Lançamento do livro de Bruno Paulino foi de fazer inveja a
Antônio Conselheiro. Saiba porquê, no rodapé da matéria...
ESCRITOR BRUNO PAULO LANÇA NOVO LIVRO COM PERFIS DE POETAS E PROSADORES CEARENSES
Traçar
perfis jornalísticos com sabor literário foi uma das atividades prediletas do
escritor maranhense Humberto de Campos em seus 20 anos de profícua atividade
literária. O filho ilustre de Miritiba-MA chegou a reunir boa parte de sua
produção jornalística, espalhada em diversos periódicos (jornais e revistas),
em livros que obtiveram enorme sucesso à época de seu lançamento. Existe mesmo
uma série com esse título singelo “Perfis – por Humberto de Campos”. Esses perfis jornalísticos, tão em voga desde
o Século XIX, visam registrar o cotidiano, o ambiente, a história de vida de
pessoas famosas ou anônimas, buscando revelar ao público fatos inéditos ou
pitorescos da vida da personalidade retratada. Conclui-se, portanto, que esse estilo
de reportagem, que apresenta em sua linguagem traços da literatura, caracteriza
o chamado jornalismo literário.
O
título deste prefácio – “Perfis Sertanejos” -, remete a um livro raro do
folclorista José Carvalho de Brito, cearense do Crato, membro da Padaria
Espiritual e primeiro autor a ocupar-se da pessoa e da obra do célebre Patativa
do Assaré em livro publicado no Pará, no distante ano de 1930. Por esse tempo o
bardo cearense ainda se chamava Antônio Gonçalves e tinha apenas 21 anos de
idade. Aliás, reza a tradição que foi José Carvalho quem crismou o poeta
Antônio com o codinome Patativa. Agora vamos saber, no parágrafo seguinte, o
que esse enorme “arrodeio” tem a ver com o novo livro de Bruno Paulino.
O
jovem escritor Bruno Paulino, já consagrado no mundo da crônica após o
lançamento de “Lá nas Marinheiras” e “A menina da Chuva”, resolveu aventurar-se
também pela poesia, com assumida preferência pelo gênero Cordel. Sempre
propenso a novos voos, estreia em novo gênero literário. Reúne agora, no
presente volume, uma série de perfis jornalísticos publicados no jornal
“Sertão”, informativo produzido lá mesmo no seu amado Sertão Central, mais
precisamente em Quixeramobim-CE. O material aqui enfeixado apresenta o melhor
de sua produção veiculada naquele informativo no período de 2014 a 2016.
Antigamente,
menino sertanejo armava alçapão para pegar passarinhos. E depois de pegá-los,
havia o deslumbramento da criança e a adaptação do pássaro cativo que, se abeirando
da letra de Humberto Teixeira e Gonzagão, acabava cantando “melhor”. Esses
textos de Bruno Paulino surgem depois de uma conversa um tanto informal com a
personalidade que deseja retratar. Como um fotógrafo talentoso e detalhista,
ele busca flagrar na prosa de seus interlocutores momentos lúdicos e aparentemente
banais que acabam produzindo uma ótima impressão nos leitores, a partir de sua
abordagem apaixonada e perspicaz. Com seu talento nato de prosador, vai urdindo
os fios da conversa como quem tece uma rede de varandas, emprestando a cada
peça um colorido novo e diferente. E tem uma vantagem... Ele nem precisa furar
os “zói” dos Passarim. Aqui, todo mundo canta melhor!
A
jornalista portuguesa Cremilda de Araújo Medina, professora de Comunicação da
USP, em seu livro Entrevista: o diálogo
possível (Editora Ática - São
Paulo, 2008) estabelece que “ao contrário
da espetacularização, a entrevista com finalidade de traçar um perfil humano
não provoca gratuitamente, apenas para acentuar o grotesco, para “condenar” a
pessoa (que estaria pré-condenada) ou para glamourizá-la
sensacionalisticamente. Esta é uma entrevista aberta que mergulha no outro para
compreender seus conceitos, valores, comportamentos, histórico de vida”.
Passemos
agora ao critério utilizado por Bruno Paulino na escolha de seus biografados.
Quase todos os personagens aqui retratados têm alguma ligação com o Sertão
Central, em especial com Quixeramobim, sua cidade natal. Sob essa ótica é que
desfilam por suas páginas nomes como Luiz Gonzaga (visitando a terrinha e
cortando o cabelo numa barbearia da cidade natal de Fausto Nilo), Audifax Rios
(falando de Antônio Conselheiro), Gordurinha (e suas canções dedicadas ao
sertão cearense), Geraldo Amâncio, Diogo Fontenele, Cláudio Portella (trazendo
o Cego Aderaldo a tira-colo), João Pedro do Juazeiro, Saraiva Júnior, Luiz
Costa, Jards Nobre, João Eudes Costa, Klévisson Viana e o autor dessas linhas.
Ouso
afirmar que esse livro do professor Bruno Paulino terá grande repercussão e
utilidade no ambiente escolar, recebendo, desde já, o selo “altamente recomendável”
deste escriba que vos fala e relata. Boa leitura.
Arievaldo Vianna
Escritor, membro da AQUILETRAS
SERVIÇO
Lançamento dia 26 de janeiro
Na Casa de Antônio Conselheiro
em Quixeramobim-CE
A partir das 19h.
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UM PROFETA EM SUA TERRA
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UM PROFETA EM SUA TERRA
Diz o provérbio bíblico que ninguém é profeta em sua terra. De fato, tal sentença era infalível na Palestina dos tempos de Jesus. E valeu até para Antônio Conselheiro, o filho mais ilustre de Quixeramobim. Mas, por artes do destino, não pode se aplicar ao jovem escritor Bruno Paulino, conterrâneo do beato Antônio Vicente Mendes Maciel.
O lançamento de seu novo livro SERTÃO: POETAS E PROSADORES, justamente na Casa do Conselheiro, foi um tremendo sucesso, coisa muito rara de se ver nesse país onde pouca gente ler, sobretudo depois do advento das redes sociais onde as informações já chegam prontas, mastigadas, digeridas e, na maioria das vezes, distorcidas com o intuito de fazer a massa ignorante seguir em frente (ou se acomodar) tal e qual um rebanho de ovelhas e bodes, tudo misturado, de modo conveniente ao perverso sistema que rege o planeta nos dias de hoje.
Tá vendo aí, Conselheiro? O Sertão pode até não virar mar, mas o lançamento foi um sucesso absoluto! Confiram, vocês mesmos, as fotos do lançamento de Bruno Paulino, clicado pelas lentes do não menos talentoso Tarcísio Filho:
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