quinta-feira, 6 de junho de 2013

SIMPATIAS DE SANTO ANTONIO

Santo Antônio é o primeiro santo festejado nas chamadas FESTAS JUNINAS
 
Dando sequencia às nossas postagens JUNINAS, falaremos hoje de Santo Antônio, que é reverenciado no dia 13 de junho. Quem ainda não ouviu falar nas famosas simpatias de Santo Antônio, o santo casamenteiro? Decantado em prosa e verso por desencalhar solteironas e encontrar objetos desaparecidos, o Taumaturgo português é um dos santos mais populares no Brasil.
 
Minha avó Alzira era devota fervorosa do santo e todos os anos rezava a sua TREZENA. Sim, o novenário de Santo Antônio dura treze dias, daí o nome 'trezena'. Dentre as muitas simpatias que os devotos realizam, existe uma bem curiosa que é praticada no sertão nordestino. Consiste em amarrar a imagem do santo de cabeça para baixo para fazer chover. Ouvi falar de casos assim, quando menino.
 
Dizem que as simpatias evocadas em seu nome dão certo. Claro que tudo isso faz parte das supertições bem características do povo brasileiro. Talvez pela mistura de raças e crenças, não sabemos, mas a posição que temos diante dessas brincadeiras, vamos chamar assim, é a grande necessidade das pessoas conseguirem uma fórmula para tudo na vida. 
  
 1 – Quem deseja descobrir o nome do futuro companheiro deve comprar um facão e, à meia-noite do dia 12 de junho, cravá-lo numa bananeira. O líquido que escorrer da planta deve formar a letra do futuro amor.
 2 – Uma das mais antigas tradições diz que, para descobrir o futuro companheiro, é preciso escrever os nomes dos candidatos em vários papéis. Um deles deve ser deixado em branco. À meia-noite do dia 12 de junho, eles devem ser colocados em cima de um prato com água, que passará a madrugada ao relento. No dia seguinte, o que estiver mais aberto indicará o escolhido.
3 – Aqueles que têm pressa em arranjar um namorado devem comprar uma pequena imagem do santo. E para agilizar a conquista do pedido, fazer dois procedimentos: tirar o Menino Jesus do colo do religioso, dizendo que só devolverá quando conseguir um namorado, ou ainda, virar o Santo Antônio de cabeça para baixo.
 4 – O mais afoito tem ainda outro recurso. Deve ir a um casamento e dar de presente aos noivos uma imagem de Santo Antônio, sem o Menino Jesus. Depois, pedir no altar para se casar com alguém, especial ou não. Assim que a graça for alcançada, deve retornar à igreja e lá depositar a imagem do Menino Jesus.
 5 – Os que já estão acompanhados, mas ainda não subiram no altar, também possuem práticas específicas. A pessoa deve amarrar um fio de cabelo seu ao do namorado. Eles devem ser colocados aos pés do santo, que, logo, logo, resolve a questão.
 6 – À meia-noite do dia 12 de junho, quebre um ovo dentro de um copo com água e o coloque no sereno. No dia seguinte, interprete o desenho que se formou. Se aparecer algo semelhante a um vestido de noiva, véu ou grinalda, o casamento está próximo.
7 – Para a pessoa saber se o futuro companheiro será jovem ou mais velho, é preciso arranjar um ramo de pimenteira. De olhos fechados, ela deve pegar uma das pimenteiras. Se a escolhida for verde, ele será jovem. Caso contrário, o casamento acontecerá com alguém de idade avançada.
8 – A tradição popular acredita que há uma forma especial de fazer as pazes entre casais brigados. Para isso, é preciso um cravo e uma rosa. Os talos devem ser amarrados juntos com uma fita verde, na qual serão dados 13 nós. Durante o procedimento, o devoto deve pensar que Santo Antônio vai uni-los outra vez.
 9 – Para descobrir se falta muitos anos para a grande data, na véspera do dia 13 de junho, à meia-noite, amarre uma aliança – que pode ser de qualquer parente – numa linha ou num fio. Coloque um copo sobre a mesa e segure o fio de modo que a aliança esteja dentro do copo. Pergunte, então, quantos anos faltam para o casório. O número de batidas informa quantos anos ainda restam para o Dia D.
 
Ilustrações de ARIEVALDO VIANNA, baseadas em gravuras de José Guadalupe Posada

quarta-feira, 5 de junho de 2013

FESTAS JUNINAS


 
Chegou o mês de junho! Mês que o povo Nordestino costuma chamar também de 'fins d'água', período em que os primeiros frutos da safra são colhidos (quando há bom inverno). Época em que se realizam as famosas FESTAS DO MILHO. Luiz Gonzaga, nosso cancioneiro maior, dedicou boa parte de seu repertório à louvação dos três santos festejados nesse período: Santo Antonio, São João e São Pedro. Aliás, as festas juninas continuam sendo o maior suporte do forró tradicional aqui no Nordeste. As quadrilhas andam meio descaracterizadas, as bandas de forró estão fazendo uma música descaracterizada, mas a alegria permanece. Mês de junho é motivo de alegria!
Para os fãs do verdadeiro forró nordestino e da boa música junina, a partir de hoje faremos postagens relacionadas ao cancioneiro de Gonzagão, Marinês, Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro, Severino Januário, Zé Gonzaga e outros artistas nordestinos que contribuíram para abrilhantar essa grande festa do povo Nordestino.
 
Jackson do Pandeiro e Almira Castilho trajados a rigor para os festejos de São João.
 

terça-feira, 4 de junho de 2013

90 ANOS DO PAVÃO MISTERIOSO

No blog CORDEL ATEMPORAL, do poeta Marco Haurélio, encontramos a seguinte notícia: 2013 marca os 90 anos do maior êxito da literatura de cordel brasileira: o Romance do Pavão Misterioso, de autoria de José de Camelo de Melo Resende.*
 
A data passaria em branco não fosse o empenho do pesquisador e apologista José Paulo Ribeiro, de Guarabira (PB), e do professor e historiador Vicente Barbosa, idealizador da 1ª Exposição de Cordel de Guarabira, chamando a atenção para a importância deste gênero literário para o município, berço de grandes cordelistas e cantadores. 
O texto abaixo, de Vicente Barbosa, conta um pouco dessa história começada pelos idos de 1923:
 
"Preservar e divulgar as riquezas das Tradições Populares configura-se em um sentimento que deve ser exaltado por cada povo, como forma de garantir a sobrevivência e a plenitude de sua própria identidade. O Nordeste brasileiro é destaque quando se trata do tema Cultura Popular e suas diversas formas de manifestações, dentre elas destacamos a Literatura de Cordel.


Essa forma de narrativa oriunda da Península Ibérica, que aqui chegou pelas mãos dos colonizadores portugueses, ganhou alma e corporificou-se através dos Folhetos de Cordel, que, viajando de mão em mão,  espalhou-se por toda Região Nordeste levando em seu conteúdo os mais variados e múltiplos temas como: o amor, o ódio, a vingança, a tragédia, a religiosidade, o cangaço, as crenças e seus mistérios.
 
Dentre todos os Cordéis até hoje impressos, um deles teve destaque e, e tornou-se um grande best-seller do gênero. Trata-se do Romance do Pavão Misterioso, obra do cordelista guarabirense José Camelo de Melo Rezende (1885-1964) que ganhou fama no Brasil e no Mundo. O Romance do Pavão Misterioso já foi adaptado para o Teatro, Cinema, Literatura, Música e Televisão, com seu texto simples, aliado à fluência dos versos e às referências aos contos das Mil e Uma Noites alcançou a espantosa tiragem de mais de dez milhões de cópias, vendidas em todo o País.
 
Neste ano de 2013 a obra completa exatos 90 anos desde a sua primeira edição, datada de 1923. Aproveitando o ensejo e reconhecendo a importância histórica da data, o Serviço Social do Comércio - SESC, na Paraíba, presta uma justa homenagem através da realização da 1ª Exposição de Cordel de Guarabira, uma vez que esta cidade detém o orgulho de ser berço de nascimento do Autor e da Obra. Parabéns ao Pavão Misterioso, glória e honra de nossa Literatura popular."
 
 
* Há uma versão reescrita por João Melchíades Ferreira que tornou-se a mais popular. O original de José Camelo era publicado com 40 páginas. O maior clássico do cordel é também o pivô da maior polêmica desse gênero literário no Brasil.
 
SAIBA MAIS SOBRE ESSA FAMOSA POLÊMICA DA LITERATURA DE CORDEL, AQUI MESMO, NO BLOG ACORDA CORDEL: http://acordacordel.blogspot.com.br/2012/02/maior-polemica-do-cordel.html

segunda-feira, 3 de junho de 2013

CORDEL NO JORNAL 'O ESTADO DE SÃO PAULO'

'História de Juvenal e o Dragão', de Leandro Gomes de Barros e Eduardo Azevedo (Editora Volta-e-Meia) Reprodução