XILOGRAVURA
E LITERATURA
DE CORDEL
NAS ESCOLAS
A empresa Cultura
& Criatividade promoverá uma mostra de Xilogravura e Cordel em 05 escolas
das cidades satélites de Brasilia durante o período de maio/junho de 2012. Além
de participarmos da mostra como curador, estaremos também ministrando oficinas
de cordel no período de 11 a 13 de junho no Distrito Federal. Eis um resumo do
texto da curadoria:
O sagrado e profano na gravura popular nordestina
A Xilogravura
é uma arte milenar e teve um casamento perfeito com a Literatura de Cordel a
partir de 1907, segundo o pesquisador Jeová Franklin, detentor de um dos maiores
acervos de gravura popular nordestina de que se tem notícia no mundo. De acordo
com sua pesquisa, o primeiro folheto ilustrado com xilogravura é de autoria de
Francisco das Chagas Batista - A vida de Antônio Silvino. De lá
para cá, surgiram grandes mestres da gravura popular, dentre os quais se
destacam os pernambucanos Dila, Marcelo Soares e J. Borges, os baianos
Minelvino Francisco e Franklin Maxado, o paraibano José Costa Leite, o alagoano
Enéias Tavares dos Santos e os cearenses
Mestre Noza, Damásio Paula, Walderedo, Stênio Diniz, Abraão Batista, José
Lourenço e João Pedro Neto.
3.a
- O SAGRADO E O PROFANO NO CORDEL E NA GRAVURA POPULAR
É
curioso notar que o sagrado e o profano são dois temas sempre presentes na
gravura popular nordestina. O diabo, em particular, aparece bastante nesse tipo
de ilustração, mais que as divindades celestes. Essa ligação da xilogravura com
esse universo místico deve-se, em parte, aos folhetos de cordel, que sempre
exploraram essa temática. Um exemplo disso é o folheto “A chegada de Lampião no
Inferno”, de José Pacheco da Rocha, verdadeiro clássico do gênero, “As queixas
de Satanás sobre a corrupção do mundo”, “Peleja de Riachão com o diabo”, “O
velho que enganou o diabo”, “A sogra enganando o diabo” e tantos outros onde o
chefe das legiões infernais é sempre logrado graças a esperteza de um velho
matuto ou de uma mulher religiosa, reforçam essa teoria. Com relação ao
sagrado, destacamos “A vida de João da Cruz”, de Leandro Gomes de Barros, “Os
sofrimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo”, do citado José Pacheco, além de
centenas de folhetos sobre Padre Cícero, São Francisco, Senhor do Bomfim, São
Jorge, Santo Antônio, Frei Damião e tantos outros.
A
exposição “XILOGRAVURA E LITERATURA DE CORDEL NAS ESCOLAS”, concebida e executada
pela Cultura
e Criatividade, tem o mérito de apresentar essas múltiplas facetas dos
gravadores populares do Nordeste, associando as gravuras escolhidas a dois
temas muito frequentes no Romanceiro Nordestino, o CÉU e o INFERNO. O que
parecer ser antagônico é, na verdade, ramificações de uma mesma árvore, a
RELIGIOSIDADE POPULAR.
3.b
- A XILOGRAVURA E O CORDEL EM VERSOS POPULARES
Trechos
de um folheto produzido por Arievaldo Viana e Marco Haurélio para a exposição
“100 anos de xilogravura no cordel: 1907 – 2007”:
O
folheto de CORDEL
Vem
do século dezenove
Com
Leandro e Pirauá
Começou,
ninguém reprove
Minha
rima, pois agora
Eu
ando Nordeste afora
E
tiro a prova dos nove!
Leandro
Gomes de Barros
Foi
o grande pioneiro
Na
publicação de versos
Por
este Brasil inteiro
Foi
poeta consagrado
Revendo
o “Ciclo do Gado”
Criou
o “Boi Mandigueiro”.
Outros
pioneiros são
João
Melchíades Ferreira
Galdino
da Silva Duda
Um
poeta de primeira
Francisco
Chagas Batista
Também
foi um grande artista
Da
cultura brasileira.
Mil
novecentos e sete
Conforme
a história apura
Foi
o ano em que o cordel
Casou
com a xilogravura
Num
“taco” bem pequenino
Gravaram
Antônio Silvino
Numa
tosca iluminura.
Sobre
a primeira gravura
Feita
por anônimo artista
Que
ilustra um folheto
Do
grande Chagas Batista
Mil
novecentos e sete
É a
data a que remete
O
início dessa lista.
Tempos
depois n'O Rebate
Um
jornal de Juazeiro
Surge
uma seção de trovas
Onde
via-se um violeiro
Talhado
em xilogravura
Arte
sublime e tão pura
Presente
no mundo inteiro.
Na
gravura popular,
Uma
escola muito forte
É a
que ainda produz
Em
Juazeiro do Norte,
Desde
o passado milênio,
Que
teve e tem em Stênio,
O
verdadeiro suporte.
Dessa
nova geração
Abraão
é o primeiro,
Zé
Lourenço, Francorli,
João
Pedro do Juazeiro,
Tem
Ciro, outro gravador,
Erivaldo,
um professor
Lá
no Rio de Janeiro.
Na
Paraíba surgiu
Com
talento e sem enfeite,
Um
traço característico
Que
pra nós é um deleite.
Também
poeta afamado
E um
xilógrafo respeitado
Nosso
José Costa Leite.
(...)
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DA MOSTRA XILOGRAVURA E CORDEL NAS ESCOLAS DE BRASÍLIA:
ResponderExcluirCeilândia
CEM 02, QNM 14, Área Especial
Abertura: 28 de maio
Visitação: 28 de maio a 01 de junho de 2012
São Sebastião - presença do curador Arievaldo Viana, que ministrará a oficina desta semana na quarta-feira, dia 13.
CEM 01, Quadra 203, Área Especial
Abertura: 11 de junho
Visitação: 11 a 15 de junho
Planaltina
CEM Stella dos Cherubins, Rua Hugo Lobo A/E sem nº - Quadra 97 - Setor Sul
Abertura: 18 de junho
Visitação: 18 a 22 de junho
Estrutural
CEF 01, Setor Central, Área Especial 03
Abertura: 25 de junho
Visitação: 25 a 29 de junho
Taguatinga
CEM EIT, QNB 01 - AE 01 - Setor Central, nº 01
Abertura: 2 de julho
Visitação: 2 a 6 de julho
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ResponderExcluireu adolob o luiz gonzaga eu to fazendo um trabalho de xilogravura na escola e vou fazer uma apresentalçao na escola da musica asa branca do luiz gonzaga xau.
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