sábado, 19 de novembro de 2011

GONZAGÃO NO CINEMA

SANFONEIRO CHAMBINHO VIVERÁ REI DO BAIÃO, NO CINEMA


O diretor Breno Silveira, o mesmo de 2 Filhos de Francisco, está arregaçando as mangas para por no telão a história do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, e seu filho adotivo, Gonzaguinha. Quem vai fazer o papel dos primeiros anos da vida do Rei, no cinema, é o paulista de São Bernardo do Campo* Nivaldo Expedito de Carvalho, mais conhecido por Chambinho do Acordeon.
A história de Gonzaga é uma história incrível, forte, instigante. Negro, pobre, nordestino e semi-analfabeto. Quer dizer, ele tinha tudo para ser um zero à esquerda em qualquer contagem que fosse feita.
Mas a sorte estava à espreita.
E ela apareceu na forma de uma pisa dada pelo pai Januário e pela mãe Santana, num dia só, fim de tarde, em Exu, sua cidade, quando tinha 17 anos de idade.
O motivo?
Cachaça e confusão.
E a pisa, de tão braba, o envergonhou e o fez fugir de casa e se aventurar no Exército, mentindo a idade para poder se alistar. Findavam os anos de 1920. Já alistado, mas por desconhecer quaisquer notas musicais, virou corneteiro de caserna.
E após muita água correr por debaixo da ponte, e dez anos depois da pisa, ele aparece tocando sanfona nos cabarés do baixo Rio, quando tem a atenção despertada por um violonista português, Xavier Pinheiro, e por um certo estudante de Direito chamado Armando Falcão, que liderava um grupo de outros estudantes.
Logo surgiu a oportunidade de gravar o primeiro disco solo.




Um não, dois no mesmo dia: 14 de março de 1941.
A partir daí, sua história mudou. Como mudará a história de Chambinho, sanfoneiro que começa a trilhar a estrada com a mesma idade que Gonzaga tinha quando se preparava para ao estrelato: 31 anos.
FONTE: Blog do ASSIS ÂNGELO

* Chambinho tem declarado em diversas entrevistas que é piauiense, da cidade de Jaicós.


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

DIA DO CORDELISTA

Desenho: Arievaldo Viana


19 de novembro é o DIA DO CORDELISTA. A data foi criada em homenagem ao pioneiro LEANDRO GOMES DE BARROS, nascido no dia 19 de novembro de 1865.

Leandro Gomes de Barros nasceu em 1865, na Fazenda Melancia, município de Pombal, Estado da Paraíba. A Fazenda pertencia aos seus avós maternos Manuel Xavier de Farias e sua mulher Dona Antônia Xavier de Farias, por quem Leandro foi criado após a morte de seu pai, José Gomes de Barros Lima. Manuel e Antônia eram pais de dona Adelaide, mãe de Leandro e do Padre Vicente Xavier de Farias, que nasceu na mesma fazenda em 1822. Ordenado sacerdote, aos 24 anos de idade mudou-se para o Teixeira em 1846, tendo permanecido ali durante 61 anos. Faleceu em 13 de dezembro de 1907, com 85 anos de idade. Leandro foi para companhia do  Pe. Vicente, vigário da Vila do Teixeira, permanecendo naquela localidade até os 15 anos de idade, quando resolveu mudar-se para Pernambuco.

No Teixeira, Leandro conviveu com violeiros da estatura de Inácio da Catingueira, Romano da Mãe d'Água, Bernardo Nogueira, Ungulino Nunes da Costa e Nicandro Nunes da Costa. Por eles nutriu admiração e deles adquiriu o estro da poesia popular. De Teixeira mudou-se para Vitória de Santo Antão e de lá para o Recife, onde viveu na rua Motocolombó, nº 87, em Afogados.

Leandro era casado com Dona Venustiniana Eulália de Barros, união da qual nasceram 04 filhos, três mulheres e um rapaz. A mais velha, Raquel Aleixo de Barros Batista  (1894-1921) casou-se com o poeta Pedro Batista (1890-1938). Os outros filhos eram Esaú Eloy, Julieta (ou Gilvanetta) e Herodias.

Sobre Leandro, Luiz da Câmara Cascudo in Vaqueiros e Cantadores nos dá o seguinte depoimento (pág. 264 - edições de ouro):

"Nasceu e morreu na Paraíba, viajando pelo Nordeste. Viveu exclusivamente de escrever versos populares inventando desafios entre cantadores, arquitetando romances, narrando as aventuras de Antônio Silvino, comentando fatos, fazendo sátiras. Fecundo e sempre novo, original e espirituoso, é o responsável por 80% da glória dos cantadores atuais. Publicou cerca de mil folhetos, tirando deles dez mil edições. Esse inesgotável manancial correu ininterrupto enquanto Leandro viveu. É ainda o mais lido dos escritores populares. Escreveu para sertanejos e matutos, cantadores, cangaceiros, almocreves, comboieiro, feirantes e vaqueiros. É lido nas feiras, nas fazendas, sob as oiticicas nas horas do "rancho", no oitão das casas pobres, soletrado com amor e admirado com fanatismo. Seus romances, histórias românticas em versos, são decoradas pelos cantadores. Assim Alonso e Marina, O Boi Misterioso, João da Cruz, Rosa e Lino de Alencar, O Príncipe e a Fada, o satírico Cancão de Fogo, espécie de Palavras Cínicas, de Forjaz de Sampaio, a Órfã Abandonada, etc constituem literatura indispensável para os olhos sertanejos do nordeste. Não sei se ele chegou a medir-se com algum cantador. Conheci-o na capital paraibana. Baixo, grosso, de olhos claros, o bigodão espesso, cabeça redonda, meio corcovado, risonho, contador de anedotas, tendo a fala cantada e lenta do nortista, parecia mais um fazendeiro que um poeta, pleno de alegria, de graça e de oportunidade.

Quando a desgraça quer vir

Não manda avisar ninguém,

Não quer saber se um vai mal

E nem se outro vai bem,

E não procura saber

Que idade Fulano tem.



Não especula se é branco,

Se é preto, rico, ou se é pobre,

Se é de origem de escravo

Ou se é de linhagem nobre!

É como o sol quando nasce

O que acha na terra, cobre!



Um dia, quando se fizer a colheita do folclore poético, reaparecerá o humilde Leandro Gomes de Barros, vivendo de fazer versos, espalhando uma onda sonora de entusiasmo e de alacridade na face triste do sertão." O poeta João Martins de Ataíde, que comprou os direitos autorais de Leandro a Venustiniana Eulália de Barros, escreveu o seguinte no folheto A Pranteada Morte de Leandro Gomes de Barros:


Poeta como Leandro

Inda o Brasil não criou,

Por ser um dos escritores

Que mais livros registrou,

Canções, não se sabe quantas,

Foram seiscentas e tantas

As obras que publicou.



No dia de sua morte

O céu mostrou-se azulado,

No visual horizonte

Um círculo subdourado

Amostrava no poente

Que o poeta eminente

Já havia se transportado.


ATENÇÃO! A reprodução desse texto ou imagem só poderá
ser realizada se a fonte e o autor forem citados.

Texto: ARIEVALDO VIANA
 (In "Leandro Gomes de Barros - Vida & Obra", biografia inédita do grande poeta paraibano)

NOVIDADES DA LUZEIRO


Acabo de receber um pacote com os novos lançamentos da Editora Luzeiro, dentre os quais meu romance "O CASTIGO DA INVEJA OU O FILHO DO PESCADOR". Sob a direção de Gregório Nicolló e dos poetas Varneci Nascimento e Aderaldo Luciano a Luzeiro (antiga editora Prelúdio) tem procurado resgatar titulos preciosos, como "O MORCEGO HUMANO" do grande Delarme Monteiro, além de clássicos de Antonio Teodoro dos Santos, João Firmino Cabral, Manoel Pereira Sobrinho, Manoel D'Almeida Filho e dos mestres Leandro Gomes de Barros e José Pacheco. A qualidade gráfica do material também está excelente, com papel de boa qualidade e impressão impecável.

CORDEL E AGUARDENTE

A BEBIDA ALCOÓLICA NO CORDEL
 

Por: Pedro Paulo Paulino

A bebida alcoólica é tema bastante presente também na Literatura de Cordel. O vício, de um modo geral, é tratado pelos poetas populares de variada forma, mas sempre dentro do ponto de vista moral. A degradação física e os contratempos provocados pelo alcoolismo dentro da sociedade são naturalmente condenados pela maior parte dos autores de cordel. Até porque, muitos desses artistas, principalmente entre os cantadores de viola, tiveram sua trajetória interrompida devido ao vício da bebida. Uma discussão acalorada e bem-humorada sobre o assunto é de autoria de José Pacheco* e está denominada apenas “Barra Mansa e Torce Bola”. Trata-se de uma dupla fictícia criada pelo poeta que foi um dos melhores cordelistas no gênero gracejo. A discussão alterna o tempo todo esses dois motes de conceitos opostos e de uma só linha: “JÁ BEBI, NÃO BEBO MAIS” e “BEBO ATÉ LASCAR O CANO”.



BM – Fui um dos apaixonados

No vício da bebedeira

Muitas vezes na poeira

Dormi de pés espalhados

Dando milhões de cuidados

Aos que me eram leais

Pelas calçadas e cais

Exposto à chuva e ao vento

Por isso digo e sustento

JÁ BEBI, NÃO BEBO MAIS



TB – Tenhas a capacidade

De conheceres também

Que a tal bebida já vem

Da alta sociedade

Dizem que até o frade

Bebe que fica cabano

Se isto não for engano

De alguém que fala dele

Eu vou me juntar com ele

BEBO ATÉ LASCAR O CANO



BM – É uma propensão feia

Injuriosa e horrenda

Um homem beber na venda

Cair na calçada alheia

Ou marchar para a cadeia

Na mão dos policiais

Gritam os meninos atrás:

- Segura, Chico, não caia!...

Eu que não gosto de vaia

JÁ BEBI, NÃO BEBO MAIS



TB – Até numa sentinela

Bebe-se ali tudo junto

Para vestir-se o defunto

E não pegar a mazela

As mulheres bebem dela

Também pra não causar dano

Depois que cosem o pano

Todos bebem da branquiha

No rezar da ladainha

BEBO ATÉ LASCAR O CANO



BM – Vive um homem acreditado

Honesto e de confiança

Farto de perseverança

Por demais conceituado

Mas chega-lhe o triste fado

Com tentações infernais

Deixa sem crença e sem paz

Sem honradez, sem pudor

Deus me livre desse horror!

JÁ BEBI, NÃO BEBO MAIS



TB – Em qualquer reunião

De passa-tempo na vida

Pode faltar a comida

Porém, a bebida, não

Porque dentro do salão

É só quem brilha e faz plano

Diz um ao outro: - Fulano

Traz o vidro e corre a mão

Eu fico de prontidão

BEBO ATÉ LASCAR O CANO



BM – Desde que o homem entrega

Seu corpo à embriaguez

A corrupta invalidez

Tira-lhe o senso e lhe cega

Se tem filho, arrenega

Desconhece até os pais

Aliado a seus iguais

Pratica tristes papéis

Por essas razões cruéis

JÁ BEBI, NÃO BEBO MAIS



TB – Uma velha reclamava

Sua idade avançada

Outra sua camarada

Pra beber lhe aconselhava

Dizendo: - Eu também estava

Já no grau do desengano

Peguei beber este ano

Já danço, pinoto e corro

Sei que tão cedo não morro

Bebo até lascar o cano



BM – Mulher que dá pra beber

Na rua faz palhaçadas

Que quem está nas calçadas

Baixa a vista pra não ver

Se for moça, perde o ser

De seus papéis virginais

Isto não é satanás

Que atiça, manda e quer?

Diz predileta mulher:

- JÁ BEBI, NÃO BEBO MAIS



TB – Minha sogra quis privar

Eu tomar minhas bicadas

Hoje ela toma copadas

Que depois pega a chorar

Pra ninguém desconfiar

Enxuba a boca num pano

Dá-me um palpite tirano

Quando vejo ela no chão

Eu pego no botijão

BEBO ATÉ LASCAR O CANO



BM – A mulher do cachaceiro

Costuma beber também

Alguns dos filhos que tem

Marcham no mesmo roteiro

Vezes que um filho ordeiro

Desobedece aos seus pais

Trnforma-se num voraz

Devido à embriaguês

Por isso digo outra vez

JÁ BEBI, NÃO BEBO MAIS



TB – Minha bisavó bebeu

Certo dia uma reimada

Quase quebrava a ossada

Da grande queda que deu

Gritou quando se estendeu:

- Com isto é que eu me dano

Rasguei meus vestes de ufano

Combinação, saia e fralda

Agora, noutra bicada

BEBO ATÉ LASCAR O CANO



BM – O homem jogue por cem

Seja ladrão com a prole

Porém, não bebendo um gole

Governa os vícios que tem

Mas esse vício é quem

Governa todos fatais

E tira o senso dos tais

Dá para fazer horrores

Digam comigo, senhores

JÁ BEBI, NÃO BEBO MAIS



TB – Hoje, bebe o bacharel

Quase toda a majestade

O povo da irmandade

Da contrição mais fiel

Só não bebe, no quartel

Recruta nem veterano

Porém eu chamo um paisano

Quando eu assentar praça

E mando buscar cachaça

BETO ATÉ LASCAR O CANO



BM – Passei meu tempo perdido

Mergulhado no abismo

Sustentando o fanatismo

Pela cachaça atraído

Por demais desconhecido

Nos vícios descomunais

Porém, Deus mandou-me a paz

Graças à sua mercê

Me sinto feliz porque

JÁ BEBI, NÃO BEBO MAIS



TB – Aguardente é otimista

De toda forma faz bem

Tira enfado de quem tem

Desperta mais, limpa a vista

Nos traz louro de conquista

Comanda qual um decano

Faz do boçal, praciano

Dá-lhe riso e dá prazer

Por isso volto a dizer

BEBO ATÉ LASCAR O CANO



BM – Vezes que um cachaceiro

Vai comprar uma encomenda

Abusa o dono da venda

Cospe a sala e o terreiro

Tagarela o dia inteiro

Com frases discordiais

Se para os tempos finais

Vir a convenção antiga

É quando talvez que diga

JÁ BEBI, NÃO BEBO MAIS



TB – Ninguém pode calcular

Os prodígios da aguardente

Refresca quem está quente

Faz quem tem frio esquentar

Depois que dela tomar

Esquenta o quengo do mano

Quer seja bom ou profano

Fica transformado e forte

E grita: - Ninguém se importe

BEBO ATÉ LASCAR O CANO



BM – O homem vai para feira

Traz tudo que vai comprar

Porém, é se não tomar

Bebendo, só faz asneira

Porque a tal bebedeira

Todo desmantelo faz

As encomendas que traz

Ele perde ou dá ao povo

Por isso digo de novo

JÁ BEBI, NÃO BEBO MAIS



TB – Eu não desprezo cachaça

Intimamente a venero

Quanto mais bebo, mais quero

Mais meu coração lhe abraça

Sem ela não tenho graça

O meu gosto é desumano

Não posso acertar um plano

Que chega a melancolia

Por isso é que todo dia

BEBO ATÉ LASCAR O CANO



*Na ANTOLOGIA DE LITERATURA DE CORDEL organizada por Ribamar Lopes e editada pelo Banco do Nordeste, lemos o seguinte: “Há controvérsia sobre o lugar de nascimento de José Pacheco. Para alguns, ele nasceu em Porto Calvo, AL; há quem afirme ter sido o autor da ‘Chegada de Lampião no inferno’ pernambucano de Correntes. A verdade é que José Pacheco, que teria nascido em 1890, faleceu em Maceió na década de 50, havendo quem informe a data de 27 de abril de 1954, como a do seu falecimento".

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Do jornal da BESTA FUBANA

CORDEL E CIDADANIA


A Editora CORAG – Companhia Rio-grandense de Artes Gráfica publicou, numa tiragem de 10 mil exemplares, adaptações para o cordel do Estatuto do Idoso e do Estatuto da Criança e do Adolescente, ambas de autoria de Arievaldo Viana, com ilustrações de Jô Oliveira. Os folhetos foram distribuídos gratuitamente durante a 57ª Feira do Livro de Porto Alegre. Vejam, a seguir, trechos do ESTATUTO DO IDOSO EM CORDEL:


Cidadania é um termo
De efeito maravilhoso
Praticá-la é um dever
Melhor é ter o seu gozo
Por isso quero tratar
Do Estatuto do Idoso.

A origem do Estatuto
Quero dizer a vocês
Foi uma Lei promulgada
Em outubro, dois mil e três,
O Presidente aprovou
O Estatuto de vez.

As pessoas que já têm
Sessenta anos ou mais
Podem usar o Estatuto
Com seus poderes legais
Todo idoso tem que ter
Direitos fundamentais.

São seus direitos sagrados:
Saúde física e mental,
Condições de liberdade
Aperfeiçoamento moral,
Espiritual e também
Social e intelectual.

Lazer, esporte e cultura
Representam a liberdade
Trabalho e cidadania
Lhe dão mais dignidade
Para conviver feliz
Em meio a sociedade.

Diz o Capítulo Primeiro
Vigente em toda a Nação
Que a família do idoso
Terá por obrigação
Lhe dar a prioridade
Em toda e qualquer ação.

E não somente a família
Também a comunidade
Bem como o Poder Público
E toda a sociedade
Assegurar ao idoso
Em tudo a prioridade.

Preferencialmente ter
Em órgão público ou privado
Imediato atendimento
E individualizado
Em todo e qualquer serviço
Que a ele seja prestado.

Ter preferência também
Nas políticas sociais
Integração, inclusão,
E respeito dos demais
É válido a qualquer idoso
Do sertão às capitais.

A família do idoso
Deve se conscientizar
Que a máxima prioridade
Para ele deve dar
E só levá-lo ao um asilo
Se não puder sustentar.

Aos serviços de saúde
Garantir o seu acesso,
Pois ele já trabalhou
Contribuiu com o progresso
Apoiá-lo é um dever
Para que tenha sucesso.

Ele tem prioridade
Também perante a Fazenda
Quando da restituição
Do seu Imposto de Renda;
Faça valer seus Direitos
Sem precisar de contenda.

O Artigo quarto combate
Crueldade, negligência,
Qualquer discriminação
Opressão ou violência;
Precisa a sociedade
Desse artigo ter ciência!
(…)


Biblioteca Nacional se dá conta da importância da Literatura de Cordel


Por e-mail, o pesquisador José Paulo Ribeiro, de Guarabira-PB, enviou-me a informação de que a Biblioteca Nacional, depois de duzentos anos de existência, atentou para a importância da Literatura de Cordel e está realizando campanha para que os poetas populares façam o Depósito Legal de suas obras na instituição. José Paulo lamenta que isso tenha ocorrido tardiamente, uma vez que há mais de 50 anos a Biblioteca do Congresso dos EEUA coleciona folhetos de cordel, possuindo atualmente um dos maiores acervos do gênero, com mais de 20 mil títulos. Recentemente, o poeta Gonçalo Ferreira da Silva, presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC, esteve nos Estados Unidos ministrando uma palestra na Biblioteca do Congresso Norte-Americano sobre a importância do cordel na alfabetização de milhares de nordestinos. Gonçalo destacou a importância do projeto Acorda Cordel na Sala de Aula e falou também da implantação de diversas cordeltecas, em vários estados do país, com acervo doado ou vendido pela ABLC.

Eis a nota postada no site da Biblioteca Nacional:

“Biblioteca Nacional quer abrigar literatura de cordel – A Biblioteca Nacional quer incorporar a arte de cordelistas a seu acervo. A Divisão de Depósito Legal, que cuida do recebimento de todas as publicações editadas no país, está convidando os artistas que produzem cordel a enviarem cópias de suas obras para a BN. Com a ação, a Biblioteca pretende abrigar e preservar boa parte da memória produzida em cordel, assim como lembrar a importância da Lei do Depósito Legal. Informe-se através do telefone (21) 2220-1892 ou no e-mail ddl@bn.br.”


Texto publicado em MALA DA COBRA -  www.luizberto.com



INFORMAÇÃO IMPORTANTE:

Depósito Legal
Lei do Depósito LegalCadastro de editores on line

O Depósito Legal é definido como a exigência, por força das Leis N. 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010, de remessa à Biblioteca Nacional de um exemplar de todas as publicações produzidas em território nacional, por qualquer meio ou processo, objetivando assegurar a coleta, a guarda e a difusão da produção intelectual brasileira, visando à preservação e formação da Coleção Memória Nacional. Estão inclusas obras de natureza bibliográfica e musical.

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Daniele del Giudice - Chefe
Divisão de Depósito Legal

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terça-feira, 15 de novembro de 2011

FOLHETO PREMIADO

O RICO GANANCIOSO E O POBRE ABESTALHADO, folheto de 16 páginas baseado num conto popular brasileiro é o nosso trabalho premiado no Edital Patativa do Assaré do PRÊMIO MAIS CULTURA 2010. A edição já se encontra na gráfica e irá circular em breve. De acordo com o projeto apresentado no concurso, parte da tiragem de 3 mil exemplares será destinada ao MINC e haverá também uma parcela para bibliotecas públicas do Estado do Ceará. O restante será comercializado. Eis alguns trechos do folheto:

O RICO GANANCIOSO E O POBRE ABESTALHADO
Autor: Arievaldo Viana
Capa/diagramação: Klévisson Viana

Quando o homem foi expulso,
Cheio de mágoa e desgosto,
Dos jardins do Paraíso,
Deus lhe disse, do seu posto:
- Hás de ganhar o teu pão
Com o suor do teu rosto!

Ficou o homem vagando
Na Terra, Vale de Dores,
Mas logo seus descendentes
Revelaram seus pendores,
Pois surgiram os dominados
E os cruéis dominadores.

O mundo está repleto
De ganância e de cobiça
O rico, quanto mais tem,
Mais o desejo o atiça;
E na contra-mão padece
Quem é pobre ou tem preguiça.

Quem nasce pra não ter nada
A sorte é uma graúna,
Não pode alcançar os louros
Que repousam na tribuna,
Mas há aqueles a quem
Deus promete e dá fortuna.

Nos sertões de Pernambuco
Há muito tempo passado
Viveu um rico sovina
Muito ardiloso e malvado,
Compadre de um camponês
Simplório e abestalhado.

Então o compadre pobre
Tinha preguiça por cem,
Era pai duma ninhada
Miúda igual a xerém
E às custas do seu suor
Nunca ganhou um vintém.

No fundo de uma tipóia
Passava o dia roncando,
Se a mulher reclamasse
Ele saía zombando;
Enchia a cara de cana
Voltava se pabulando.

Estórias mirabolantes
O preguiçoso contava
Se alguém de bom coração
Na conversa acreditava
Ele pedia uma esmola
E assim a vida levava...

(...)

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

LANÇAMENTOS


EDITORAS COQUEIRO E QUEIMA-BUCHA
LANÇAM NOVA SAFRA DE CORDÉIS

Acabo de receber os novos lançamentos das editoras COQUEIRO (de Recife-PE) e QUEIMA-BUCHA (Mossoró-RN). Temos em nosso estoque uma boa quantidade de cada título lançado e repassamos com desconto especial para revendedores. Escolas interessadas em montar uma CORDELTECA também terão descontos. Enviamos pelo correio para qualquer parte do Brasil, mediante depósito em Conta Corrente do Banco do Brasil. Basta entrar em contato conosco através do e-mail: acordacordel@ig.com.br

Interessados em adquirir grandes quantidades poderão entrar em contato diretamente com as editoras:

EDITORA COQUEIRO
Rua Guainazes, 521 - Campo Grande
Recife-PE, CEP 52031-300

EDITORA QUEIMA-BUCHA
Rua Jerônimo Rosado, 271
Centro - Mossoró-RN

NOSSO CONTATO:

ALGUNS TÍTULOS EM ESTOQUE:

- O valente Zé Garcia - 40 páginas
- Batalha de Oliveiros com Ferrabras - 32 páginas
- A prisão de Oliveiros - 32 páginas
- Artimanhas de João Grilo (Arievaldo Viana) - 32 páginas
- O misterioso crime das tres maçãs - 24 páginas
- João Bocó e o Ganso de Ouro - 16 páginas
- Mil e uma maneiras de manter seu casamento - 16 páginas
- Luiz Gonzaga, o rei do baião - 16 páginas
- Yoyô, o bode misterioso - 20 páginas
- O batizado do gato - 8 páginas
- Discussão de seu Lunga com um corno - 8 páginas
- As peripécias da vaqueira Rosadina - 16 páginas
- Peleja de Severino Pinto com Severino Milanês - 16 páginas
- A donzela Teodora - 32 páginas
- Iracema, a virgem dos lábios de mel - 32 páginas
- A visita da morte - 16 páginas
- O jumento melindroso desafiando a ciência - 16 páginas
- A chegada de Lampião no inferno - 8 páginas
- Romualdo entre os bugios (40 páginas) - Ed. CORAG
- Quinta de São Romualdo (40 páginas) - Ed. CORAG
- A didática do cordel - 16 páginas
- A gramática em cordel - 16 páginas
- Meu martelo - 8 páginas.

FAÇA JÁ O SEU PEDIDO!

* * *

DEPÓSITO LEGAL

 Biblioteca  Nacional quer
abrigar literatura de cordel

A Biblioteca Nacional quer incorporar a arte de cordelistas a seu acervo. A Divisão de Depósito Legal, que cuida do recebimento de todas as publicações editadas no país, está convidando os artistas que produzem cordel a enviarem cópias de suas obras para a BN. Com a  ação, a Biblioteca pretende abrigar e preservar boa parte da memória produzida em cordel, assim como lembrar a importância da Lei do Depósito Legal. Informe-se através do telefone (21) 2220-1892 ou no e-mail ddl@bn.br.

NOTÍCIA:

Sábado, 12/11/2011, nosso blog completou 07 meses de atividades. Já alcançamos a marca de mais de 100 seguidores e temos cerca de 60 mil visitas ao longo desse período. Obrigado a todos.

domingo, 13 de novembro de 2011

LANÇAMENTO


Lançamento da nova coleção de livros da escritora cearense ARLENE HOLANDA resgata o TRAVA-LINGUA, uma brincadeira inteligente e criativa. Participamos de um dos trabalhos como ilustrador. Trata-se da história do Tatu Tatá. Venha conosco resgatar entre as famílias cearenses essa manifestação tão rica da cultura popular!


Coleção Trava-Língua: um real resgate
cultural para criativas crianças cearenses


Dia: 16 de novembro de 2011
Hora: 16h
Local: Auditório Celso Furtado do Banco do Nordeste
Av. Pedro Ramalho, 5700 – Passaré – Fortaleza/CE


Ilustração do livro O TATU TATÁ TAÍ?

Trava Línguas

A coleção Trava-Língua será lançada no próximo dia 16 e entregue a mais de 1500 crianças e adolescentes em todo o estado

Fortaleza/CE, 9 de novembro de 2011: No próximo dia 16 de novembro será lançada, às 15h, no Auditório Celso Furtado do Banco do Nordeste, no Passaré, a coleção de livros Trava-Língua, de autoria de Arlene Holanda. A coleção, composta por oito livros, busca resgatar a cultura popular e unir crianças, jovens, adultos e idosos em torno de uma brincadeira que diverte e ensina. Além disso, promove os Objetivos do Milênio (ODMs) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). O material será trabalhado por, cerca de 1500 crianças e adolescentes de 100 municípios cearenses, integrantes do Projeto Eu Sou Cidadão - Amigos da Leitura, e terá a função de levar esse resgate cultural para dentro da família. Não só a escola, mas a família tem papel fundamental para que a criança descubra o prazer de aprender, de ler, de se enredar nas histórias e encantos dos livros. Além de desenvolver o hábito entre os pequenos, o incentivo à leitura pela família cria laços afetivos entre a criança e o adulto, que irão servir de base para o seu pleno desenvolvimento psico-social.

Desde 2002 o projeto Eu Sou Cidadão vem contribuindo com a formação social de crianças e adolescentes e despertando neles a vontade de ler e entender o mundo. A coleção Trava-Língua será mais uma ferramenta que irá colaborar com esse incentivo à leitura e com a formação cidadã desses jovens.

A coleção TRAVA-LÍNGUA foi concebida e elaborada visando aliar os recursos da literatura ao trabalho lúdico-pedagógico com a linguagem. A perspectiva é unir o processo de aprendizagem ao de processo de conhecimento de mundo das crianças. Assim, as oito obras integrantes da coleção possibilitam o trabalho lúdico com a linguagem, associando temáticas presentes nos textos ao conjunto de valores expressos nos temas transversais. As possibilidades de trabalho interdisciplinar são diversificadas: Ciências da natureza, do corpo humano, tecnologias, Matemática, Geografia, História, Filosofia, Artes, patrimônio cultural, meio ambiente.

No campo da linguagem, o trabalho com manifestações da oralidade se constitui numa ferramenta eficiente para a aprendizagem, favorecendo o desenvolvimento de habilidades e competências e estabelecendo uma relação privilegiada entre educador/educando. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais há recomendação expressa sobre o uso de trava-línguas nos três primeiros anos do Ensino Fundamental. Os textos que constituem as obras unem os recursos da oralidade aos literários, potencializando o repertório de possibilidades a serem exploradas pelas famílias e pela escola.

O lançamento será acompanhado por 150 crianças e adolescentes, que representarão todos os 1500 atendidos pelo projeto. A Coleção Trava-Língua é uma idealização da Associação para o Desenvolvimento dos Municípios do Estado do Ceará (APDMCE), patrocinada pelo Governo do Estado do Ceará, através do II Edital Mecenas do Ceará, e conta com o apoio cultural da Companhia Energética do Ceará (COELCE).
Abaixo segue a relação dos livros, com seus respectivos ilustradores e resumo bibliográfico:
1 - A Triste História de Três Tigres Tristes

Autora: Arlene Holanda
Ilustrador: Cardoso Júnior

Tigrão, Tigresa e Tigreiro eram três tigres tristes. Nem o fato de serem os astros principais do circo Trianon ou os aplausos que recebiam os alegrava. Tião, o tratador dos tigres, teve pena dos animais e resolveu ajudá-los. Será que Tigrão, Tigresa e Tigreiro deixaram de ser três tigres tristes?
2 - Romeu, o rato que roeu a roupa do rei de Roma
Autora: Arlene Holanda
Ilustrador: Eduardo Azevedo

As aventuras de Romeu, o rato que roeu a roupa do rei de Roma e mudou inesperadamente seu destino. Uma história de suspense e ação, que nos mostra como podemos ser vítimas da nossa própria ambição...
3 - O pinto Pio e a pia que pingava
Autora: Arlene Holanda
Ilustrador: Andre de Miranda

O pinto Pio piou, piou para avisar que a pia estava pingando. Muita água estava sendo desperdiçada e a torneira precisava ser consertada. Como será que essa história acabou?
4 - O Socó Popó, que coçava sete socós
Autora: Arlene Holanda
Ilustrador: Rafael Limaverde


O socó Popó tinha a difícil missão de coçar seus sete irmãos socós. Não aguentando mais essa “coçassão”, Popó decidiu que precisava fazer algo. A amiga Seriema, solidária ao problema, deu uma sugestão ao socozinho. A solução era bem mais simples do que parecia, e tudo acabou acabando bem.
5 - O tratado da aranha e da rã
Autora: Arlene Holanda
Ilustrador: Sérgio Melo

A aranha e a rã
viviam se “arranhando” pelos motivos mais tolos. E quando não havia motivo algum, inventavam ligeiro um. Até que o sapo, vizinho das duas, sugeriu que elas fizessem um tratado. Será que funcionou?
6 - O tatu Tatá taí?
Autora: Arlene Holanda
Ilustrador: Arievaldo Viana

Os tatus Tatá e Teté andav
am revoltados com a destruição da mata onde viviam. Será que eles se fecharam em sua toca, para não correr nenhum perigo? Ou será que encontraram uma saída melhor?
7 - A arara Yara, que não era de Araraquara
Autora: Arlene Holanda
Ilustrador: Kazane

Certo dia, a arara Yara descobriu que não era de Araraquara. E que existiam araras iguais a ela vivendo em liberdade, voando pelo céu do Pantanal, comendo coquinhos e fazendo ninhos nos barrancos. Desde então, Yara só pensava em uma coisa: viver como uma arara de verdade, livre de sua gaiola, bem longe de Araraquara.

8 - O sapo Sassá e a sábia sabiá Sinhá
Autora: Arlene Holanda
Ilustrador: Cecília Andrade

O sapo Sassá era o melhor amigo da sábia sabiá Sinhá. Certo dia, Sinhá contou-lhe um terrível segredo sobre as plantações do brejo. O sapinho resolveu investigar e acabou preso em um saco, mas foi libertado pela amiga Sinhá. O que Sassá e Sinhá poderiam fazer para salvar os animais e proteger a saúde dos humanos?