quinta-feira, 21 de junho de 2012

A PRIMEIRA BIOGRAFIA

Luiz Gonzaga e Outras Poesias
Autor: Zépraxedi (O Poeta Vaqueiro) 1ª edição: Continental Artes Gráficas – São Paulo (SP), 1952 71 páginas 14 x 21 cm
Em geral quando se fala de biografia pioneira de Luiz Gonzaga, imagina-se que seja O Sanfoneiro do Riacho da Brígida (1966), livro escrito pelo paraibano Sinval Sá, anterior à obra de Dominique Dreyfus (A Vida do Viajante: A Saga de Luiz Gonzaga (1996). Na verdade, a primeira biografia de Luiz Gonzaga, em versos matutos de tamanhos diferentes de estrofes, é de autoria do poeta-vaqueiro norte-rio-grandense Zépraxedi, lançada em 1952 e jamais reeditada (2009).
 
O livro Luiz Gonzaga e Outras Poesias é introduzido por dois artigos publicados em jornais, publicados em jornais do Rio Grande do Norte e do Rio de Janeiro, à guisa de apresentação da obra: um de autoria do crítico teatral do Diário Carioca, Sábato Magaldi (1951); o outro artigo, de Luiz da Câmara Cascudo, fora publicado na sua coluna Acta Diurna (1948), no Diário de Natal, explica as diferenças entre quem é folclore e o ofício do folclorista.
 
O artigo de Magaldi noticia a noitada de poesia sertaneja de Zépraxedi, no Teatro Copacabana da então capital federal, Rio de Janeiro, sob patrocínio do vice-presidente da República, Café Filho, e das bancadas de políticos do Rio Grande do Norte. O jovem crítico teatral comenta a espontaneidade dos versos do poeta vaqueiro, inspirados na política, no amor, na família, no mundo. “No intervalo entre a primeira e segunda parte do programa, Luiz Gonzaga cantou excelentes baiões de sua autoria”, anota Sábato Magaldi, sem esquecer os entusiásticos aplausos do público aos passos de frevo do trianglista Zequinha.
 
O vínculo dessa biografia pioneira do Rei do Baião, de Zépraxedi, à colônia norte-rio-grandense no Rio de Janeiro é considerado nas estrofes iniciais a Dois Grandes: Duas boas arturidade / Me truveram do sertão / A sigunda do país [o vice-presidente Café Filho] / E a prenmera do baião.
 
Em seguida, Zépraxedi dedica cerca de 160 estrofes, de quatro, seis, oito e até dez versos matutos, à vida e à obra de Luiz Gonzaga, incluindo versos dedicados ao pai Januário, ao casamento com Helena Gonzaga, à sua sanfona e à festa junina. Há ainda dois poemas extras: Noite de Natá e Quatro Coisa. 

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