LANÇAMENTO DO NOVO BAÚ DA GAIATICE
Por Pedro Paulo Paulino
Este ano vai marcar a
cultura de Canindé em dose dupla, com o lançamento dos livros O BAÚ DA GAIATICE,
de Arievaldo Viana, e RAIMUNDO MARREIRO – Poeta
Popular, do
radialista Tonico Marreiro. O segundo vai ser lançado em 31 de agosto e o
primeiro, na noite desta sexta-feira, 25, na choperia Aquarius, praça Dr.
Aramis. Ambos os trabalhos têm parentesco de gênero, pois reúnem poesia, causos,
anedotário e acontecimentos jocosos da vida boêmia desta cidade. O primeiro traz
à tona a farta produção do poeta e folclorista Raimundo Marreiro contextualizada
com o Canindé de seu tempo. O segundo é basicamente a continuidade desse
período, coincidindo com a passagem de século-milênio, que assistiu ao
surgimento de novos representantes da poética, da música, da boemia e do
bom-humor da terra de S. Francisco.
Foi ainda em
abril de 1999 que Arievaldo apresentou ao público a 1ª edição de seu BAÚ, dando
com isso uma sacudida na cultura local, que amargava momentos de déficit. O
acontecimento puxou uma série de outras novidades na literatura canindeense,
pois nesse mesmo ano em setembro veio à lume o livro CONCERTO DE POEMAS SEM
CONSERTO, de Celso Góis Almeida. No ano seguinte, Arievaldo enche mais o BAÚ,
põe no ombro e publica a segunda edição da obra, desta vez mais rica em
Literatura de Cordel, que por esse tempo começou a renascer com todo
fôlego.
Nesse
período, Augusto Cesar Magalhães Pinto dedica-se a uma intensa pesquisa
iconográfica que resulta em seu livro VIAGEM PELA HISTÓRIA DE CANINDÉ, publicado
em 2003. Seis anos depois o mesmo autor presenteia o público com o livro
HISTÓRIAS DE NOSSA TERRA E DE NOSSA GENTE – Crônicas Ilustradas,
enfeixando em suas páginas aspectos bem-humorados do cotidiano da cidade. Antes,
em 2002, Arievaldo publica SÃO FRANCISCO DE CANINDÉ NA LITERATURA DE CORDEL,
fugindo um pouco de seu filão, o humor.
Paralelas a
essas publicações, outras tantas reavivaram as letras canindeenses, a exemplo do
livro CREPÚSCULO MATUTINO, do poeta José Maria Costa, e vários folhetos de
cordel de Gonzaga Vieira, Natan Marreiro, Jota Batista e Pedro Paulo Paulino. A
música e as artes plásticas também revelaram em nossa terra novos talentos,
promissores e dinâmicos.
Agora, O BAÚ
DA GAIATICE, mais fornido em sua 3ª edição, traz visual gráfico e impressão de
primeira qualidade, cheio até a tampa de novos causos, histórias, anedotas e
cordéis atraentes. São peças novas misturadas com peças antigas, que ganharam
novos bordados e novas cores, costuradas no melhor tecido encontrado na seara do
folclore cearense, em especial, o folclore canindeense. Ao desafivelar o BAÚ e
revirar seu conteúdo, Arievaldo Viana vai agitar uma fauna incomparável de
personagens cheios de graça, como Zé Freire, Zé Adauto Bernardino, Franzé
D’aurora (vivos); Bunaco, Broca da Silveira, Zuca Idelfonso, Antonio Viana,
Muquila, Mundim Sampaio, Miguel Carpina (de saudosa memória). O livro, com
ilustrações de fino traço, tem o adjutório de um magote de prosadores, poetas e
humoristas canindeenses, entre os quais Jota Batista, Silvio R. Santos, Natan
Marreiro e Pedro Paulo Paulino. E vem com recomendações de primeira ordem,
deixadas pelos saudosos jornalistas-escritores Ribamar Lopes e Blanchard Girão.
O efeito colateral é somente o riso.