sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

CORDEL E CINEMA

Glauber Rocha e a literatura de cordel: uma relação intertextual


Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/livros/glauber-rocha-e-a-literatura-de-cordel-uma-relacao-intertextual

Rodrigo Elias

O cinema de Glauber Rocha pode ser caracterizado de várias maneiras, menos como algo simplório. Assim também acontece com a cultura popular. No livro de Sylvia Nemer, a análise dos filmes “Deus e o diabo na terra do sol” (1964) e O dragão da maldade contra o santo guerreiro” (1969) leva em consideração a literatura nordestina de cordel, com toda a mitologia do cangaço. Em trabalho que lhe rendeu o Prêmio Casa de Rui Barbosa, a autora destrincha a “estética da fome” de Glauber, mostrando que o cineasta não “representava” simplesmente a violência da condição social (e natural) à qual esteve (e está) submetida parte considerável dos brasileiros do Nordeste. Ao contrário, ele conseguiu desenvolver, através do seu discurso cinematográfico, uma linguagem da violência, presente na apropriação que ele faz da cultura popular do cordel e na representação dos personagens, das situações e falas na tela grande. A abordagem, com marcante ancoragem teórica, torna o livro de interesse preferencialmente para especialistas.

CORDEL EM CD

 

ACORDA CORDEL NA SALA DE AULA EM CD

MESTRE AZULÃO GRAVA PARTICIPAÇÃO NO CD ACORDA CORDEL

José João dos Santos, o famoso MESTRE AZULÃO, autor de mais de 300 folhetos de cordel, cordelista pioneiro na Feira de São Cristóvão-RJ, cuja obra é pesquisada e admirada em países como Portugal, França e Estados Unidos, acaba de gravar uma participação especialíssima no CD do Projeto ACORDA CORDEL NA SALA DE AULA.

Mestre Azulão colocou a sua viola afinada na faixa "A BOTIJA ENCANTADA E O PREGUIÇOSO AFORTUNADO", de Arievaldo e Klévisson Viana, que é declamada no CD por ARIEVALDO.

Mas a grande sensação é a faixa O BATIZADO DO GATO, um cordel de Arievaldo Viana, interpretado por AZULÃO, ao som de sua magnífica viola.

EIS O REPERTÓRIO DO CD:

1 – ACORDA CORDEL NA SALA DE AULA – Autor: Arievaldo Viana

2 – OS PASSOS DO LETRAMENTO – Autor: Arievaldo Viana

3 – MATEMÁTICA EM CORDEL – Autores: Zé Maria e Jocélio

4 – PORQUE NÃO APRENDI A LER – Autor: Alberto Porfírio

5 – O ABC DA VIDA – Autor: Arievaldo Viana

6 – A BANDEIRA BRASILEIRA – Autor: Dr. Antônio Ferreira

7 – CEARÁ SELVAGEM – Autor: Rogaciano Leite

8 – A GRAMÁTICA EM CORDEL – Autor: Zé Maria de Fortaleza;

9 – CONFISSÃO DE CABOCLO – Autor: Zé da Luz

10 – O BATIZADO DO GATO – Autor: Arievaldo Viana

11 - Faixa Bônus:  A BOTIJA ENCANTADA E O PREGUIÇOSO AFORTUNADO
Autores: Arievaldo e Klévisson Viana

PARA ADQUIRIR O KIT COMPLETO DO PROJETO ACORDA CORDEL (LIVRO, CAIXA DE FOLHETOS E CD) entre em contato conosco através do e-mail:
acordacordel@ig.com.br

ENVIAMOS PELO CORREIO PARA QUALQUER PARTE DO BRASIL.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

FABIO SOMBRA EM FORTALEZA


Encontra-se de passagem por Fortaleza o escritor, cordelista e violeiro Fábio Sombra, realizando pesquisa para mais um de seus livros. Ontem tivemos animado bate-papo, com direito a vinho e boa música em minha residência. Ele veio na companhia de seus livros e de um curioso instrumento português chamado "Ukulelê", uma pequena viola, mais parecida com um cavaquinho, de sonoridade bem interessante. O instrumento foi batizado carinhosamente com o nome de 'Francisquinho'. Fábio encantou-se com as canções de Zé Viola, a rabeca de Beto Brito e o Pastoril do Velho Faceta. Seja bem vindo, companheiro!

Yuri experimenta o "Francisquinho"

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

LANÇAMENTO


MELINDROSO NA VERSÃO LIVRO

Finalmente o 'Jumento Melindroso' saiu na tão esperada versão livro infanto-juvenil, com o patrocínio da Fundação Sintaf e apoio cultural da AAFEC e do SINTAF-CE. O lançamento será no dia 22 de dezembro, durante o NATAL DOS FAZENDÁRIOS, no Círculo Militar de Fortaleza.

O livro saiu com o selo editorial da PREMIUS EDITORA, de Fortaleza, com tiragem inicial de 2 mil exemplares. Texto e ilustrações do autor, que contou com a colaboração de EDUARDO AZEVEDO na composição de algumas cenas.

A história, ambientada no final do século XIX, quando ainda governava o imperador D. Pedro II, é ambientada no Sertão Central do Ceará e fala de um astucioso jumento que afronta os saberes acadêmicos de dois renomados cientistas europeus.

Breve nas melhores livrarias de Fortaleza.

Pedidos para: acordacordel@ig.com.br
DESCONTOS ESPECIAIS PARA ESCOLAS QUE QUEIRAM ADOTAR A OBRA COMO LIVRO PARADIDÁTICO.



terça-feira, 13 de dezembro de 2011

DEUS TE SALVE, ZELAÇÃO!


Luiz Gonzaga, do Nordeste para o mundo

Trechos do livro de Arievaldo Viana, ilustrado por Rafael Limaverde
Projeto editorial: Arlene Holanda


Uma estrela fulgurante

Corta o sertão brasileiro;

Dia 13 de dezembro

De doze, li no roteiro,

Nascia Luiz Gonzaga

Nosso maior sanfoneiro.



E Januário, o seu pai,

Olhando aquele clarão

Vendo a chegada do filho

Teve linda inspiração

Sorriu e disse bem alto:

- Deus te salve, zelação!


Januário José dos Santos

Tocador de concertina

Perito em consertar foles

Guardou então na retina

Esse bendito presságio

Da estrela matutina.



Seu fole era um “pé de bode”,

Oito baixos verdadeiro,

Tocava xote, mazurca,

E arrasta-pé brasileiro

As matrizes do forró

Que invade o Brasil inteiro.



Pé da serra do Araripe

Na fazenda Caiçara,

Sua mãe, dona Santana

Nessa madrugada clara

Acalentava o menino

De inteligência tão rara.


(...)

Os "Sete Gonzagas" - Januário e seus filhos, em 1952



GLOSSÁRIO

ESTRELA FULGURANTE –  Luz que fulgura, corpo celeste brilhante.

ZELAÇÃO –  Estrela cadente, brilho que risca o céu provocado pela queda de um asteróide ou meteorito.

CONCERTINA –  Concertina é o nome pelo qual é conhecido o acordeão diatônico. Trata-se de um instrumento de palhetas livres, com fole, semelhante a um acordeão, com dois teclados dispostos de maneira a favorecer a formação de acordes pelo executante.

FOLE PÉ DE BODE – A sanfona “pé-de-bode” ou fole de oito baixos é considerado pelos sanfoneiros um dos instrumentos mais difíceis de executar. É que os botões emitem um som quando o fole abre e outra nota, quando o fole fecha.

MAZURCA – A mazurca é uma dança tradicional de origem polaca, feita por pares formando figuras e desenhos diferentes, em compasso de ¾ e tempo vivo. O próprio Gonzagão a define assim:

Mazurca, velha mazurca
Dança grossa do meu sertão
Quando toca uma mazurca
Na latada ou no salão
Os meninos com as meninas
Vão desasnando de pé no chão
Tocador pra ser tocador
Toca mazurca lá no meu sertão.
 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

TREZE DE DEZEMBRO, A CANÇÃO


Gonzaga anima seus primeiros 'sambas' num fole 'pé-de-bode'

TREZE DE DEZEMBRO
Luiz Gonzaga - 50 anos de chão - disco 1

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TREZE DE DEZEMBRO, A CANÇÃO

Começam hoje (oficialmente) em todo o país, especialmente no Nordeste, as comemorações alusivas ao centenário de Luiz Gonzaga do Nascimento, o Rei do Baião, a voz mais expressiva da música nordestina e uma das principais matrizes criativas da MPB.
Em 05 de fevereiro 1953 no auge de sua parceria com Zedantas, Luiz Gonzaga volta a gravar uma música instrumental, coisa que vinha abandonando aos poucos desde que começara a fazer sucesso como cantor. No lado “A” do bolachão de cera estava o sucesso “Xote das meninas” e no lado “B” a bela composição instrumental. Trata-se do chorinho “Treze de dezembro”, referência explícita à data de seu nascimento, gravação de insuperável beleza, lançada em maio do mesmo ano (80-1108-B, matriz BE3VB-0008). A composição nascera em dezembro de 1952, quando Gonzaga completara 40 anos e o amigo Zedantas surgiu com o tema quase pronto... Digo “quase” porque faltava a música receber o toque mágico, a roupagem tecida pela sanfona do mestre “Lua’, que prova de maneira incontestável ser um grande instrumentista nessa ótima gravação.
Muito tempo depois, numa singela homenagem ao mestre, o compositor baiano Gilberto Gil resolveu colocar uma letra na canção que acabou sendo gravada por Elba Ramalho num de seus melhores discos, o CD “Leão do Norte”, de 1996.

TREZE DE DEZEMBRO
Melodia de Luiz Gonzaga e Zedantas
Letra de Gilberto Gil
Gravação de Elba Ramalho no CD Leão do Norte

Bem que esta noite eu vi gente chegando
Eu vi sapo saltitando
E ao longe ouvi o ronco alegre do trovão
Alguma coisa forte pra valer
Estava para acontecer na região
Quando o galo cantou
Que o dia raiou eu imaginei
É que hoje é treze de dezembro e a treze de dezembro
Nasceu nosso rei
O nosso rei do baião
A maior voz do sertão
Filho do sonho de D. Sebastião
Como fruto do matrimônio
Do cometa Januário
Com a estrela Santana
Ao nascer da era do Aquário
No cenário rico das terras de Exu
O mensageiro nu dos orixás
É desse treze de dezembro
Que eu me lembrarei e sei que não me esquecerei jamais.

No link abaixo, um redirecionamento para o maravilhoso site FORRÓ EM VINIL (www.forroemvinil.com) onde a gravação de Elba encontra-se disponível para download.

Para baixar esse disco: http://www.forroemvinil.com/?p=7

ANIVERSARIO DE LUIZ GONZAGA


Naldinho do acordeon - Treze De Dezembro 
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