sábado, 2 de fevereiro de 2019

VIOLA DE LUTO:




MORREU O POETA JOÃO FURIBA

Morreu de causas naturais, aos cem anos, nesta quinta-feira, 31, em Cajazeiras, onde estava internado em um hospital da cidade, o poeta repentista João Bernardo, mais conhecido como João Furiba. Faria 101 anos em julho.

João Furiba nasceu em Taquaritinga do Norte-PE e viveu boa parte da vida em Sumé, no Cariri Paraibano. Ultimamente vivia com a terceira esposa na cidade de Triunfo-PB.

Foi discípulo de Pinto do Monteiro, com quem viajou por mais de 15 anos e faz parte da galeria dos maiores repentistas do Brasil, brilhando na mesma constelação onde brilham Geraldo Amâncio, Ivanildo Vila Nova, Os Batistas, Os Bandeiras, Moacir Laurentino, Valdir Teles, Oliveira de Panelas e Sebastião da Silva. “João Furiba e Louro Branco foram os cantadores que mais fizeram a plateia sorrir com seus versos jocosos e suas mentiras engraçadas”, disse Jomaci Danta, o Lola, poeta e organizador de festivais de repente pela Paraíba afora.

No ano passado, quando completou cem anos, ele recebeu diversas homenagens. O empresário João Claudino, seu compadre e grande apreciador e incentivador da viola, esteve presente nas homenagens.

Há cerca de 16 anos João Furiba aposentou a viola, não se apresentava mais, mas seu nome continua vivo na memória dos apreciadores do repente e suas “tiradas” continuam sendo reprisadas e lembradas nos festivais. “Furiba era uma lenda viva da viola, um ícone da cultura nordestina, tinha raciocínio rápido e era dotado de um humor peculiar. Cantoria em que ele estivesse presente era garantia de muitas risadas”, finalizou Lola.

Wandecy Medeiros | Folha Patoense – folhapatoense@gmail.com

FURIBA NAMORADOR

O poeta Geraldo Amâncio me contou que viajava certa vez pelos sertões pernambucanos, na companhia de JOÃO FURIBA, quando uma morena escultural subiu no ônibus conduzindo uma mala bastante pesada.
Furiba, velho namorador, correu ao seu encontro e pegou logo a dita mala, que pesava uns trinta quilos ou mais. Indicou uma cadeira, do lado janela, onde a moça se acomodou e ele, de  imediato, sentou ao lado dela, na cadeira do corredor.
Aí haja conversa... Furiba não cansava o par de queixos, tentando puxar assunto com a mulher que olhava distraída pela janela do ônibus, sem responder nada e sem lhe dar a mínima atenção.
Quando desceram em Salgueiro, para o almoço, Geraldo provocou o companheiro:
— Eita Furiba véi namorador!
E o Furiba:
— Poeta, a mulher só tem imagem... Não tem som!
Por conta disso escrevi esta glosa no dia de sua morte:

Eu não conheci FURIBA
Cantando pessoalmente
Guardo um relato decente
De GERALDO e de CAPIBA
Geikio Amâncio, não proíba,
Eu vou dizer, sim senhor
Além de bom cantador
Grande poeta, inspirado
FURIBA era festejado
Como um “véi” NAMORADOR.
(Arievaldo Vianna)

FURIBA X PINTO DO MONTEIRO

O poeta César Barreto, em sua página no facebook, informou o seguinte:
A morte do grande cantador pernambucano JOÃO FURIBA (João Batista Bernardo) na quinta feira passada (lamentável ainda que ele tenha vivido seus 100 anos), me fez lembrar uma estória que ele contou no programa Violas no Vale (Rádio Vale, Limoeiro do Norte), do qual eu participava com Valdir Teles e Zé Cardoso. Furiba gostava de aperrear o juízo do Pinto do Monteiro só pra atiçar a "cascavel do repente". E aí dava nisso:


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