quarta-feira, 20 de março de 2013

CANGACEIRO DIGITAL

 
 
 
por Carol Prado
Foi-se o tempo em que os joguinhos eletrônicos eram terrenos exclusivos de guerreiros medievais, robôs intergaláticos e outros personagens bem distantes da realidade de carne e osso. Sem negar suas origens, a empresa baiana de tecnologia Soterotech decidiu levar figuras típicas do hiperrealista sertão nordestino ao mundo dos bits. Um cangaceiro, um calango e um carcará dão o tom do jogo “Cangaceiro de Badogue*”, apresentado neste sábado (16) e domingo (17) durante o Gamepólitan, evento que transformou o Centro de Convenções da Bahia em um verdadeiro parque de diversões digitais.

Fotos: Carol Prado / Bahia Notícias

O game narra a história de Lino, um destemido personagem inspirado no histórico Lampião, que, depois de ver sua amada raptada por um maléfico carcará, luta contra todos os obstáculos para recuperá-la, sempre acompanhado de seu poderoso badogue. “A ideia surgiu em 2009, antes mesmo do nascimento da empresa, em um grupo de jogadores. Hoje, todos os produtos que a gente desenvolve têm traços dessa cultura regional, que é muito rica e pouco explorada”, explicou Diego de Potapczuk, um dos diretores da Soterotech. Segundo ele, o software desenvolvido para tablets e smartphones ainda está em fase de testes e deve chegar ao mercado no segundo semestre deste ano, quando poderá ser baixado, no mundo todo, através da Apple Store e Google Play, lojas de aplicativos da Apple e Android, respectivamente. “Queremos fazer um lançamento global e levar a cultura nordestina pro mundo inteiro através do game”, almejou, em entrevista ao Bahia Notícias. As expectativas da empresa são boas, principalmente depois do sucesso de Lino no Centro de Convenções. O administrador de empresas, Vítor Carneiro, por exemplo, acompanhava o filho gamer e não tirava os olhos das aventuras do cangaceiro. “Isso é ótimo para tirar um pouco a criançada da linha de jogos japoneses e reforçar nossa cultura regional”, opinou.
 
 
* Aqui no Ceará a gente diz Bodoque ou Baladeira

5 comentários:

  1. Na Bahia, num geral, se diz bodoque ou badoque,
    também se diz estilingue(como no sudeste), até mesmo "balieira" e "baladeira" também já ouvi dizer. "BADOGUE" só pode ter sido um erro de quem escreveu a matéria e/ou dos próprios inventores do jogo. Achei legal a idéia do jogo,
    que venham mais jogos assim, que venha também
    um de Lampião vencendo um estadunidense... Eu só boto bebop no meu samba quando o Tio Sam tocar um tamborim!

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  2. Esse negócio de BADOGUE ficou me incomodando, aí fui pesquisar e achei: existe sim o nome "badogue" como variante de bodoque ou badoque. Bom, acho que deve ser usado lá pro lado da capital, como quase não vou lá e há um bom tempo não falo de "badoque"( pois deixei de matar passarinhos ainda menino), acabei achando meio estranho. Em tempo: também se diz ATIRADEIRA.
    Valeu!

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  3. Baladeira ou balieira é o termo mais usado no sertão cearense. Alguns dizem bodoque e mais raramente estilingue. Eu, particularmente, sempre tive aversão a esse negócio de matar passarinho. Cheguei a criar alguns - canários, galos-de-campina, mas no dia que um deles amanheceu morto resolvi soltar os demais.

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  4. Estive recentemente nos sertões de Madalena-CE e fui despertado em duas manhãs seguidas pelo canto estridente do galo-de-campina. Retalhos da minha infancia vieram, inevitavelmente, ao pensamento. Como disse no comentário anterior, cheguei a criar passarinhos na minha infância, em meados da década de 1970, mas nunca tive coragem de matá-los - aliás, nem que eu quisesse, pois tinha uma péssima pontaria com a tal da baladeira. rssss

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  5. Então, eu deixei de matar passarinhos por volta dos meus 13 anos, era bom de pontaria, mas não me gabo por isso. Hoje além de não caçar, não curto nem passarinho na gaiola, não como caça de espécie alguma e, confesso, carrego um certo peso na consciência pelo que pratiquei por falta de maturidade e ignorância.

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