundada em 7 de setembro de 1988, com sede no Rio de Janeiro.

O homenageado: Francisco Pedrosa Galvão nasceu no município de Guarabira, Paraíba, no sítio Pirpiri, em 14 de março de 1936. É poeta e declamador. Estudou na escola do sítio onde morava até o terceiro ano primário quando sofreu a injustiça de ser expulso pela professora, incidente relatado no poema Revolta dum Estudante. Começou a escrever folhetos de cordel aos 18 anos. Ao lado do amigo e poeta Ismael Freire cantava e vendia seus folhetos nas feiras da região. Além de folheteiro, Pedrosa foi também camelô e representante de vendas. Hoje, vive exclusivamente de recitar e divulgar seus trabalhos, gravados em CD e publicados em livros.

Algumas de suas obras

LIVROS:

Pilão de Pedra – 1988 – Ed. Jacira – Campina Grande – PB
Pilão de Pedra II – 1996 – Gráfica Inojosa – Recife – PE
Raízes da Terra – 2004 – Gráfica Universitária Recife – PE
Antologia Poética Sertão Caboclo – 2007 – Ed. Bagaço Recife – PE
Raízes do Chão Caboclo – 2011 – Ed. Coqueiro Recife – PE

CD:

Poesia Popular Nordestina – 1990
Meu Sertão – 1997
Sertão Caboclo – 2001
Paisagem Sertaneja – 2003
No Meu Sertão é Assim – 2005
Países do Chão Caboclo – 2007
Retalhos do Meu Sertão – 2010

DVD:

Causos e Contos – 2009 -Gravado ao vivo no Teatro de Santa Izabel

Com participação de Amazan, Zé Laurentino e Jessier Quirino