quinta-feira, 9 de junho de 2011

VIAGEM A CAIXA PREGO



Na postagem de hoje, quero apresentar trechos do novo cordel, que fiz em parceria com o poeta MOREIRA DE ACOPIARA, o "aniversariante do ano'. Em 2002, escrevi, em parceria com o grande MANOEL MONTEIRO, de Campina Grande, o folheto "Viagem a Baixa-da-Égua". Moreira, fã do poema, propôs-me uma continuação do tema. Sem me fazer de rogado fiz, dentro das possibilidades de um cordel, 08 páginas de conversa - ou seja - 32 estrofes. Ele completou as 16.

Vejam os versos iniciais, que enviei para o MOREIRA e tirem a suas conclusões:


Quando vem a inspiração
Com qualquer musa eu me pego,
Faço romance, peleja,
Até cantiga de cego...
Mas é preciso coragem
Para narrar a viagem
Que eu fiz à CAIXA PREGO.


Eu sou medroso, não nego,
Dá pra ver na minha cara;
Mandaram-me um convite,
E eu disse a quem o mandara
Que à Caixa-Prego eu só ia
Se levasse em companhia
Moreira de Acopiara.


É porque eu me lembrara
De uma viagem sem trégua
Que eu fiz tempos atrás
Ao país Baixa-da-Égua.
Nesse tempo o companheiro
Era o Manoel Monteiro...
Quis voltar com meia légua.



Levando compasso e régua
Tranquilizei meu amigo
E disse: - Vamos em frente!
Não tema qualquer perigo.
Para qualquer arrelia
Nossa arma é a poesia,
E eu levo a minha comigo.

 
Leitor, quase eu não consigo
Convencer aquele velho.
Deu-lhe grande tremedeira
Quase que eu destrambelho,
Mas convenci o danado.
Fiz ele jurar, forçado,
Com a mão no Evangelho.

A ninguém eu aconselho
Seguir aquela viagem...
Passar na Baixa-da-Égua
Exige muita coragem.
E sem falar nas marmotas...

Lá, Judas perdeu as botas,
Saiu sem contar vantagem.

 

Ali reina a malandragem,
É um país tropical
Onde só tem roubalheira,
Futebol e carnaval...
Até mesmo os papangus
Sabem que os guabirus
São do Planalto Central.

(...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário