PARQUE DO POVO, EM CAMPINA GRANDE,
EXPÕE FOLHETOS DO POETA MANOEL MONTEIRO
Manoel Monteiro é o poeta homenageado.
Fonte: Daniel Buarque Do G1, em Campina Grande (PB)
Uma das principais expressões da cultura popular nordestina divide um pouco da atenção como forró em plena festa de São João no Parque do Povo, principal polo de cerimônias de Campina Grande, na Paraíba, durante o mês de junho. Em um espaço especialmente dedicado à poesia, a literatura de cordel é homenageada junto com um dos principais autores do gênero na cidade, Manoel Monteiro.
“O cordel nunca teve tanta evidência quanto hoje”, disse o poeta em entrevista ao G1 em meio a dezenas de títulos publicados por ele, no Recanto da Poesia – Espaço Manoel Monteiro, sala que leva seu nome.
A explicação dele é que depois de ter seu auge e começar a decair por conta da mídia de massa nos anos 1960, o cordel foi redescoberto pela academia em vários países e passou a ser revisto de forma aprofundada. Uma das comprovações disso, diz, é o fato de o modelo ser título de uma novela, Cordel encantado.
Monteiro contou que já publicou quase 200 cordéis. Alguns deles já atingem a sétima edição, o que significa que foram vendidos mais de 7 mil exemplares. “A cultura de massa nunca morre”, disse. Os livrinhos são encontrados em bancas de revista da Paraíba, e muitos deles já foram digitalizados e colocados na internet.
Segundo ele, seu trabalho começa com a escolha de um tema, seguido pela pesquisa e pelo trabalho de escrever poesia sobre aquilo, passando então ao computador, que ele nem usa. “Não sei nem ligar um computador”, contou.
Em meio a biografias e obras de crítica social, alguns cordéis falam de cornos e piadas, mas isso não precisa desmoralizar o trabalho sério. “Tem muita gente que faz cordel de brincadeira, mas eu levo muito a sério”, disse, fazendo alusão a novas edições de cordeis seus em formato de livro, que vão ser usados em escolas e universidades do Brasil.
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