quarta-feira, 30 de novembro de 2011

DEZEMBRO CHEGOU...


Soneto de Natal
Machado de Assis



Um homem, — era aquela noite amiga,
Noite cristã, berço no Nazareno, —
Ao relembrar os dias de pequeno,
E a viva dança, e a lépida cantiga,

Quis transportar ao verso doce e ameno
As sensações da sua idade antiga,
Naquela mesma velha noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno.

Escolheu o soneto... A folha branca
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,
A pena não acode ao gesto seu.

E, em vão lutando contra o metro adverso,
Só lhe saiu este pequeno verso:
"Mudaria o Natal ou mudei eu?"


Texto extraído do livro "
Poesias Completas - Ocidentais", 1901, pág. s/nº.

Conheça o autor e sua obra visitando "
Biografias".

2 comentários:

  1. Resposta de Dedé ao poema de Machado de Assis:

    Não, o Natal nunca mudou, jamais!
    Por que razão tão desinteligente
    Mudar-se-ia esta explosão de paz
    Que muda o mundo repentinamente?

    Talvez eu esteja assim, indiferente,
    Porque a vida me açoitou demais,
    E eu veja escrito a cada passo à frente
    Que o trem do tempo nunca andou pra trás...

    Mas quem sou eu para ter o direito
    De me sentir magoado e contrafeito,
    Se o próprio Cristo que morreu por mim

    Volta sorrindo em todos os Natais?
    Não, o Natal nunca mudou, jamais!
    Se houve mudança, foi somente em mim.

    Dedé Monteiro - Tabira/PE

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  2. Caro HÉLIO LEITE, obrigado pela colaboração. Eu não conhecia esse poema de DEDÉ MONTEIRO em resposta ao famoso soneto de Machado de Assis. Foi muito oportuna a sua postagem.

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