sexta-feira, 29 de abril de 2016

NOVO LIVRO DE ARIEVALDO VIANNA

Padre Mororó, D. Guidinha do Poço, Antônio Conselheiro, 
Vaqueiros e Cantadores estão no livro SERTÃO EM DESENCANTO.

SERTÃO EM DESENCANTO – I VOLUME DE MEMÓRIAS

Novo livro de Arievaldo Vianna resgata a história dos clãs Sousa-Mello, Martins Vianna, Barbosa-Severo, Fonseca-Lobo, Chagas, Paulino, Araújo, Maciel, Aderaldo, Lima, dentre outros. São 300 anos de história que se desenrolaram nos municípios de Sobral, Santa Quitéria, Quixeramobim, Canindé, Itatira, Madalena e Boa Viagem.

SERTÃO EM DESECANTO – I VOLUME DE MEMÓRIAS, o 31º livro do escritor Arievaldo Vianna, será lançado no próximo dia 07 de maio em Canindé-CE. Essa data marca o 75º aniversário de seu pai, Francisco Evaldo de Sousa Lima, que também completa este ano suas bodas de ouro com dona Hathane Viana Lima.
Este livro, a rigor, não é um livro de GENEALOGIA, porém um livro de história.  Não é a visão de quem esteve no centro da história, ou fazendo história, mas de quem participou discretamente ou a ouviu contar, num ambiente totalmente fora do eixo onde os acontecimentos se desenrolavam.
As vilas de QUIXERAMOBIM, CANINDÉ E SOBRAL, como qualquer outra, tinham os seus figurões, os seus mandantes, os seus caciques. No final do Século XVIII e primeira metade do Século XIX nossos antepassados eram mais atuantes e estiveram à frente de alguns acontecimentos importantes. Depois do fracasso da Confederação do Equador, os SOUZA-MELO, MARTINS-VIANA, SEVERO-BARBOSA preferiram o anonimato. Focaram suas ações na lida do campo, na agricultura e na pecuária, participando discretamente dos acontecimentos ao longo de quase 200 anos de história.
À exceção do PADRE MORORÓ, pelo lado SOUSA MELO e do ex-ministro ARMANDO FALCÃO pelo ramo BARBOSA-SEVERO, ao qual era filiado meu avô MANOEL BARBOSA LIMA, não tenho notícias de grandes voos de parente algum no campo da política.Tem sido sempre uma colaboração discreta, persistente e um olhar atento à história, desde os avós dos meus avós.
No campo da CULTURA, entretanto, a coisa muda de figura. Os LIVROS sempre estiveram presentes nesses lares sertanejos e o homem de letras sempre foi visto com entusiasmo pelos meus antepassados. Um José de Alencar, um Machado de Assis, um Humberto de Campos sempre gozaram de mais prestígio que qualquer figurão da política.  Aprendi com os antigos, sobretudo com a minha avó ALZIRA o respeito e o carinho pelos homens de letras e a devoção pelo universo da Literatura.
Daí que a proposta desse livro, SERTÃO EM DESENCANTO, é contar a saga dessas famílias ao longo dos últimos 300 anos, mesclando-a com acontecimentos históricos dos sertões de Sobral, Quixeramobim e Canindé, permeando-a com citações recorrentes à João Brígido, Barão de Studart, Manuel de Oliveira Paiva, Gustavo Barroso, D. Antônio de Almeida Lustosa, Martins Capistrano, Antônio Bezerra, Rodolfo Teófilo, Rachel de Queiróz e outros expoentes do mundo das letras que se ocuparam dessa região em seus escritos.



TRECHO DO PREFÁCIO, POR SÍLVIO R. SANTOS

(...) MANUSCRITOS, NATURALMENTE – Bem poucas famílias tiveram oportunidade de desvendar suas origens através da herança de manuscritos, quando a alfabetização foi sempre uma exceção. Que dirá em prosa e verso. Desse sortilégio soube-se haver o autor, para saber de sua capacidade de realização seria preciso conhecê-lo desde menino, o que vem a ser o caso. Bem poderia o mesmo se contentar com um livro genealógico, pinçar fotos, mas empreendeu obra de maior abrangência, quando vista em conjunto, mesmo de grande fôlego. Nessa empreitada contou com a ajuda de parentes, alguns bem distantes, indispensáveis para a descoberta de fotos raras e manuscritos ainda mais. Qual seja divulgar fatos imprescindíveis da história nordestina e, ao mesclá-los com o de sua narrativa familiar, desmistifica-los, trazendo-os ao chão, para o interesse do leitor comum, o leitor por excelência.  O que talvez na era digital não esteja na pauta dos assuntos à tona, mas devido à maestria da exposição, certamente deveria alterar esse estado de coisas. Quantos alunos nos dias de hoje saberão sobre a Confederação do Equador? Padre Mororó? Dona Guidinha do Poço? Alguns até mais recorrentes como o Conselheiro de Canudos, tendo como pano de fundo o sertão central: de Quixeramobim, de Madalena, de Canindé?  É de crer que não muitos. A esta altura, deve-se pleitear, portanto, a inserção de outro significado ao desencanto de que ora se trata, alterando-se seu sinal para positivo. Embora o autor deste livro assegure de forma lírica que seu pesar é pelo seu sertão que não mais existe, enquanto estas linhas foram sendo alinhavadas, surgiu a possibilidade da acepção informal que traduz o ato de aparecer ou encontrar o que estava sumido. Já que o mesmo veio trazer à cena personagens que estavam, por assim dizer, “encantados”, desaparecidos do mundo e da história. Nada mais justo, embora à revelia do mesmo, necessário é que se frise. (...)
SERTÃO EM DESENCANTO, 288 páginas, editora Queima-Bucha.

O lançamento será no buffet Casa da Pedra, a partir de 19h, na Avenida São Francisco e contará com a presença dos artistas canindeenses JOTA BATISTA e HILDEBRANDO DO ACORDEÓN. Sintam-se convidados, desde já!


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