sexta-feira, 21 de outubro de 2011

HOJE É SEXTA-FEIRA...

 
 Caricatura: Baptistão

DIETA DA CERVEJA
Dr. Zeca Pagodinho



1 - Beba uma garrafa de cerveja antes de cada refeição. Isso reduzirá seuapetite ao mínimo, e você comerá menos.

2 - A cerveja é elaborada a partir de vegetais: Lúpulo, levedura, malte,cereais, etc.Logo, a cerveja é, praticamente uma GRANOLA.

3 - A cerveja contém 95% de água; Portanto, a cerveja é um alimentohidratante.

4 - A cerveja pode ser acompanhada de castanhas (de cajú, do Pará, etc),amendoins, amêndoas, nozes, avelãs, etc. Tudo isso é de origem vegetal ecom um percentual elevado de fibras alimentares e fibras alimentares sãosaudáveis.

5- Probleminha: como levar 1 caixa de cerveja gelada do supermercado paracasa em um carro quente? Solução: beba no estacionamento mesmo.

6 - Equilíbrio: se você beber porções iguais de cerveja clara e cervejaescura ...isto é uma dieta balanceada. Saudável, portanto.....


7 - A cerveja contém conservantes, logo... conservam você.Conservantes fazem você parecer mais jovem.

8 - Escreva "tomar uma cerveja" no início de sua lista de coisas a fazer hoje.Assim, pelo menos UM item de sua agenda você vai conseguir cumprir.

9 - Uma caixa de cerveja pode fornecer toda a sua necessidade diária decalorias e carboidratos.Não é prático isso?

10 - A cerveja é um ótimo medicamento para tirar a AREIA DOS ROLAMENTOS DO JUÍZO. Vejam o soneto abaixo:

 OS ROLAMENTOS DO JUÍZO
Arievaldo Viana


O juízo do poeta é assentado
Sobre eixo, com esfera e rolamentos
Fabricando e polindo pensamentos
Nos poemas que sempre tem versado.

Tal processo depende do estado
Das marés dessa vida e até dos ventos
Se o atacam mazelas e tormentos
Tais problemas o deixam emperrado...

Tem poeta que corre para igrejas
Se o bolso porventura encontra liso
Ou talvez está farto de pelejas;

Sou Cristão e de Deus também preciso...
Mas se a fé não o alcança, só cervejas
Me azeitam as esferas do juízo*.

* * *




* Brincadeira do poeta, minha gente. Todos nós precisamos da presença constante de DEUS e nossas vidas. Antes de encher o bucho de cerveja é bom lembrar que foi justamente numa sexta-feira que o Divino Mestre deu a maior prova de amor à humanidade. Não esqueçamos, contudo, que Jesus também tomava um vinhozinho de vez em quando...

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Cordel de Marcos Mairton


O MISTÉRIO DOS MONÓLITOS DE QUIXADÁ
(Encontro de um poeta aventureiro com um menino sertanejo  que falava sobre discos voadores)

Essa história aconteceu
No sertão do Ceará
No município que tem
O nome de Quixadá.
É um caso interessante,
Uma história intrigante
Que eu mesmo pude viver.
Fatos que nunca esqueci
E por isso resolvi
Esse cordel escrever.


Quixadá é uma cidade
Onde o povo hospitaleiro
Tem o coração aberto
Pra acolher o estrangeiro.
Mas, em volta da cidade,
Há, em grande quantidade,
Pedras enormes, gigantes.
Onde, em noites muito escuras,
Aparecem criaturas
E seres impressionantes.


Dizem também que acontecem
Fatos por demais insólitos,
Nessas pedras conhecidas
Pelo nome de monólitos.
Grandes blocos de granito
Fazem o lugar bonito
Atraindo as atenções,
E quem passa ali por perto
Chega a ficar boquiaberto
Com aquelas formações.


Tem a “Cabeça da Cobra”
E a “Pedra da Caveira”,
A pedra “Galinha Choca”,
E a “Pedra Gemedeira”.
Verdadeiros monumentos
Açoitados pelos ventos
E pelo sol do sertão,
Mas, quem chega muito perto
Daquele lugar deserto
Pode ter outra visão.


No meio daquelas pedras
Tem onça e tem siriema,
Muita cobra cascavel,
Mas isso não é problema.
O problema mesmo sério
Na verdade é um mistério
De difícil solução:
Muito “cabra” destemido
Que vai lá, volta corrido.
Não quer ir de novo não.


E quando o povo pergunta
O que foi que o “cabra” viu,
Ele não sabe explicar.
Diz apenas que sentiu
Um cheiro de cão queimado,
Ouviu um grito abafado
E um gemido de agonia.
Teve um rapaz de Arneiroz
Que voltou de lá sem voz,
Não fala até hoje em dia.


Pois eu também fui pra lá
Procurar a explicação
Para existir tanta história
De encanto e assombração.
Meu pensamento era entrar
Pela mata e me embrenhar,
E ver o que acontecia,
Que tanto cabra valente
Regressava tão demente
Do meio da pedraria.


Ao chegar a Quixadá,
Instalei-me em um hotel
E pensei: “Aqui eu vou
Além de escrever cordel,
Praticar muito alpinismo.
Em tudo quanto é abismo,
Vou andar pela beirada,
E qualquer coisa medonha
Que por acaso se exponha,
Vou trazer engaiolada”.


(...)

VER POEMA COMPLETO EM:

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

CULTURA DE ALMANAQUE

O que é um almanaque?

Mais fácil vasculhar a galeria de almanaques que selecionamos do que colocar em palavras, pois, cada um de nós cresceu em contato com almanaques diferentes, que pareciam ser uma versão divertida e sem compromisso dos dicionários e enciclopédias. Almanaque seria um modelo do mundo, onde todo o universo está de passagem. A dificuldade começa com a origem da palavra, que não tem origem!

O criador da palavra foi o filósofo e frei franciscano, Roger Bacon. Também conhecido como Doutor Mirabilis, que significa professor maravilhoso. Este Bacon foi homem da ciência e da fé, um luminar das falsas trevas da Idade Média. A palavra Almanac ou Almanach foi usada para designar textos relativos à astrologia e aos eventos ligados à passagem do tempo. Vem daí uma das fontes para o nome: al manak que significaria “a conta”, ou seja, a contagem dos dias, como um calendário. Mas não seria a única possibilidade: será que o nome não teria origem do pedaço de madeiro onde era traçado o curso lunar (al managht), ou a união de duas palavras egípcias (al + men, que seria cálculo + memória)? Mais ainda, em saxão al-monac seria uma variação de al-mooned (que significaria todas as luas). Existem ainda aqueles que admitem a palavra árabe “Manah”, uma variação encontrada na península espanhola, como sendo a fonte, e cujo possível significado seja calendário. E se olharmos em um dicionário, encontraremos a palavra “al-manakh”, que significa clima. Ainda assim, dois dicionários com o título de Dicionário etimológico da Língua portuguesa, mas de autores diferentes, identificam a palavra como tendo origem árabe, mas significando: lugar onde o camelo se ajoelha. Indicando os locais onde os camelos e os viajantes repousariam e trocariam informações. O grande problema é que qualquer que seja o significado, a palavra Almanaque não é encontrada em textos árabes, o que fez alguns linguistas sugerirem que Bacon inventou um neologismo, relacionando-o com árabe por meio do “al” por que no meio filosófico medieval, assuntos relacionados à astrologia e a matemática adquiriam status ao serem relacionados ao árabe, da mesma forma que a retórica é ainda muitas vezes relacionada com o latim.
Em Portugal, o primeiro almanaque foi publicado em 1496, em Leiria, por Abraão Zacuto e foi batizado de Almanach Perpetuum. Os almanaques foram se tornando cada vez mais populares, na medida na qual a ciência tornava-se mais exigente. Mesmo que Benjamin Franklin tenha editado seu próprio almanaque, quando chegamos ao século XX, o conteúdo havia se tornado mais e mais abrangente, apresentando curiosidades, com leitura simples e rápida. Não é tão importante a precisão acadêmica, é mais importante a forma de apresentar a curiosidade, portanto, o lugar onde o camelo se ajoelha é bem mais interessante que folhinha do tempo.

Almanaque é também a nova coluna do site da Aletria. Basta visitar a seção Ler e Pensar para encontrar pequenas curiosidades sobre os temas favoritos da Aletria: literatura, personagens, folclore, mitologias, histórias: enfim, sugira o seu tema, que depois de uma pesquisa, desceremos do camelo para responder.

Fonte: www.aletria.com.br

Almanaque popular publicado em Juazeiro do Norte-CE
por Manoel Caboclo e Silva

ALMANHAQUE DO BARÃO DE ITARARÉ


Frases do Barão de Itararé. Muitas delas tiradas da sabedoria popular, das saudáveis conversas de boteco, outras, de sua própria criatividade. E algumas que foram apenas atribuídas a ele, pois se não disse, pensou.
* De onde menos se espera, daí é que não sai nada.
* Mais vale um galo no terreiro do que dois natesta.
* Quem empresta, adeus…
* Dizes-me com quem andas e eu te direi se vou contigo.
* Pobre, quando mete a mão no bolso, só tira os cinco dedos.
* Quando pobre come frango, um dos dois está doente.
* Genro é um homem casado com uma mulher cuja mãe se mete em tudo.
* Cleptomaníaco: ladrão rico. Gatuno: cleptomaníaco pobre.
* Quem só fala dos grandes, pequeno fica.
* Viúva rica, com um olho chora e com o outro se explica.
* Depois do governo ge-gê, o Brasil terá um governo ga-gá. ( Ge-gê: apelido de Getulio Vargas. Ga-gá: referia-se às duas primeiras letras no sobrenome do novo presidente, Eurico Gaspar Dutra).
* Um bom jornalista é um sujeito que esvazia totalmente a cabeça para o dono do jornal encher nababescamente a barriga.
* Neurastenia é doença de gente rica. Pobre neurastênico é malcriado.
* Voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim , afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato.
* Os juros são o perfume do capital.
* Urçamento é uma conta que se faz para saveire como debemos aplicaire o dinheiro que já gastamos.
* Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados.
* Banco é uma instituição que empresta dinheiro à gente se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro.
* Mulher moderna calça as botas e bota as calças.
* A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana.
* Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato.
* Pão, quanto mais quente, mais fresco.
* A promissória é uma questão “de…vida”. O pagamento é de morte.
* A forca é o mais desagradável dos instrumentos de corda.
* A gramática é o inspetor de veículos dos pronomes.
* Cobra é um animal careca com ondulação permanente.
* Tudo seria fácil se não fossem as dificuldades.
* Sábio é o homem que chega a ter consciência da sua ignorância.
* Há seguramente um prazer em ser louco que só os loucos conhecem.
* É mais fácil sustentar dez filhos que um vício.
* A esperança é o pão sem manteiga dos desgraçados.
* Adolescência é a idade em que o garoto se recusa a acreditar que um dia ficará chato como o pai.
* Advogado, segundo Brougham, é um cavalheiro que põe os nossos bens a salvo dos nossos inimigos e os guarda para si.
* Senso de humor é o sentimento que faz você rir daquilo que o deixaria louco de raiva se acontecesse com você.

BLOGS, OS NOVOS ALMANAQUES
O que são os blogs, senão verdadeiros almanaques de variedades? Vejamos por exemplo o caso deste nosso ACORDA CORDEL. Usando a Literatura de Cordel como fio condutor, tratamos aqui de música, política, artes gráficas, história, curiosidades, enfim, um verdadeiro balaio de informações.
Essa ligação da Literatura de Cordel com os almanaques é muito antiga... Na primeira metade do século passado já circulava em todo o Nordeste o famoso ALMANAQUE DE PERNAMBUCO, do poeta e editor João Ferreira de Lima, que era um verdadeiro livro de cabeceira dos matutos de outrora. No seu rastro surgiram outros almanaques similares, escritos e editados por poetas populares, como é o caso de Costa Leite, Vicente Vitorino de Melo e Manoel Caboclo e Silva.
(Cancão de Fogo)



domingo, 16 de outubro de 2011

O DISCO DA SEMANA

Zé Marcolino – Sala de reboco


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No blog FORRÓ EM VINIL existe um colaborador anônimo que se audo-denomina "Nordestino". Foi ele o responsável por essa postagem, o disco do genial poeta ZÉ MARCOLINO, um dos mais importantes parceiros de Luiz Gonzaga, que pode figurar tranquilamente ao lado de Zedantas, Humberto Teixeira e João Silva. Eis o texto extraído do Forró em Vinil:  Na semana passada, recebemos do amigo “Nordestino” alguns discos, um pernambucano que prefere ficar no anonimato, e que, numa atitude nobre, tirou do anonimato um disco bastante raro, além de ser belíssimo. O nosso colaborador virtual “Nordestino” escreveu as seguintes palavras:

“Zé Marcolino foi um grande compositor, principalmente com músicas cedidas à Luiz Gonzaga. Ele nasceu em Sumé, na Paraíba. Depois foi morar em Serra Talhada – PE. Faleceu em acidente automobilístico, acho que nos anos 80… Esse é o único disco gravado por ele (com acompanhamento do Quinteto Violado) é uma raridade. Parece que só foram feitas 1000 cópias”

Zé Marcolino ficou conhecido como o poeta de Sumé – PB, nascido José Marcolino Alves, em 28/6/1930. Cantava nas festas de sua cidade natal, trabalhou como carpinteiro, barbeiro e vaqueiro, entre outras atividades. Fazia músicas e sonhava em poder mostrá-las para Gonzagão.


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Em 1961, conheceu- o em Sumé, mostrou-lhe algumas e foi convidado para ir ao Rio de Janeiro. Lá produziu, pela RCA, junto com o Rei, o LP “Ô véio macho” que contém seis composições suas, além de tocar gonguê no disco.
Seu maior sucesso, o xote “Sala de reboco”, tem mais de 30 regravações. Além de Luiz Gonzaga, teve suas músicas gravadas por artistas como Trio Nordestino, Dominguinhos, Assisão, Genival Lacerda e Ivan Ferraz, entre outros.
Produção artística do Quinteto violado, direção musical de Toinho Alves, gravado nos estúdios Rozemblit em Recife – PE e sanfonas de Pinto do acordeon e Arlindo. Destaque para “Santo fingido” e “Morena feiticeira”.


Zé Marcolino – Sala de reboco
1983 – Chantecler


01 Numa sala de reboco (José Marcolino – Luiz Gonzaga)
02 Santo fingido (José Marcolino)
03 Flor de camarú (José Marcolino)
04 Rainha do Moxotó (José Marcolino)
05 Morena feitiçeira (José Marcolino – Maria Rita)
06 Baiana cheirosa a côco (José Marcolino)
07 Eu e ela na fogueira (José Marcolino)
08 Pássaro fura barreira (José Marcolino – Dero)
09 Louvação ao inverno (José Marcolino)
10 Côco paraibano (José Marcolino)
11 Pássaro carão (José Marcolino – Luiz Gonzaga)

Para baixar esse disco, clique aqui.