terça-feira, 20 de setembro de 2011

FABIANO DOS SANTOS

O encantador de palavras

Fonte:  O POVO Online/Divirtase


Diretor da Fundação Biblioteca Nacional, do MinC, Fabiano dos Santos (Foto: Elza Fiúza/ABR)


 

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O diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura/Fundação Biblioteca Nacional, Fabiano dos Santos  é um cearense que desde menino gosta das palavras. Ouvia histórias da avó, da mãe e do pai. Mais tarde, se tornou escritor. No Ceará, foi um dos responsáveis pelo projeto Agentes da Leitura, que se transformou num programa nacional, em parceria com estados e municípios. Em Fortaleza, o edital para seleção dos agentes da leitura está com inscrições abertas até 13 de outubro.

Fabiano dos Santos anuncia mais duas novas bibliotecas para cidade, em parceria com a Seculftor. Fortaleza é uma das cidades com uma estatística crítica: tem apenas uma biblioteca pública municipal para cada 1 milhão de habitantes. Ele anuncia ainda cinco editais com bolsas para escritores e projetos de leitura. Em passagem por Fortaleza para participar da II Feira do Livro Infantil, Fabiano concedeu a seguinte entrevista ao O POVO.

O POVO. Como você se tornou um leitor e mais tarde escritor?

Fabiano - Eu tinha uma avó que contava histórias encantando as palavras, um pai que conta histórias sem medir as palavras e uma mãe que lê nas entrelinhas das palavras. Aquilo me encantava e foi vital na minha formação leitora. Tomava suas vozes emprestadas. Mãe lia para a gente dormir, Vó contava para a gente acordar para o mundo e Pai narrava suas aventuras como se sua vida fosse um romance de cordel. Queria ser poeta e fui me tornando leitor assim, embrenhando-se no mundo que mora dentro e fora das palavras. Pois sou daqueles que acreditam que as palavras podem fazer coisas com a gente, mas que também podemos fazer coisas com as palavras. Agora estou em stand-by. O escritor só vai sair da gaveta, depois que deixar o cargo e essa travessia provisória como Diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do MinC/FBN.

OP -  Aqui no Ceará, você foi um dos responsáveis pelo projeto Agente de Leitura que se tornou um projeto nacional do Ministério da Cultura. Qual o impacto que esse tipo de projeto tem no real hábito de leitura das comunidades?

Fabiano - O Ceará tem uma história de pioneirismo interessante. Primeira academia de letras do país, primeira província a abolir a escravidão, primeiro estado a instituir o Selo UNICEF. Aqui nasceu os Agentes Comunitários de Saúde e, bem depois, em 2006, os Agentes de Leitura da Secretaria de Cultura do Estado. Ambos se transformaram em política pública nacional. No caso dos Agentes de Leitura estamos apenas no começo do programa do MinC numa parceria com os ministério da Educação e Desenvolvimento Social. O que posso destacar em linhas gerais é que os Agentes de Leitura atuam nos três ambientes vitais para a formação de leitores: a família, a escola e a biblioteca pública. Trata-se de uma política pública integrada de cultura, educação, juventude e inclusão social. Que impactos podemos esperar? A qualificação profissional de jovens entre 18 e 29 anos por meio de formação continuada; a geração de trabalho e renda através da bolsa de formação de R$ 350,00 para os agentes; a criação de ambientes favoráveis para fruição cultural e formação de leitores por meio de socialização de acervos literários nas famílias, bibliotecas e escolas.

Agentes de Leitura criam ambientes favoráveis para a formação de leitores dentro das casas, nos seios das famílias e nas vidas das pessoas. Isso impacta diretamente no processo de aprendizagem escolar das crianças atendidas. Verificamos  esse resultado no projeto dos Agentes de Leitura do Ceará. Agora, vamos aprimorar a mediação desse impacto numa parceria de avaliação dos resultados com o MEC e o IPEA, da Secretaria de Assuntos Estratégicos.

OP - Atualmente, o projeto está espalhado por vários municípios. Aqui no Ceará os Agentes da Leitura envolvem quase meio milhão de reais? Quando o projeto começa efetivamente?

Fabiano - Todos os editais são realizados pelos estados e municípios conveniados. Trata-se de um investimento global de 28,0 milhões, sendo 20,0 milhões do MinC/MEC e 8,0 milhões de contrapartida dos estados e municípios para a formação e atuação de 4000 Agentes de Leitura em torno de 400 cidades distribuídas pelo Acre, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo. Em Fortaleza, o edital com a Secultfor está aberto até o dia 13 de outubro para jovens entre  18 e 29 anos, que tem o ensino médio completo e que moram nos bairros Barra do Ceará, Pirambu, Serviluz, Titanzinho, Autran Nunes, Maria Tomásia e Jangurussu.

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