POETA PARAIBANO LANÇA DOIS NOVOS TÍTULOS
Minha avó costumava dizer que quando Deus nos fecha uma porta, Nossa Senhora nos abre uma janela. Na sua visão simples de mulher sertaneja, temente à Deus e devota de Nossa Senhora (jamais deixou de rezar uma novena em devoção à Virgem Maria no mês de maio), vovó queria mostrar com isso que a Providência Divina jamais desampara aqueles que rezam com fé e confiam na graça de Deus. Sobretudo aqueles que sabem dar amor aos seus semelhantes e procuram, de alguma maneira, ajudar o seu próximo.
Ao ler o cordel “As três verdades de Deus”, belíssima adaptação que o poeta paraibano Janduhi Dantas fez de um conto do escritor russo León Tolstoy reencontrei essa sábia verdade que minha avó costumava dizer. A Providência Divina age no tempo certo e não desampara aqueles que entregam a sua vida nas mãos do Senhor.
Janduhi Dantas, poeta competente e sensível, soube transpor as palavras do grande escritor russo para a linguagem do cordel, sem descaracterizá-lo e sem antecipar a grande surpresa que o leitor terá no final. Mesmo quem já conhece o conto de Tolstoy haverá de se comover com a bela narrativa do poeta paraibano, a quem mando publicamente os meus parabéns.
O cordelista já havia dado provas de seu talento ao fazer uma versão da Gramática em cordel e também saiu-se muito bem ao recontar a história da Revolta de Princesa num belo folheto de 42 páginas, formato um pouco maior que o tradicional e capa e miolo em papéis de boa qualidade. São lançamentos imperdíveis para os amantes da verdadeira Literatura de Cordel. Numa época em que se publica tanta asneira com esse pomposo rótulo, poetas como Janduhi são sempre bem vindos e uma prova evidente de que o verdadeiro cordel ainda resiste.
Arievaldo Viana
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