O meu amigo e parceiro PEDRO PAULO PAULINO, através de seu blog VILA CAMPOS ONLINE (www.vilacamposonline.blogspot.com) prestou uma comovente homenagem ao centenário de meu avô MANOEL LIMA. OBRIGADO, POETA!
Na data de hoje, no ano de 1912, nasceu o Sr. MANOEL BARBOSA LIMA. Completaria, portanto, um século. Foi um dos homens mais destacados de todo este sertão, como cidadão de bem, comerciante e dono da Fazenda Ouro Preto, no município de Quixeramobim, atualmente Madalena. Seu Mané Lima, como era conhecido, é o avô paterno do poeta Arievaldo Viana Lima. O blog presta uma homenagem ao seu centenário, através das décimas a seguir:
MANÉ LIMA CENTENÁRIO
Pedro Paulo Paulino
Manoel Barbosa Lima,
Mané Lima, simplesmente,
Faria hoje cem anos,
Se estivesse entre a gente.
Porém, em noventa e seis,
Depois dos oitenta e três
Partiu para o andar de cima.
Mas inda hoje o sertão
Relembra com gratidão
Manoel Barbosa Lima.
Mil novecentos e doze,
Mané Lima ao mundo veio,
Para na terra dos homens
Dar um tranquilo passeio.
Viver, não lhe foi problema,
Pois nasceu trazendo o lema
Da mais pura retidão.
Como um feliz ser humano,
Abriu as portas do ano
Que deu à luz Gonzagão.
Na fazenda Campo Grande,
Por este sertão sem fim,
Foi que nasceu Mané Lima,
Lá no Quixeramobim.
Homem forte sertanejo,
Alimentou seu desejo
De sempre ser do sertão,
Onde nasceu e morreu
E tantos anos viveu
Sem nunca deixar seu chão.
Cidadão de roça e gado,
Também foi comerciante,
Esteio de muita gente,
Tornou-se um nome importante.
Sua fazenda Ouro Preto
Foi o seu amado gueto,
Um ponto de referência
De quem nela trabalhou.
Ali, ele atravessou
Sua feliz existência.
Zelar virtude e respeito,
Foi coisa da sua lavra,
Bem como cumprir deveres
Sem nunca quebrar palavra.
Na bodega do sertão,
No cultivo do algodão,
Quando este estava de cima,
Na ordenha no curral,
Em toda lida rural,
Estava lá Mané Lima.
No casarão da fazenda
De vistosa arquitetura,
O fruto do seu trabalho
Era visto na fartura;
Na varanda aconchegante
Recebia a cada instante
A vizinhança, e em cujo
Alpendre tão generoso
Se ouvia o fole manhoso
Do Edmundo Araújo.
Nos momentos de descanso
Da luta do dia a dia,
Era o seu prazer ouvir
“Romances” e cantoria.
Mesmo com pouca leitura,
Tinha anseio por cultura
E paixão tinha por rima;
Contar e ouvir história
Que guardava na memória,
Cativava Mané Lima.
Com D. Alzira de Sousa
Multiplicou sua vida.
Como pai e como avô
Sua missão foi cumprida.
Foi ele assim como um astro
Influente e em cujo rastro
Orbita um sistema inteiro;
Aquele sol que governa;
Ela, companheira eterna,
Ele, eterno companheiro.
Grande exemplo de moral,
Homem nobre, respeitado,
Daquele tipo que é hoje
Tão raramente encontrado.
Viveu seu tempo a seu jeito,
Zelando nome e conceito,
Sem inverter os papéis.
Foi no seu longo caminho
O tipo que um sozinho
Vale muito mais que dez.
Se não está entre nós
Esse homem já lendário,
O seu nome o representa
Hoje no seu centenário.
Viver bem foi seu escudo.
E foi tão feliz em tudo,
Que o nome rima com rima.
Nesta data memoranda,
O sertão em peso manda
Parabéns pra Mané Lima!
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