VEM AÍ A SEGUNDA EDIÇÃO de uma obra da dupla ARIEVALDO VIANNA e JÔ OLIVEIRA. O livreto LENDAS
BRASILEIRAS EM CORDEL, onde narro as lendas da MÃE DO OURO, CURUPIRA,
BOTO COR-DE-ROSA e A MULA SEM CABEÇA. A primeira edição desse trabalho, lançado em 2012, foi feito por encomenda dos
CORREIOS que lançou quatro selos de Jô Oliveira referentes à essas lendas do
povo brasileiro. A seguir, trechos da LENDA DO CURUPIRA:
A LENDA DO
CURUPIRA EM CORDEL
Autor:
Arievaldo Viana – Desenhos: Jô Oliveira
1 - A poesia
é um dom
Que a musa
divina inspira
É a pepita
que ofusca
O cascalho
da mentira
Peço ajuda
ao universo
Para narrar,
no meu verso,
A lenda do
Curupira.
2 - Tem os
cabelos vermelhos
Dentes de
rara beleza
Verdes como
a esmeralda
Luz de
vagalume acesa
Não gosta de
caçador
É o gênio
protetor
Das coisas
da Natureza.
3 - Diz a
lenda que um índio
Um dia, por
distração,
Adormeceu na
floresta
E acordou de
supetão
Na sua
frente sorria
O Curupira e
queria
Comer o seu
coração.
4 - O
caçador já matara
Ali alguns
animais
Então
concebeu um plano
Astucioso e
sagaz
Um coração
lhe arranjou
O Curupira
provou
E sorriu,
pedindo mais.
5 - Um
coração de macaco
O caçador
lhe entregou
O Curupira
comeu
O coração e
gostou,
O caçador
respondeu:
- Agora me
dê o seu;
Que o meu
você devorou...
6 - O
Curupira inocente
Agiu com
todo respeito
Pediu a faca
do índio
E cravou no
próprio peito
Depois ficou
estirado
E o caçador
assombrado
Saiu
depressa, sem jeito.
7 - Por
muito tempo o tal índio
Não queria
mais caçar
Por mais que
os seus amigos
Viessem lhe
convidar
Ele
inventava desculpa
No peito
trazia a culpa
Medo,
tristeza e pesar.
8 - A filha
do caçador
Pediu a ele
um colar
O índio, pai
devotado,
Resolveu ir
procurar
Os dentes do
Curupira
Brilhantes
como safira
Para a
filhinha enfeitar.
9 - Achou o
crânio do gênio
E ali mesmo
procurou
Bater com
ele na pedra
Mas logo que
o tocou
De uma
maneira funesta
O espírito
da floresta
Depressa
ressuscitou.
10 - O
Curupira entendeu
Que ele
fosse o responsável
Por sua
ressurreição
E de modo
muito amável
Deu-lhe um
arco pra caçada
E uma flecha
encantada
De valor
inestimável.
(...)