segunda-feira, 21 de novembro de 2016

UM MOTE PRA QUIXADÁ




Esses versos são uma parceria com o poeta Caririzeiro Pedro Nunes Filho, parente do famoso Leandro Gomes de Barros. Pedro encantou-se com as paisagens de Quixadá e teceu esse mote que eu completei na mesma pisada:



PEDRO NUNES FILHO:

Eita recorte bonito
Com terras de aluvião
Na distância um matacão
Desafia o infinito
Não se ouve nenhum grito
Ecoar no abandono
A paisagem dorme um sono
Que não tem noutro lugar
Nas terras do Quixadá
A beleza não tem dono.

O céu com nuvens escuras
Começa a derramar água
O sertanejo sem mágoa
Esquece suas amarguras
Olhando as primícias puras
Que recebe como abono
De Deus sentado no trono
Do Reino do Ceará
Nas terras de Quixadá
Beleza é coisa sem dono.

ARIEVALDO:

A galinha até parece
Que agasalha u’a ninhada
Protegendo a pintarada
Quando o céu se escurece
O mato reza uma prece
Ao Criador, no seu trono
Tudo desperta do sono
Se chove no Ceará...
Nas terras do Quixadá
A beleza não tem dono.

E o forte mandacaru
Candelabro sertanejo
Se sobressai, no ensejo
O pau branco, o mulungu
Paca, mocó, caitetu
No meu verso adiciono
Cada vez mais me apaixono
Pelo sabor do cajá
Nas terras do Quixadá
A beleza não tem dono.