terça-feira, 16 de julho de 2019

NOVO CORDEL


O PRESENTE DE NATAL DE LAMPIÃO
Autor: Arievaldo Vianna | baseado num conto de Gustavo Barroso


(Trechos)

Das histórias do Cangaço
Esta é a mais singular
Na crônica dos cangaceiros
É bem difícil encontrar
Relato tão pitoresco
Não sendo um tema burlesco
Em versos quero narrar.

Quando Lampião reinava
No Cangaço, absoluto,
Percorreu vários estados
Sempre firme e resoluto
Mas, em meio à violência,
Também praticou clemência
Provando não ser tão bruto.

Aqui, acolá, escuto
E pra que ninguém desminta
Vou narrar esse episódio,
Deu-se na década de trinta;
No final da narração
Veremos que Lampião
Não é mau como se pinta.

Quem registrou esse fato
De modo criterioso
Foi o grande folclorista
Gustavo Dodt Barroso
A título de passatempo
No livro “Cinza do Tempo”
Relato maravilhoso.

Lampião, um certo dia,
Visitando um povoado,
Vinha com dor de cabeça
Doente e muito enfadado,
E procurava um lugar
Para poder descansar
Tranquilo e bem sossegado.

Era véspera de Natal
E ele desejava trégua
Esquadrinhou toda a vila
Sem usar compasso ou régua;
Falou, de cara fechada:
– Eu  não quero ouvir zoada
De nem um 'fie-duma-égua!”

A cidade estava cheia
Pois era dia de feira
E Lampião, carrancudo,
Ordenou à cabroeira:
– Quero essa feira acabada
Depois 'pastorem' a entrada
Não fiquem aqui de bobeira!


(...)

Este folheto será lançado na BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DO CEARÁ, pela Editora CORDELARIA FLOR DA SERRA, do poeta Paiva Neves. AGUARDEM!

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