sábado, 28 de maio de 2011

CHAGAS BATISTA


DIMAS, O BOM LADRÃO
na Literatura de Cordel


O Evangelho fala pouco deste Santo. Nem mesmo o nome, os evangelistas fixaram. O que sabemos foi trazido pela tradição que são os nomes: Dimas, o Bom Ladrão e Simas, o mau ladrão. Sem dúvida alguma, se trata de um santo original, único, privilegiado, que mereceu a honra de ser canonizado em vida por Jesus Cristo, na hora solene de nossa Redenção.
Os outros santos só foram solenemente reconhecidos, no outro milênio, a partir do ano 999. A Igreja comemorava os mártires e confessores, mas sem uma declaração oficial e formal. Enquanto que, a de São Dimas quem proclamou foi o próprio Fundador da Igreja. Dimas foi o operário da última hora, o que nos fez ver o mistério da graça derradeira. O mau ladrão resistiu, explodiu em blasfémias. Rejeitou a graça, visivelmente dada pelo Redentor.
O Bom Ladrão, depois de vacilar (Mt 27,44 -Mc 15,32), confessou a própria culpa, reclamou da injustiça contra Aquele que só fez o bem, reconheceu-O como Rei e lhe pediu que se lembrasse dele, quando estivesse no seu Reino. Segundo a tradição, Dimas não era judeu, mas sim egípcio de nascimento. Dimas e Simas praticavam o banditismo nos desertos de passagem para o Egipto. Lá a Sagrada Família, que fugia da perseguição do rei Herodes, foi assaltada por dois ladrões e um deles a protegeu. Era Dimas. Naquela época, entre os bandidos havia o costume de nunca roubar, nem matar, crianças, velhos e mulheres. Assim, Dimas deu abrigo ao Menino Jesus protegendo a Virgem Maria e São José. Dimas foi um bandido muito perigoso da Palestina. E isso, realmente pode ser afirmado pelo suplício da cruz que mereceu. Essa condenação horrível era reservada somente aos grandes criminosos e aos escravos.
O Martirológio Romano diz apenas no dia 25 de Março: “Em Jerusalém comemoração do Bom Ladrão que na cruz professou a fé de Jesus Cristo”. E no mundo todo São Dimas passou a ser festejado neste dia. O Bom Ladrão ou São Dimas foi o primeiro que entrou no céu: “inda hoje estarás comigo no Paraíso”. (Lc 23,43). Ele passou a ser popularmente considerado o “Padroeiro dos pecadores arrependidos da hora derradeira, dos agonizantes, da boa morte”. Morreu sacramentado pela absolvição do próprio Cristo, e por Ele conduzido ao Paraíso.

Francisco das Chagas Batista, poeta paraibano contemporâneo e amigo de Leandro Gomes de Barros, escreveu a História de Dimas, o bom ladrão em cordel, baseado na versão de Enrique Pérez Escrich, contida em sua obra “O mártir do Gólgota”. Vejamos alguns trechos:


Trato da biografia
De Dimas, o Bom Ladrão
De se fazer assassino
Qual a sua precisão
Como morreu e salvou-se
Teve de Deus o perdão.

Era filho dum ourives
Que havia em Jerusalém
Moço versado nas letras
E bom ourives também
Graças a seu pai honrado
Que lhe desejava o bem.

Era obediente aos pais
Aos mais velhos respeitava
Acariciava as crianças
Aos mortos ele enterrava
Naquela alma de Deus
Caridade não faltava.

Porém quando ele contava
Dezoito anos de idade
Morreu seu pai de repente
Foi uma fatalidade
Dimas pranteou-lhe a morte
Chorou que fez piedade.

Chorando exclamava ele
Não há mais prazer comigo
Foi procurar um pedreiro
Que fizesse um jazigo
Para sepultar seu pai
Seu idolatrado amigo.

Cento e cinquenta óbulos
Foi mais ou menos a quantia
Que o pedreiro pediu
E por menos não fazia
Dimas não fez dúvida alguma
Até por mais lhe servia.

(...)

Vieram três fariseus
Um centurião e um malsin
Dimas com a tal surpresa
Entrou perguntando assim:
- O que fazem em minha casa?
Estão atacando a mim?

- Te enganas, disse o mais velho
Repara o que estás fazendo
Eu estou embargando os bens
É só o que estou fazendo
De conformidade a lei
Teu pai morreu me devendo.

Era uma cilada, armada por um judeu ganancioso, que inventou tal história para confiscar a herança de Dimas. Por conta disso, o corpo do seu pai foi jogado na vala comum. Dimas se vinga, matando o homem que tomou a sua herança e em seguida refugia-se no deserto, onde junta-se a um bando de ladrões. Quando a Família Sagrada fugiu de Belém para o Egito, com medo de Herodes, acabou se hospedando no castelo que servia de abrigo aos ladrões capitaneados por Dimas.

Capa do folheto, com autoria atribuída erroneamente
a João Martins de Athayde

Para o lado aonde estavam
Apareceu de momento
Um venerável ancião
Com um manto pardacento
Vencendo a temeridade
De chuva, trovão e vento.

Sustentava o velho as rédeas
De uma cavalgadura
Na qual vinha uma mulher
Moça, de boa estatura,
E uma criança nos braços
Cheia de graça e candura.

Pelas feições parecia
Que vinha muito chorosa
Além dos grandes tormentos
Dessa noite tenebrosa,
Dimas gritou: - Para ou morre!
Com uma voz horrorosa.

Era a Família Sagrada
A quem Dimas diriga
Aquelas duras palavras
Com tão grande tirania
Ameaçando matar
Jesus, José e Maria.

(...)

São José disse ao primeiro
Inquirindo os outros mais:
- Que mal vos fez essa pobre
Que vós outros ameaçais?
Por vida dela e do filho
Suspendei vossos punhais!

- Tens muita razão, meu velho
(respondeu uma voz forte)
Qualquer um que te ofender
Tem que pagar com a morte
Não tem esse nem aquele
É o que tocar de sorte!

Era Dimas, certamente,
Que tais palavras dizia
- Desculpe eu ter vos falado
Com tão grande tirania
Essas vossas barbas brancas
Vos dão toda garantia.

(...)

Agora é bom que demore
Disse Dimas novamente
Vamos até meu castelo
Até que o tempo esquente
2 ou 3 dias, que queiram
Não é um dia somente.


 
O bom oferecimento
Os viajantes aceitaram
Seguiam juntos com Dimas
E os mais os acompanharam
Como o castelo era perto
Em pouco tempo chegaram.

(...)

A virgem deu-lhe o menino
Alvo de olhos azuis
Dimas o beijou nas faces
Sem saber que era Jesus
Sentiu uma comoção
Fruto da Divina Luz.

(...)

Dimas fitou o menino
Continuou sempre olhando
Na mesma esplanada estavam
Umas ovelhas pastando
Dimas pegou o menino
E disse assim, gracejando:

- Estás vendo essas ovelhas?
Aquele rebanho é meu
E aquele cordeiro branco
Eu te ofereço, é teu,
Em memória da hospedagem
Que o salteador te deu.

Nisso o menino sorriu
Como quem compreendia
As palavras que o ladrão
Tão comovido dizia
E acariciou-lhe as barbas
Em sinal que agradecia.

A história é comovente, apesar da linguagem singela utilizada por Chagas Batista. O desfecho, como todos já devem imaginar, dá-se no Gólgota, quando Jesus foi crucificado entre dois ladrões, Dimas e Gestas.

Trinta e tres anos depois
Jesus foi crucificado
Justamente o Bom Ladrão
Foi preso e sentenciado
Para morrer com Jesus
Já estava profetizado.

(...)

Minutos depois Jesus
Por nós na cruz faleceu
Dimas do lado direito
Dessa vez também morreu
Dimas morreu e salvou-se
Gestas foi quem se perdeu.

BIOGRAFIA DE CHAGAS BATISTA

BIOGRAFIA
Por José Fernando Souza e Silva
Francisco das Chagas Batista (nasceu na Vila do Teixeira, PB, em 05/05/1882 e faleceu na capital do Estado da Paraíba em 26/01/1930). Em 1900, vendia água e lenha e estudava, em Campina Grande; seu primeiro folheto, Saudades do sertão, é de 1902; em 1905 vendeu folhetos no Recife, e em Olinda passou pouco tempo no seminário; depois, trabalhou na ferrovia de Alagoa Grande.
Em 1907, pioneiramente, versejou o romance Quo vadis, de Henryk Sienkiewicz; em 1909, residiu em Guarabira, onde trabalhou com o irmão, o editor Pedro Batista e casou com a prima Hugolina Nunes - tiveram 11 filhos, dentre eles os poetas populares Paulo, Pedro, Maria das Neves e o folclorista Sebastião Nunes Batista, que produziu obras referenciais do cordel).
Em 1911, vivia na capital da Paraíba e negociava com livros; em 1913 fundou a Livraria Popular Editora, editando paródias, modinhas, novelas, contos, poesia, e se firmou como um dos intelectuais da época. Em 1929 publica o livro Cantadores e poetas populares, imprescindível para a pesquisa em literatura popular em verso por conter as mais antigas e confiáveis informações sobre esta forma poética. Ele foi dos primeiros editores de cordel e imprimiu produções de muitos poetas populares da época, exceto de João Martins de Ataíde.
Conquanto se o tenha como dos maiores autores do cordel, o estágio atual da pesquisa não permite precisar quantos folhetos produziu. Ruth Terra identificou em coleções 45 inquestionavelmente escritos por ele, dentre os quais 19 sobre a nascente gesta do cangaço e clássicos que criou ao dar forma poética à História da Imperatriz Porcina, de Balthazar Dias, Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães e História de Esmeraldina, baseada em novela do Decameron, de Boccaccio.

Referências bibliográficas
▪ BATISTA, Sebastião Nunes. Francisco das Chagas Batista: notícia bibliográfica. Rio: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1977. 280p.
▪ _______. PIMENTEL, Altimar. Francisco das Chagas Batista e a tradição poética do Teixeira, in Estudos em literatura popular. João Pessoa: Universidade Federal de Pernambuco, 2004, 663p. p. 71-104.
▪ _______. TERRA, Ruth. Memória de lutas: literatura de folhetos do Nordeste. S.Paulo: Global, 1983. 190 p.

O DISCO DA SEMANA

Documento Sonoro do Folclore Brasileiro Volume 6 (Coleção)




A grande novidade desse CD é a presença de dois vaqueiros de Canindé-CE. Cosme Paulino Viana, de Vila Campos, e dona Dina Martins, Rainha dos Vaqueiros e Mestre da Cultura do Estado do Ceará.


01- Ô é chegado em vossa porta - Grupo Reis-de-Bois de Conceião da Barra
02- Senhora dona da casa - Grupo Reis-de-Bois de Conceião da Barra
03- É hora, é hora, meu bem, é h - Grupo Reis-de-Bois de Conceião da Barra
04- Moreninha do meio do salão - Grupo Reis-de-Bois de Conceião da Barra
05- Risca o dedo na sanfona - Grupo Reis-de-Bois de Conceião da Barra
06- Entremos nesta nobre casa - Grupo de "Chegança" de Lagarto
07- Dia de segunda-feira - Grupo de "Chegança" de Lagarto
08- Embarca, embarca, embarca - Grupo de "Chegança" de Lagarto
09- Mestre piloto - Grupo de "Chegança" de Lagarto
10- Terra, terra boa - Grupo de "Chegança" de Lagarto
11- Quando a aurora vem rompendo (marcha de rua) e Ai adeus que eu já me vou (despedida)- Grupo de "Chegança" de Lagarto
12- A minha caninha-verde (abertura) - Grupo de Cana-Verde
13- Sorri, quá, quá - Grupo de Cana-Verde
14- Eu não vendo - Grupo de Cana-Verde
15- Galo, galo - Grupo de Cana-Verde
16- Menina, tu vai ao baile - Grupo de Cana-Verde
17- Caninha-verde, adeus, adeus (despedida) - Grupo de Cana-Verde
18- Ô gado ô, saudade de gado - José Ferreira da Cruz
19- Ah! é gado manso, ê - Luiz Xavier do Nascimento
20- Ô gado manso, bonito touro - Cosme Paulino Viana
21- Chega uma alma de Deus - Luiz Alves de Souza
22- Sinto cheiro de gado giz - Dina Maria Martins Lima
23- Sou da casca da imburana - Terezinha

Lançamento: 1988, selo: Funarte/Atração Fonográfica/Instituto Itaú Cultural.


sexta-feira, 27 de maio de 2011

FÁBRICA DE LEITORES




"DONA BARATINHA E SEU CASÓRIO

 ATRAPALHADO"  - EDIÇÕES

 DEMÓCRITO ROCHA



Com ilustrações de SELMA GINÊZ E MARISOL ALBANO, o cordel ilustrado "DONA BARATINHA E SEU CASORIO ATRAPALHADO" de ARIEVALDO VIANA faz parte da Coleção Fábrica de Leitores, lançada em agosto de 2009. A Coleção reunia 20 livros infantis de autores cearenses, dentre os quais Arlene Holanda, José Mapurunga, Klévisson Viana e Rouxinol do Rinaré, todos com textos em cordel. Na época do lançamento da coleção, foi publicado esse texto no jornal O Povo:

Leitura é coisa séria. As Edições Demócrito Rocha lança, em parceria com o Ministério da Cultura e a Secretaria de Educação do Estado do Ceará, uma coleção especialmente dedicada a um dos principais agentes no processo da leitura e do aprendizado: o professor. Entre contos, cordel, crônicas, poesia, oralidade e outros gêneros, Fábrica de Leitores reúne vinte títulos destinados a alunos e alunas das séries iniciais (1ª e 2ª) de escolas da rede estadual de ensino do Ceará. São crianças entre seis e oito anos residentes nos 36 municípios com as menores notas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Mantido pelo Ministério da Educação, o IDEB associa o desempenho e a taxa de aprovação nas escolas. O resultado reflete o nível de alfabetização e aprendizagem em todo o País.

Ao todo, 2.546 educadores serão beneficiados com o projeto, que tem aprovação do Minc. A coleção Fábrica de Leitores traz livros escritos e ilustrados por “gente da terra”. De forma criativa, eles apresentam narrativas tradicionais (A lenda do labirinto, de Audifax Rios e Suzana Paz), fantasia (A batalha de Jericoacoara, de Daniel Adjafre e Ronaldo Almeida), histórias de trancoso (Um sapo dentro de um saco, de Marcos Mairton e Eduardo Vieira), causos populares (Dona Baratinha e seu casório atrapalhado, de Arievaldo Viana, Selma Ginêz e Marisol Albano) O tesouro da felicidade, de Klévisson Viana, com ilustrações de Jabson Simões, Cavalo de Talo, Boneca de Milho, de Rouxinol do Rinaré, dentre outros.

No lançamento, professores e representantes das escolas dos municípios selecionados receberão kits contendo os vinte exemplares da coleção. Além disso, eles participam de oficinas relacionadas à temática dos livros. Serão dez oficinas, distribuídas em dois turnos de três horas. Em cada uma, cerca de trinta participantes. “É uma forma que os professores aprendem de trabalhar esses conteúdos na sala de aula”, explica Concy Beserra, coordenadora editorial do projeto.

Segundo Eloísa Vidal, idealizadora da coleção, os livros que integram a Fábrica de Leitores representam um grande auxílio no processo de aprendizagem e alfabetização de crianças nos municípios com baixo IDEB. Nessas regiões, registra a professora, “os indicadores de educação são mais resistentes”. Com isso, o ciclo de alfabetização não se efetiva. “Há um gargalo identificado nas séries iniciais”, pondera. Ainda de acordo com a professora, o grande barato dos livros que a Edições Demócrito Rocha publica é que eles não estarão nas bibliotecas, mas nas mãos dos próprios professores. “Os alunos não precisam ir até os livros nas bibliotecas, que, muitas vezes, nem existem nesses municípios. Os livros é que vão até eles.”

TRECHOS:


Na cidade Cucaracha
No Conjunto Açucarado
Rua das Naftalinas
Há muito tempo passado
Viveu Dona Baratinha
Que andava com a morrinha
Procurando namorado.


Tinha dois olhos bem vivos
E lindas asas também
Um dia, varrendo a casa.
Sorrindo achou um vintém
Botou um laço de fita
Se achando rica e bonita
Saiu atrás do seu bem.


O Besouro Mangangá
Logo se candidatou
Mas ao chegar perto dela
Um grande ronco soltou
A baratinha, coitada,
Muito meiga e delicada
Com isso se assustou.

Disse logo: - Eu só me caso
Com um bicho da voz suave
Que seja melodiosa
Nem tão aguda, nem grave,
Não quero ronco, nem urro,
Quero que tenha o sussurro,
Sublime como o da ave.

Quando ela disse aquilo
Passou o boi mandingueiro
Balançando o seu chocalho
Feliz e todo faceiro
Disse a Baratinha: - Amigo,
Você quer casar comigo?
Sou bela e tenho dinheiro!

O boi muito interesseiro
Tratou logo de aceitar...
- Oh! Tão linda senhorita
Quem rejeita desposar?
Disse a Barata ao rapaz
- Como é que você faz?
Eu quero ouvi-lo cantar!

O boi soltou um mugido
De derrubar prateleira,
Disse a Barata: - Ai meu Deus
Tu cantas dessa maneira?
Ouvindo tal cantoria
Terei sustos todo dia,
Terei medo a noite inteira!

(...)
 
* * *

INFORMAÇÃO IMPORTANTE - Em apenas 45 dias de atividades o blog ACORDA CORDEL já teve mais de 7 mil visitas, muitas de países da Europa, como Bélgica, Portugal, Holanda, Alemanha, Espanha e França. Obrigado a todos os visitantes.
 
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quinta-feira, 26 de maio de 2011

DO NORDESTE PARA O MUNDO


LUIZ GONZAGA - CORDELIVRO ILUSTRADO

Será lançado em breve, pela coleção “Do Nordeste para o Mundo”, a história de Luiz Gonzaga em cordel. Pernambucano de Exu, menino arteiro, tocador de sanfona, cantor e compositor que ganhou o título de Rei do Baião. Gonzagão foi um verdadeiro embaixador do sertão, levando para os quatro cantos do Brasil e do mundo uma música que fala sobre o jeito sertanejo de ser.
O texto é de Arievaldo Viana e as ilustrações de Rafael Limaverde.
A Concepção de coleção e Coordenação editorial é da escritora Arlene Holanda, responsável também pela editoração gráfica.
A coleção foi contemplada com o prêmio MANOEL COELHO RAPOSO, da Secult-CE.

Uma estrela fulgurante
Corta o sertão brasileiro
Dia 13 de dezembro
De doze, li no roteiro,
Nascia Luiz Gonzaga
Nosso maior sanfoneiro.