domingo, 25 de março de 2012

CHICO ANYSIO EM CORDEL

CHARGE: Amarildo - Chargista e Editor de Ilustração do jornal A Gazeta de Vitória-ES.

 

CHICO ANYSIO NO CÉU


Stélio Torquato Lima

A brisa é que revelou
O causo que ora conto.
Eu ri tanto da história,
Que até mesmo fiquei tonto.
Agora, sem perder tempo,
Conto-lhes tudo de pronto.

Disse a brisa que no céu
Chegava uma multidão,
Quando um anjo que guardava
O celestial portão,
Saiu dali numa corrida
E com grande aperreação.

Sendo ele estagiário,
Não sabia como agir
Diante da multidão
Que chegava ao porvir
E batia no portão,
Pedindo pra ele abrir.

Ligeiro, ele bateu
Na porta do escritório
Onde Rafael, o chefe
Cuidava de um relatório,
Pois São Pedro se encontrava
Ausente do território.


“Amadeus, o que ocorre?
Pra que tanto escarcéu”.
“Rafael, uma multidão
Está chegando no céu.
Por favor, vem me ajudar,
A atender o povaréu”.


Rafael lhe perguntou:
“Uma grande multidão?
O que foi que aconteceu?
Caiu outro avião?”
E Amadeus respondeu:
“Chefe, não foi isso não”


“Então só pode ter sido
Um trem que virou na terra”.
“Não, meu chefe, não é isso,
Que tanto aqui me aterra”.
“Então foi um terremoto?
Uma enchente? Uma guerra?”.


Amadeus, pra Rafael
Foi depressa explicando:
“Não ocorreu nada disso
Que o senhor tá mencionando.
O que ocorre é que aqui
Chico Anysio vem chegando”.


“E o cearense querido,
Humorista excelente,
Não vem chegando sozinho,
Vem com ele muita gente,
Personagens de montão,
Cada um mais diferente”.

“Tem um tal de Azambuja,
E um Professor Gavião.
Um disse que é o Jovem,
Outro que é o Gastão.
Há até um mentiroso
De nome Pantaleão”.


“Meu patrão, tem até mesmo
Um tal de Bento Carneiro,
Que jura de pé bem junto
Que é um vampiro brasileiro.
Sem contar com o Velho Zuza
E o Coronel Limoeiro”.


“E não pense que é só homem
Que aqui põe o seu pé:
Veio aqui Dona Ilária,
Flora Romão, Salomé,
Também Maria Baiana
E a Neyde Taubaté”.


“E digo, sem ser fofoca,
Porque isso é muito feio,
E eu quero impedir
Que me aumente o aperreio,
Que há gente ali que está
Bem na coluna do meio”.


“Não é homem, nem mulher,
O pai-de-santo Painho
E Haroldo, que se diz hétero
Mas é mentira – adivinho.
Rosseti e Olegário Rapp
Também vão nesse caminho”.


“Bruce Kane, Coalhada,
Canavieira, Bozó,
Fumaça, Justo Veríssimo,
Silva, Tavares, Popó...
Como é que tanta gente
É filho de um homem só?”

“Eu não sei qual é o nome
E que foto irei botar
Na carteira do cristão
Que acaba de chegar:
É a do próprio Chico Anysio
Ou das criações sem par?”


(...)

Acredito que o poeta STÉLIO TORQUATO vai lançar uma edição em folheto do referido cordel. Aguardem e adquiram um exemplar.

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