quinta-feira, 9 de junho de 2011

CEARENSES EM PORTUGAL


Banda Doutor Raiz

Mostra Sesc Luso-Brasileira

Religação cultural

Em seu último dia, a Mostra Sesc Luso-Brasileira de Culturas assiste aos reencontros entre as tradições nordestinas com suas raízes lusitanas.

Com raríssimas exceções, quando um artista do Brasil fala que fez ou vai fazer uma turnê no exterior, logo se pensa: é show para brasileiro. Mas não foi o que se viu, na última terça-feira, primeiro dia da Mostra Sesc Luso-Brasileira de Culturas, na Associação Acadêmica de Coimbra, durante a apresentação da banda Dr. Raiz. O grupo musical, formado na região do Cariri, subiu ao palco pouco mais de meia-noite.

A reação do público, composto basicamente por estudantes da Universidade de Coimbra, muitos ainda com livros e mochilas, era imprevisível. Afinal, tratava-se apenas de uma banda brasileira da qual, provavelmente, nenhum deles jamais tinha ouvido falar. Mas bastaram os primeiros acordes para que a plateia começasse a se entreolhar. "Este som é muito bom", admirou-se um.

Logo, estavam todos de pé, em frente ao palco, dançando e até arriscando cantar trechos das letras que eram captados na hora. A mistura de reisado, coco, forró pé-de-serra, baião, maracatu, literatura de cordel, rock, blues, teatro, dança e adereços baseados na tradição popular foi certeira. Surpresa até para os próprios integrantes do Dr. Raiz, que, a medida em que o público reagia, devolviam o carinho tocando, cantando e dançando com ainda mais vigor.

O grupo, que encerrou as atividades há dois anos, reuniu-se somente para esta apresentação. "Deu até vontade de voltar (a tocar)", brincou Ramon Saraiva, guitarra, baixo e voz. "Estávamos sem tocar desde 2009 e foi maravilhoso ter podido tocar em outro País e com uma receptividade tão boa".

Mas não foi apenas o Dr. Raiz que mexeu com Coimbra. A cidade também vai deixar marcas nos integrantes. Para Ramon, a região emana história. "Vamos todos voltar impressionados com tudo. Está sendo muito legal fazer esse intercâmbio de informações", disse. "De certa forma, a banda tem uma ligação com essa cultura europeia, que chegou ao Nordeste no tempo da colonização".

VER MATÉRIA COMPLETA NO CADERNO 3 - DIÁRIO DO NORDESTE
Link: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=993990


TEXTO: FILIPE PALÁCIO (enviado de Coimbra)
FOTO: SÉRGIO AZENHA


 

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