Rosilene Melo, de Campina Grande, é pesquisadora de Literatura de Cordel no Brasil já 30 anos — Foto: Reprodução/TV Paraíba
Professora da UFCG é primeira mulher
paraibana na Academia Brasileira de Literatura de Cordel
Rosilene Alves de Melo é professora no campus da UFCG em
Cajazeiras, no Sertão. Pesquisadora há 30 anos, ela vai ocupar cadeira
pertencente ao folclorista Câmara Cascudo, destinada àqueles que contribuem
para a pesquisa e difusão do cordel no Brasil.
Uma professora da Universidade
Federal de Campina Grande (UFCG) é a primeira mulher paraibana a ocupar uma
cadeira da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC). Campinense e
professora de história no campus da UFCG em Cajazeiras, no Sertão da Paraíba,
Rosilene Alves de Melo é pesquisadora da literatura de cordel há 30 anos.
A posse da pesquisadora, que
aconteceria nesta quarta-feira (15), na sede da ABLC, no Rio de Janeiro, foi
adiada devido à paralisação nacional nas instituições públicas de ensino no
país. Segundo Rosilene, a nova data de posse está para ser marcada. Na
Academia, a professora ocupará a cadeira pertencente ao folclorista Câmara
Cascudo, destinada àqueles que contribuem para a pesquisa e difusão do cordel
no Brasil.
“A academia congrega não só poetas, mas os
pesquisadores também, que tem um trabalho importante desde o século XIX de
promover essa literatura, então eu acho necessário essa aproximação e esse
reconhecimento também de vários pesquisadores”, explica Rosilene.
No ano passado, Rosilene Alves
redigiu o dossiê de registro da Literatura de Cordel como Patrimônio Cultural
do Brasil, tendo coordenado a equipe de pesquisadores do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) que realizou o inventário do
cordel brasileiro.
Envolvimento com a ABLC
O envolvimento da paraibana com a
Academia Brasileira de Literatura de Cordel teve início em 2010, quando a
professora começou a participar dos trabalhos de registro da Literatura de
Cordel como Patrimônio Cultural do Brasil.
“Eu conheci o poeta Gonçalo Ferreira da Silva,
que é o presidente da Academia e vários acadêmicos, então foram oito anos de
convivência, muito próxima com eles, e agora eu recebi dos poetas essa honra, e
eu recebo com muita humildade e muita gratidão, afinal de contas eu não sou
poeta, eu sou uma pesquisadora, mas é um reconhecimento pelo nosso trabalho,
pela nossa dedicação”, frisa a professora.
Paixão pela Literatura de Cordel
A pesquisadora conta que a paixão
pelo cordel começou em um sítio em Queimadas, no Agreste da Paraíba, onde o avô
dela morava. “Lá eu escutava muita cantoria, depois, na adolescência, eu
participei de alguns festivais de violeiros, assisti os festivais que
aconteciam na AABB, no bairro São José, em Campina Grande, e quando eu fui pra
UFCG, como aluna do curso de história, eu comecei a pesquisar literatura de
cordel, e agora já são 30 anos de pesquisa”.
Autora de diversos estudos e
projetos de fomento ao cordel, a professora é autora do livro Arcanos do Verso:
trajetórias da literatura de cordel. “Esse é um trabalho que eu fiz sobre uma
editora de cordel lá da cidade de Juazeiro do Norte, da Tipografia São
Francisco, que foi uma das editoras mais importantes dedicadas exclusivamente à
produção do folheto de cordel no Brasil”.
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