NO TEMPO DA
LAMPARINA
II VOLUME DE MEMÓRIAS
DE UM MENINO
SERTANEJO
Pré-lançamento do novo livro de
Arievaldo Vianna, neste sábado, 26/05, em sessão da Academia Canindeense de
Letras.
Data: 26 de maio de 2018
Local: Auditório da CDL de Canindé
Horário: a partir das 9h
Entrada aberta ao público.
Informações:
arievaldoviana@gmail.com.br
O sertão das
nossas memórias
“No
tempo da lamparina – Memórias de um Menino Sertanejo” é o título do novo livro
de Arievaldo Vianna, espécie de continuação do livro “Sertão em Desencanto”
lançado em maio de 2016. Como nas antigas estórias de Trancoso, em que
fabulosos tesouros são desenterrados, Arievaldo Vianna abre, nesta obra, os
baús da própria memória, e tira de lá um mundo de vivências que retratam não
apenas suas experiências individuais, mas todo o quadro de um sertão
desconhecido das novas gerações.
Já para os que, como ele, nasceram
naquela parte do mundo nos anos 1960 – e que, portanto, viveram no mesmo
cenário e em circunstâncias semelhantes – este livro tem o condão de os
transportar instantaneamente para aquela realidade de cores fortes e sons
marcantes...
Foi assim que ao ler avidamente cada
página pisei novamente na areia fria do riacho à sombra dos pés de oiticica,
ouvi os bandos de capotes no terreiro, senti o cheiro do ferro a brasa, da
folha verde de marmeleiro e da cinza de fogão a lenha que se misturava aos
objetos do precioso monturo... ouvi o tilintar dos chocalhos pesados das vacas,
e dos mais delicados, das ovelhas, sendo tangidas nas capoeiras, pelo familiar
aboio dos vaqueiros...
Percorri o corredor da casa de
fazenda, abri o caixão da farinha e vi, na despensa, a prateleira dos queijos e
os baús de redes lavadas e cheirando a sol, prontas para receber
hospitaleiramente qualquer viajante que chegasse, a qualquer hora do dia ou da
noite.
O valor de obras como esta ultrapassa
em muito o papel de reavivar memórias familiares. Este livro é o retrato
histórico de uma época, o que enriquece o conhecimento que se tem a respeito da
humanidade, cuja jornada é a somatória de cada vivência, cada saber particular
e de grupos ou comunidades.
Assim, nas memórias bem-humoradas de
um menino atento ao mundo à sua volta, vêm à tona tradições e práticas que se
perderam completamente ou estão em vias de desaparecer, como o trabalho
artesanal do curtidor de couro.
São muitas histórias, boas de contar,
de ler e de ouvir, pelos que as viveram e pelos que nunca imaginaram que tal
mundo possa ter existido.
Ana Rita Araújo (jornalista)
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