Padre Mororó, D. Guidinha do Poço, Antônio Conselheiro,
Vaqueiros e Cantadores estão no livro SERTÃO EM DESENCANTO.
SERTÃO EM DESENCANTO – I VOLUME DE
MEMÓRIAS
Novo livro de Arievaldo
Vianna resgata a história dos clãs Sousa-Mello, Martins Vianna, Barbosa-Severo,
Fonseca-Lobo, Chagas, Paulino, Araújo, Maciel, Aderaldo, Lima, dentre outros.
São 300 anos de história que se desenrolaram nos municípios de Sobral, Santa
Quitéria, Quixeramobim, Canindé, Itatira, Madalena e Boa Viagem.
SERTÃO EM DESECANTO – I VOLUME DE
MEMÓRIAS, o 31º livro do escritor Arievaldo Vianna, será lançado no próximo dia
07 de maio em Canindé-CE. Essa data marca o 75º aniversário de seu pai,
Francisco Evaldo de Sousa Lima, que também completa este ano suas bodas de ouro
com dona Hathane Viana Lima.
Este livro, a rigor, não é um
livro de GENEALOGIA, porém um livro de história. Não é a visão de quem esteve no centro da
história, ou fazendo história, mas de quem participou discretamente ou a ouviu
contar, num ambiente totalmente fora do eixo onde os acontecimentos se
desenrolavam.
As vilas de QUIXERAMOBIM, CANINDÉ
E SOBRAL, como qualquer outra, tinham os seus figurões, os seus mandantes, os
seus caciques. No final do Século XVIII e primeira metade do Século XIX nossos
antepassados eram mais atuantes e estiveram à frente de alguns acontecimentos
importantes. Depois do fracasso da Confederação do Equador, os SOUZA-MELO,
MARTINS-VIANA, SEVERO-BARBOSA preferiram o anonimato. Focaram suas ações na
lida do campo, na agricultura e na pecuária, participando discretamente dos
acontecimentos ao longo de quase 200 anos de história.
À exceção do PADRE MORORÓ, pelo
lado SOUSA MELO e do ex-ministro ARMANDO FALCÃO pelo ramo BARBOSA-SEVERO, ao
qual era filiado meu avô MANOEL BARBOSA LIMA, não tenho notícias de grandes
voos de parente algum no campo da política.Tem sido sempre uma colaboração
discreta, persistente e um olhar atento à história, desde os avós dos meus
avós.
No campo da CULTURA, entretanto,
a coisa muda de figura. Os LIVROS sempre estiveram presentes nesses lares
sertanejos e o homem de letras sempre foi visto com entusiasmo pelos meus
antepassados. Um José de Alencar, um Machado de Assis, um Humberto de Campos
sempre gozaram de mais prestígio que qualquer figurão da política. Aprendi com os antigos, sobretudo com a minha
avó ALZIRA o respeito e o carinho pelos homens de letras e a devoção pelo
universo da Literatura.
Daí que a proposta desse livro,
SERTÃO EM DESENCANTO, é contar a saga dessas famílias ao longo dos últimos 300
anos, mesclando-a com acontecimentos históricos dos sertões de Sobral,
Quixeramobim e Canindé, permeando-a com citações recorrentes à João Brígido,
Barão de Studart, Manuel de Oliveira Paiva, Gustavo Barroso, D. Antônio de
Almeida Lustosa, Martins Capistrano, Antônio Bezerra, Rodolfo Teófilo, Rachel
de Queiróz e outros expoentes do mundo das letras que se ocuparam dessa região
em seus escritos.
TRECHO DO PREFÁCIO, POR
SÍLVIO R. SANTOS
(...) MANUSCRITOS, NATURALMENTE –
Bem poucas famílias tiveram oportunidade de desvendar suas origens através da
herança de manuscritos, quando a alfabetização foi sempre uma exceção. Que dirá
em prosa e verso. Desse sortilégio soube-se haver o autor, para saber de sua
capacidade de realização seria preciso conhecê-lo desde menino, o que vem a ser
o caso. Bem poderia o mesmo se contentar com um livro genealógico, pinçar
fotos, mas empreendeu obra de maior abrangência, quando vista em conjunto,
mesmo de grande fôlego. Nessa empreitada contou com a ajuda de parentes, alguns
bem distantes, indispensáveis para a descoberta de fotos raras e manuscritos
ainda mais. Qual seja divulgar fatos imprescindíveis da história nordestina e,
ao mesclá-los com o de sua narrativa familiar, desmistifica-los, trazendo-os ao
chão, para o interesse do leitor comum, o leitor por excelência. O que talvez na era digital não esteja na
pauta dos assuntos à tona, mas devido à maestria da exposição, certamente
deveria alterar esse estado de coisas. Quantos alunos nos dias de hoje saberão
sobre a Confederação do Equador? Padre Mororó? Dona Guidinha do Poço? Alguns
até mais recorrentes como o Conselheiro de Canudos, tendo como pano de fundo o
sertão central: de Quixeramobim, de Madalena, de Canindé? É de crer que não muitos. A esta altura,
deve-se pleitear, portanto, a inserção de outro significado ao desencanto de
que ora se trata, alterando-se seu sinal para positivo. Embora o autor deste
livro assegure de forma lírica que seu pesar é pelo seu sertão que não mais
existe, enquanto estas linhas foram sendo alinhavadas, surgiu a possibilidade
da acepção informal que traduz o ato de aparecer ou encontrar o que estava
sumido. Já que o mesmo veio trazer à cena personagens que estavam, por assim
dizer, “encantados”, desaparecidos do mundo e da história. Nada mais justo,
embora à revelia do mesmo, necessário é que se frise. (...)
SERTÃO EM DESENCANTO, 288
páginas, editora Queima-Bucha.
O lançamento será no buffet Casa
da Pedra, a partir de 19h, na Avenida São Francisco e contará com a presença dos artistas
canindeenses JOTA BATISTA e HILDEBRANDO DO ACORDEÓN. Sintam-se convidados,
desde já!
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