Uns sessenta e tantos anos antes de Orlando Tejo nos apresentar ZÉ LIMEIRA, o Poeta do Absurdo, o velho LEANDRO GOMES DE BARROS andou praticando umas estrofes "limeirianas", incluindo o famoso farmacêutico ALPHEU RAPOSO, de Recife. O poema é da primeira década do século passado. Confiram:
O ANTIGO E O MODERNO
Leandro Gomes de
Barros
Quando o velho Santo
Jó
Viu-se doente e
leproso
No Recife Alfeu Raposo
Mandou-lhe uma
fricção,
A mulher dele mandou
Pedir ao Dr. Tomé
Na farmácia São José
O Elixir da Salvação.
Nas bodas de Canaã
Que Cristo fez da água
vinho
A Lanceta de Agostinho
Exagerou sem limite
Soares Raposo deu
Carne para lombo e
bife
E o Jornal do Recife
Fez os cartões de
convite.
São Pedro era pescador
Antes de seguir Jesus
Quando o Dr. Santa
Cruz
Tomou conta de
Monteiro
Nero Imperador Romano
Mandou um seu paladino
Chamar Antônio Silvino
Para ser seu cangaceiro.
Leandro Gomes de Barros
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