segunda-feira, 26 de novembro de 2018

ZÉ LIMEIRIANDO


Uns sessenta e tantos anos antes de Orlando Tejo nos apresentar ZÉ LIMEIRA, o Poeta do Absurdo, o velho LEANDRO GOMES DE BARROS andou praticando umas estrofes "limeirianas", incluindo o famoso farmacêutico ALPHEU RAPOSO, de Recife. O poema é da primeira década do século passado. Confiram:

O ANTIGO E O MODERNO

Leandro Gomes de Barros


Quando o velho Santo Jó
Viu-se doente e leproso
No Recife Alfeu Raposo
Mandou-lhe uma fricção,
A mulher dele mandou
Pedir ao Dr. Tomé
Na farmácia São José
O Elixir da Salvação.


Nas bodas de Canaã
Que Cristo fez da água vinho
A Lanceta de Agostinho
Exagerou sem limite
Soares Raposo deu
Carne para lombo e bife
E o Jornal do Recife
Fez os cartões de convite.


São Pedro era pescador
Antes de seguir Jesus
Quando o Dr. Santa Cruz
Tomou conta de Monteiro
Nero Imperador Romano
Mandou um seu paladino
Chamar Antônio Silvino
Para ser seu cangaceiro.

Leandro Gomes de Barros


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