quarta-feira, 13 de abril de 2011

CORDELISTA RECEBE HOMENAGEM

Poeta Paulo Nunes Batista homenageado pela Biblioteca Demonstrativa de Brasília
 


Abertura do evento
aconteceu ontem, 12/04

Paulo Nunes e Conceição Moreira Salles
Conceição, Chico de Assis (repentista) e Paulo Nunes
Fotos: JÔ OLIVEIRA

Jô Oliveira - Paulo Nunes Batista - Chico Repentista

DE BRASÍLIA RECEBEMOS ESSE CONVITE - HOMENAGEM A PAULO NUNES BATISTA

A BIBLIOTECA DEMONSTRATIVA DE BRASÍLIA (W/3-SUL, EQ.506/7) tem o prazer de convidar V.Sa. e família para a abertura da exposição comemorativa do Mês do Livro “O CORDEL” , quando prestará homenagem ao cordelista PAULO NUNES BATISTA, no dia 12 de abril (3ª feira) às 19h30. Haverá apresentação dos repentistas João Santana e Chico de Assis!

O homenageado estará presente.

PAULO NUNES BATISTA, cordelista, advogado e jornalista, paraibano radicado em Goiás, nasceu em agosto de 1924, em uma família tradicional
de cordelistas, sendo neto de Ugolino, um dos pioneiros do cordel no Brasil. Sua trajetória inclui atividades de cobrador de ônibus e
trabalhador braçal a jornalista e professor. Hoje, aos 86 anos, é respeitado por acadêmicos e admirado pelo público. É autor de mais de
140 folhetos de cordéis e seis livros, e membro da Academia Goiana de Letras.
Além disso haverá distribuição do folheto em homenagem ao Paulo Nunes escrito pelo cordelista Arievaldo Viana.


MAIORES INFORMAÇÕES: 3244-3015 e 3443-5682.

Maria da Conceição Moreira Salles
Coordenadora da BDB


* * *


HOMENAGEM A PAULO NUNES BATISTA
Autor: ARIEVALDO VIANA 


É uma justa homenagem
Para um renomado artista
Escritor de nomeada
Inspirado cordelista
Lenda viva da poesia
O Paulo Nunes Batista.

Filho de Chagas Batista
Um famoso menestrel,
No universo das letras
Desempenha o seu papel
Levando sempre adiante
A bandeira do cordel.

É autor de vários livros
E centenas de folhetos
E compõe, com maestria
Acrósticos, glosas, sonetos
Transborda filosofia
Até mesmo em poemetos.

Um literato de fibra
Sob meu ponto de vista,
Espírito humanitário
Quem tem saber altruísta
Parabéns à Biblioteca
E ao PAULO NUNES BATISTA.


Ficou órfão muito cedo
Mas venceu este empecilho
Estava predestinado
A ser poeta de brilho
Quando criança ajudava
Manoel D’Almeida Filho.

Descende de um velho tronco
Da fina-flor repentista
Do qual brotaram Hugolino
E Agostinho Batista;*
Seu mano, o Sebastião
Também foi bom cordelista.

* Hugolino do Sabugi e Agostinho Nunes da Costa são ancestrais de Paulo Nunes Batista. Do grande poeta Agostinho Nunes da Costa (1797 – 1858), seu bisavô, ficou registrada  essa bela estrofe onde fica evidente o desejo de liberdade que sempre alimentou essa família de poetas:

Nasci livre, Deus louvado
E até sem medo fui feito
Porque meu pai, com efeito,
Com minha mãe foi casado;
Também nunca fui pisado
Como terra ou capim
E se alguém pensar assim
É engano verdadeiro:
Olhe para si primeiro
Quem quiser falar de mim.

Voltemos ao Paulo Nunes, nosso homenageado:

Ainda na Era Vargas
Enfrentou a Ditadura
Ingressou no Partidão
Com alma sincera e pura
A arma que mais usou
Foi sua literatura.

Viveu no Rio de Janeiro
Aonde foi estudante
Porém a mão do destino
O lançou na vida errante
Até que chega em Goiás
Do seu Nordeste distante.

Comunista e agnóstico
E nesta louca ciranda
Paulo Nunes vai um dia
Num terreiro de Umbanda
Sua vida, nesse instante,
Recebe outra demanda.

Uma surra dos “caboclos”
Naquele dia levou
E por ver a coisa séria
Naquela seita ingressou
Mais tarde, o Espiritismo
De Allan Kardec abraçou.

Sobre seu ingresso na Umbanda e suas convicções políticas, assim se expressou o poeta:

Inimigo de tiranos
Tenho horror à hipocrisia
Para festejar a Vida
Troco a noite pelo dia.
O caboclo “Cachoeira”
É – nas Umbandas – meu guia...

O certo é que Paulo Nunes
Não levou a vida a esmo
Nem esqueceu o Nordeste,
Da rapadura e torresmo,
Vejamos umas estrofes
Do ABC para mim mesmo:

“Operário da caneta,
Já vivi só de escrever.
Poeta de profissão
Em Goiás pude viver
Dos folhetos que escrevia
Para nas praças vender.

Trovador: escrevo trovas,
Sonetos, sambas, canções,
Contos rimados, poemas,
Num mar de improvisações,
Tenho setenta folhetos
Com diversas edições.

Versejador, viajante,
Das estrelas do Repente:
Abro a boca, o verso nasce,
Como nasce água corrente,
Tenho feito alexandrinos
Em três minutos somente...”

O certo é que Paulo Nunes
É bamba na poesia
Em 2000 ele ingressou
Na goiana Academia
De Letras e se orgulha
Desse luminoso dia.

FIM
Fortaleza, março de 2011

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Um comentário:

  1. Eita, cangaceiro véi!
    O seu BOGA tá demais
    Renovado desse jeito
    Nem parece o lá de trás
    É coisa de memestrel.
    Provando que no cordel.
    Você continua um ás.

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