terça-feira, 22 de maio de 2012

XILOGRAVURA E LITERATURA
DE CORDEL NAS ESCOLAS



A empresa Cultura & Criatividade promoverá uma mostra de Xilogravura e Cordel em 05 escolas das cidades satélites de Brasilia durante o período de maio/junho de 2012. Além de participarmos da mostra como curador, estaremos também ministrando oficinas de cordel no período de 11 a 13 de junho no Distrito Federal. Eis um resumo do texto da curadoria:

 É crescente o interesse de estudantes e educadores de todo o Brasil pela Xilogravura e pela Literatura de Cordel. Tais manifestações da cultura popular têm influenciado sobremaneira o teatro, o cinema, a televisão, as artes visuais e a chamada literatura erudita.

 A Xilogravura é uma arte milenar que a partir de 1907 teve um casamento perfeito com a Literatura de Cordel. De lá para cá, surgiram grandes mestres da gravura popular, dentre os quais se destacam os pernambucanos Dila, Marcelo Soares e J. Borges, os baianos Minelvino Francisco e Franklin Maxado, o paraibano José Costa Leite e os cearenses Mestre Noza, Walderedo, Stênio Diniz, Abraão Batista e José Lourenço.

 O cordel, que durante muito tempo foi considerado como subliteratura, finalmente vem adquirindo o status de gênero literário dotado de extraordinária riqueza. É um poderoso veículo de comunicação de massas – oportunamente batizado de “professor folheto” – e foi, durante muitos anos, responsável pela alfabetização de milhares de nordestinos. No início do século XX, muitas vezes configurava-se como o único tipo de literatura a que trabalhadores rurais tinham acesso.

 A exposição traz as múltiplas facetas dos poetas e gravadores populares do Nordeste, com xilogravuras que evocam temas frequentes no Romanceiro Nordestino. Divirta-se no fantástico e lúdico universo da xilogravura e da literatura de cordel nordestinas!

Arievaldo Viana


 
O sagrado e profano na gravura popular nordestina

A Xilogravura é uma arte milenar e teve um casamento perfeito com a Literatura de Cordel a partir de 1907, segundo o pesquisador Jeová Franklin, detentor de um dos maiores acervos de gravura popular nordestina de que se tem notícia no mundo. De acordo com sua pesquisa, o primeiro folheto ilustrado com xilogravura é de autoria de Francisco das Chagas Batista - A vida de Antônio Silvino. De lá para cá, surgiram grandes mestres da gravura popular, dentre os quais se destacam os pernambucanos Dila, Marcelo Soares e J. Borges, os baianos Minelvino Francisco e Franklin Maxado, o paraibano José Costa Leite, o alagoano Enéias Tavares dos Santos  e os cearenses Mestre Noza, Damásio Paula, Walderedo, Stênio Diniz, Abraão Batista, José Lourenço e João Pedro Neto.

3.a - O SAGRADO E O PROFANO NO CORDEL E NA GRAVURA POPULAR

É curioso notar que o sagrado e o profano são dois temas sempre presentes na gravura popular nordestina. O diabo, em particular, aparece bastante nesse tipo de ilustração, mais que as divindades celestes. Essa ligação da xilogravura com esse universo místico deve-se, em parte, aos folhetos de cordel, que sempre exploraram essa temática. Um exemplo disso é o folheto “A chegada de Lampião no Inferno”, de José Pacheco da Rocha, verdadeiro clássico do gênero, “As queixas de Satanás sobre a corrupção do mundo”, “Peleja de Riachão com o diabo”, “O velho que enganou o diabo”, “A sogra enganando o diabo” e tantos outros onde o chefe das legiões infernais é sempre logrado graças a esperteza de um velho matuto ou de uma mulher religiosa, reforçam essa teoria. Com relação ao sagrado, destacamos “A vida de João da Cruz”, de Leandro Gomes de Barros, “Os sofrimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo”, do citado José Pacheco, além de centenas de folhetos sobre Padre Cícero, São Francisco, Senhor do Bomfim, São Jorge, Santo Antônio, Frei Damião e tantos outros.
A exposição “XILOGRAVURA E LITERATURA DE CORDEL NAS ESCOLAS”, concebida e executada pela Cultura e Criatividade, tem o mérito de apresentar essas múltiplas facetas dos gravadores populares do Nordeste, associando as gravuras escolhidas a dois temas muito frequentes no Romanceiro Nordestino, o CÉU e o INFERNO. O que parecer ser antagônico é, na verdade, ramificações de uma mesma árvore, a RELIGIOSIDADE POPULAR.

3.b - A XILOGRAVURA E O CORDEL EM VERSOS POPULARES

Trechos de um folheto produzido por Arievaldo Viana e Marco Haurélio para a exposição “100 anos de xilogravura no cordel: 1907 – 2007”:

O folheto de CORDEL
Vem do século dezenove
Com Leandro e Pirauá
Começou, ninguém reprove
Minha rima, pois agora
Eu ando Nordeste afora
E tiro a prova dos nove!

Leandro Gomes de Barros
Foi o grande pioneiro
Na publicação de versos
Por este Brasil inteiro
Foi poeta consagrado
Revendo o “Ciclo do Gado”
Criou o “Boi Mandigueiro”.

Outros pioneiros são
João Melchíades Ferreira
Galdino da Silva Duda
Um poeta de primeira
Francisco Chagas Batista
Também foi um grande artista
Da cultura brasileira.

Mil novecentos e sete
Conforme a história apura
Foi o ano em que o cordel
Casou com a xilogravura
Num “taco” bem pequenino
Gravaram Antônio Silvino
Numa tosca iluminura.

Sobre a primeira gravura
Feita por anônimo artista
Que ilustra um folheto
Do grande Chagas Batista
Mil novecentos e sete
É a data a que remete
O início dessa lista.

Tempos depois n'O Rebate
Um jornal de Juazeiro
Surge uma seção de trovas
Onde via-se um violeiro
Talhado em xilogravura
Arte sublime e tão pura
Presente no mundo inteiro.

Na gravura popular,
Uma escola muito forte
É a que ainda produz
Em Juazeiro do Norte,
Desde o passado milênio,
Que teve e tem em Stênio,
O verdadeiro suporte.

Dessa nova geração
Abraão é o primeiro,
Zé Lourenço, Francorli,
João Pedro do Juazeiro,
Tem Ciro, outro gravador,
Erivaldo, um professor
Lá no Rio de Janeiro.

Na Paraíba surgiu
Com talento e sem enfeite,
Um traço característico
Que pra nós é um deleite.
Também poeta afamado
E um xilógrafo respeitado
Nosso José Costa Leite.
(...)

3 comentários:

  1. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DA MOSTRA XILOGRAVURA E CORDEL NAS ESCOLAS DE BRASÍLIA:

    Ceilândia
    CEM 02, QNM 14, Área Especial
    Abertura: 28 de maio
    Visitação: 28 de maio a 01 de junho de 2012

    São Sebastião - presença do curador Arievaldo Viana, que ministrará a oficina desta semana na quarta-feira, dia 13.
    CEM 01, Quadra 203, Área Especial
    Abertura: 11 de junho

    Visitação: 11 a 15 de junho

    Planaltina
    CEM Stella dos Cherubins, Rua Hugo Lobo A/E sem nº - Quadra 97 - Setor Sul
    Abertura: 18 de junho
    Visitação: 18 a 22 de junho

    Estrutural
    CEF 01, Setor Central, Área Especial 03
    Abertura: 25 de junho

    Visitação: 25 a 29 de junho


    Taguatinga
    CEM EIT, QNB 01 - AE 01 - Setor Central, nº 01
    Abertura: 2 de julho
    Visitação: 2 a 6 de julho

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  2. http://www.facebook.com/REPENSTISTASSSS

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  3. eu adolob o luiz gonzaga eu to fazendo um trabalho de xilogravura na escola e vou fazer uma apresentalçao na escola da musica asa branca do luiz gonzaga xau.

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