sexta-feira, 30 de agosto de 2013

MAIS MÉDICOS NO CEARÁ

 

MANUAL DE ANATOMIA CEARENSE
PARA MÉDICOS CUBANOS
Arievaldo Viana e Pedro Paulo Paulino
 
Trechos:

Vem gente de todo canto
No Brasil fazer de tudo.
Uns vêm para passear,
Outros, pra fazer estudo,
Uns atrás de namorada,
Outros pra não fazer nada,
É bastante o conteúdo. 

De toda parte vem gente
Para este chão soberano.
Em vista disso, é brutal,
Desonroso e desumano,
Esses protestos grosseiros
Feitos pelos brasileiros
Contra os médicos cubanos.
 
Setecentos municípios
Desta nação brasileira
Não têm um médico sequer,
Muitos nem têm enfermeira.
Sem ter pra quem apelar
Muitos vão se consultar
Com raizeiro ou parteira. 

As premissas de Hipócrates
Para muitos são lorotas.
Tem médico que se recusa
Passar por dentro de grotas,
E diz: - Não vou trabalhar
Naquele horrendo lugar
Que Judas perdeu as botas! 

Pois já que os daqui desprezam
A nossa população,
Sem atender todo o mundo,
Como manda a profissão,
Foi necessário importar
Médicos de outro lugar,
E eu pergunto: “Por que não?!” 

Assim, vamos ajudar
Da maneira mais decente,
Informando aos novos médicos
Como aqui se fala a gente
Acerca de anatomia,
Conforme este nosso guia
Que segue daqui pra frente. 

O crânio se chama quengo,
É onde fica a moleira,
O pau da venta e os beiços,
Caixa dos “zói”, ou viseira.
Tudo em riba do pescoço
Que pode ser fino ou grosso
Em cima da “Cantareira”. 

A íris, bila dos zói,
A coluna é espinhela,
Tem o osso do vintém
Bem no final da canela;
O rádio é cana do braço,
Cervical é espinhaço
E abdômen, titela.
 
Injusto protesto contra os médicos cubanos no Ceará

(...)

Atenção, doutor cubano,
É preciso que lhe diga:
Se o paciente queixar-se
De dor no pé da barriga,
Não tem o menor segredo
Pode receitar sem medo,
Remédio contra lombriga.
 
As doenças por aqui
No Ceará, nosso Estado,
Têm nomes peculiares:
Um “catarro amalinado”
É que chamam de virose
E tem a tal de “trombose”
Que deixa “desmastreado”. 

Tem cobreiro, tem curuba,
Tem pereba, tem coceira.
Uma micose entre os dedos
A gente chama é frieira.
O paciente, coitado,
Diz que tá “todo enchanhado”
Com tosse, lepra e “gafeira”.
 
Uma doença venérea
Chamam “doença do mundo”.
E toda a região glútea
A gente chama é de ‘fundo’.
A genitália é “as parte”,
Se o cabra “fizer um arte”
Sente um desgosto profundo.
 
Às vezes chega um velha
Doente da “espinhela”,
Se queixando de “puxado”
E forte dor na titela,
Se não for tuberculose,
Na certa é uma virose
Com inflamação na “guela”.
 
(...)

EM BREVE, O FOLHETO COM O TEXTO INTEGRAL (32 estrofes) será publicado pela Editora Coqueiro, de Recife-PE. AGUARDEM!!!

 
 

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

FEIRA DO LIVRO INFANTIL

LANÇAMENTO DE "DONA BARATINHA
E SEU CASÓRIO ATRAPALHADO"

Está agendado para hoje, 28 de agosto, às 16h00, na Praça do Ferreira, o lançamento do livro "DONA BARATINHA E SEU CASÓRIO ATRAPALHADO", texto em cordel de Arievaldo Viana, pelas Edições Demócrito Rocha, na IV Feira do Livro Infantil de Fortaleza.
 
Autor: Arievaldo Viana
Poeta popular, radialista e publicitário Arievaldo Viana Lima exercita sua verve poética desde criança. Aos 22 anos, lançou, juntamente com Pedro Paulo Paulino, a coleção Cancão de Fogo, com 10 folhetos de cordel. Criador do Projeto Acorda Cordel na Sala de Aula, que utiliza a poesia popular na alfabetização de jovens e adultos, em 2000, foi eleito membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, na qual ocupa a cadeira de nº 40. Tem publicados mais de 100 folhetos de cordel e quatro livros: O Baú da Gaiatice, São Francisco de Canindé na Literatura de Cordel , Mala da Cobra e Acorda Cordel na sala de aula, didático relatando a execução do projeto homônimo.
Ilustradoras: Selma Ginez e Marisol Albano
Pedagoga, Arte educadora e Artesã Selma Ginez é fascinada por trabalhos manuais. Adora o que faz e procura tirar inspiração do brilho dos olhos das crianças, das flores e da superação da dor. As ilustrações deste livro foram produzidas em parceria com a filha Marisol Albano - bióloga, artesã e cantora – com quem ilustrou, também, os livros De fio em fio a história se desfia, de Elvira Drummond e Vaga-vaga Vagalume, de Valkíria Kaminski. Utilizando a técnica do patchwork, elas confessam ter sido um prazer ir recortando e bordando paninhos, para contar essa nova versão do casamento da Dona Baratinha. Em meio à lembrança da historinha que Selma costumava contar para Marisol, quando criança, foram surgindo de forma lúdica e, ao mesmo tempo bem-humorada, os personagens que, mais uma vez divertirão as crianças, nesse relato de amor, esperança e persistência.
Sinopse: 
Dona Baratinha e seu casório atrapalhado é uma nova versão da clássica musiquinha que embalou o sono de crianças de várias gerações. Na readaptação de Arievaldo Viana para o cordel, a personagem continua romântica e sonhadora e vive inúmeras decepções com os pretendentes que encontra, até o dia do seu atrapalhado casamento com o guloso João Ratão.
 
PROGRAMAÇÃO DA FEIRA DO LIVRO INFANTIL
 


Ver lançamento de "Dona Baratinha na programação da IV Feira