MORREU O POETA JOÃO FURIBA
Morreu de causas naturais, aos cem
anos, nesta quinta-feira, 31, em Cajazeiras, onde estava internado em um
hospital da cidade, o poeta repentista João Bernardo, mais conhecido como João
Furiba. Faria 101 anos em julho.
João Furiba nasceu em Taquaritinga do
Norte-PE e viveu boa parte da vida em Sumé, no Cariri Paraibano. Ultimamente
vivia com a terceira esposa na cidade de Triunfo-PB.
Foi discípulo de Pinto do Monteiro,
com quem viajou por mais de 15 anos e faz parte da galeria dos maiores
repentistas do Brasil, brilhando na mesma constelação onde brilham Geraldo
Amâncio, Ivanildo Vila Nova, Os Batistas, Os Bandeiras, Moacir Laurentino,
Valdir Teles, Oliveira de Panelas e Sebastião da Silva. “João Furiba e Louro
Branco foram os cantadores que mais fizeram a plateia sorrir com seus versos
jocosos e suas mentiras engraçadas”, disse Jomaci Danta, o Lola, poeta e
organizador de festivais de repente pela Paraíba afora.
No ano passado, quando completou cem
anos, ele recebeu diversas homenagens. O empresário João Claudino, seu compadre
e grande apreciador e incentivador da viola, esteve presente nas homenagens.
Há cerca de 16 anos João Furiba
aposentou a viola, não se apresentava mais, mas seu nome continua vivo na
memória dos apreciadores do repente e suas “tiradas” continuam sendo reprisadas
e lembradas nos festivais. “Furiba era uma lenda viva da viola, um ícone da
cultura nordestina, tinha raciocínio rápido e era dotado de um humor peculiar.
Cantoria em que ele estivesse presente era garantia de muitas risadas”,
finalizou Lola.
Wandecy Medeiros | Folha Patoense –
folhapatoense@gmail.com
FURIBA
NAMORADOR
O poeta
Geraldo Amâncio me contou que viajava certa vez pelos sertões pernambucanos, na
companhia de JOÃO FURIBA, quando uma morena escultural subiu no ônibus
conduzindo uma mala bastante pesada.
Furiba, velho
namorador, correu ao seu encontro e pegou logo a dita mala, que pesava uns
trinta quilos ou mais. Indicou uma cadeira, do lado janela, onde a moça se
acomodou e ele, de imediato, sentou ao
lado dela, na cadeira do corredor.
Aí haja
conversa... Furiba não cansava o par de queixos, tentando puxar assunto com a
mulher que olhava distraída pela janela do ônibus, sem responder nada e sem lhe
dar a mínima atenção.
Quando
desceram em Salgueiro, para o almoço, Geraldo provocou o companheiro:
— Eita Furiba
véi namorador!
E o Furiba:
— Poeta, a
mulher só tem imagem... Não tem som!
Por conta
disso escrevi esta glosa no dia de sua morte:
Eu não
conheci FURIBA
Cantando
pessoalmente
Guardo um
relato decente
De GERALDO e
de CAPIBA
Geikio
Amâncio, não proíba,
Eu vou dizer,
sim senhor
Além de bom
cantador
Grande poeta,
inspirado
FURIBA era
festejado
Como um “véi”
NAMORADOR.
(Arievaldo
Vianna)
FURIBA X
PINTO DO MONTEIRO
O poeta César
Barreto, em sua página no facebook, informou o seguinte:
“A morte do grande cantador pernambucano JOÃO
FURIBA (João Batista Bernardo) na quinta feira passada (lamentável ainda que
ele tenha vivido seus 100 anos), me fez lembrar uma estória que ele contou no
programa Violas no Vale (Rádio Vale, Limoeiro do Norte), do qual eu participava
com Valdir Teles e Zé Cardoso. Furiba gostava de aperrear o juízo do Pinto do
Monteiro só pra atiçar a "cascavel do repente". E aí dava nisso:
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