São Francisco de Canindé
na Literatura de Cordel
na Literatura de Cordel
Hoje, 04 de outubro, é dia de São Francisco das Chagas de Canindé. A religiosidade é talvez o filão que mais alimenta a poesia popular. A bíblia e as lendas piedosas tiveram traduções as mais variadas na Literatura de Cordel. E diversas também são as versões da eterna luta entre Deus e o Diabo. Esta tendência faz com que a literatura em torno de São Francisco seja proporcional à romaria em Canindé, comparando-se, por exemplo, a Juazeiro do Norte. Em 2002, Arievaldo Viana fez um resgate dessa esta trajetória do cordel em torno do "Pobrezinho de Assis/Canindé". Os muitos folhetos que circularam (e ainda circulam) tendo São Francisco como tema, abordam os mais diferentes aspectos – romarias, milagres, castigos, exemplos e até humor, caso do folheto dá conta de sua viagem ao Piauí. O livro resgata também a presença milagrosa do culto franciscano na Amazônia, a fuga do santo para a Itália em lombo de jumento e até uma visita imaginada por Gonzaga no "Encontro de São Francisco com o Padre Cícero em Canindé". Em suma, trata-se de um livro indispensável para os estudiosos da Literatura de Cordel. Vejamos a seguir, trechos do prefácio escrito pelo saudoso Ribamar Lopes e a apresentação de Audifax Rios:
"... São Francisco de Canindé na Literatura de Cordel é um ensaio bem estruturado, fundado na pesquisa e na análise cuidadosa, arrimadas, estas, não apenas na apreciação e no estudo dos textos coletados, mas também na observação do autor como testemunha de demonstrações desta realidade. O exaustivo trabalho de pesquisa e análise, a investigação sobre os motivos e origens dos textos referidos, a cuidadosa resenha sobre os autores e até a crítica bem propositada, espontânea e corajosa com que se acham pontilhados os comentários neste ensaio, conferem a Arievaldo Viana a autoridade de estudioso, que antes de se pretender ensaísta já era bastante conhecedor da Literatura de Cordel."
Ribamar Lopes
O CANTO DA OUTRA MECA
A religiosidade é talvez o filão que mais alimenta a poesia popular. A bíblia e as lendas piedosas tiveram traduções as mais variadas na Literatura de Cordel. E diversas também são as versões da eterna luta entre Deus e o Diabo.
Representantes do reino divino têm lugar de destaque nesta antologia sagrada: Padre Cícero, Frei Damião, Frei Vidal da Penha, Padre Ibiapina e São Francisco das Chagas. Mais precisamente, de Canindé. Que tem em Clóvis Pinto, Raimundo Marreiro, Gonzaga de Canindé, Batista de Sena, Lucas Evangelista, Aleuda Viana, Moisés Moura, alguns de seus biógrafos. Razão sobeja para Arievaldo Viana propor o “Ciclo Franciscano” na classificação da poesia do povo.
A literatura em torno de São Francisco é proporcional à romaria, comparando-se, por exemplo, a Juazeiro do Norte. Onde Padre Cícero ainda está vivo na memória de muitos e nascido em nosso sertão. São Francisco, importado por Canindé, com uma população de devotos numericamente inferior, não perde em importância histórica e social.
Arievaldo Viana, exaustivamente, resgata a trajetória do cordel em torno do Pobrezinho de Assis/Canindé, dá conta de sua viagem ao Piauí, sua presença milagrosa na Amazônia, sua fuga para a Itália em lombo de jumento. E até uma visita imaginada por Gonzaga no “Encontro de São Francisco com o Padre Cícero em Canindé”.
O autor busca em seu trabalho a presença do santo nos folhetos exemplares e de encantamento e até nas previsões astrológicas “ditadas” durante anos a João Carneiro Filho.
E não para aí a crescente produção de publicações alusivas à vida e aos milagres de São Francisco, de responsabilidade de uma nova geração de cordelistas canindeenses encabeçada por Klévisson Viana, Pedro Paulo Paulino, Natan Marreiro, Jota Batista, Gilvandias Mateus e o próprio autor deste valioso trabalho. Que queimou pestanas em nada menos de sessenta itens sobre o tema, entronizando São Francisco no altar dos milagreiros do cordel.
“São Francisco na Literatura de Cordel” vem fartamente ilustrado com capas de folhetos, na maioria contendo belas xilogravuras. Além disso Arievaldo Viana nos brinda com quatro textos integrais, dentre eles o clássico de 1952 “Um Grande Milagre de São Francisco do Canindé” de autoria de Manoel Camilo dos Santos.
Audifax Rios
Nós leitores e devotos do padroeiro de Canindé desejamos que uma nova edição aumentada, se possível, traga novos elementos à importante vertente da cultura brasileira que é a litetratura de cordel. Que, inegavelmente, ganhou novo fôlego quando aderiu à utilização da mídia eletrônica.
ResponderExcluirFalar em dia de São Francisco, acabo de apreciar o show da Marrom Alcione, beleza de show. Ela abriu com De Teresina a São Luis do Gonzagão. Voz expressiva a dela, de uma potência invejável. O show de abertura foi enfadonho, mas valeu a pena esperar. Sua interpretação para Oração de São Francisco sem dúvida foi uma das melhores que já se ouviu na Praça dos Romeiros. Empatia com o público, espontaneidade, naipe de músicos de primeira, som perfeito. Muito samba, bolero, boi, forró, baladas bregas que sua voz sofisticada tornaram imortais, enfim, perdeu muito quem não foi.
ResponderExcluirDe Terezina a São Luís é uma composição de João do Vale (maranhense, como a Marrom), em parceria com Helena Gonzaga! Sim... na verdade o parceiro é Luiz Gonzaga, mas como eles pertenciam a editoras musicais diferentes, Luiz foi obrigado a registrar a composição no nome de sua mulher.
ResponderExcluirArievaldo Viana
Em tempo: a composição foi gravada pela primeira vez no LP "Ô Véi Macho", lançado em 1961. Brevemente será postado aqui na seção "O disco da semana".
ResponderExcluirBem que achei o estilo da letra familiar...
ResponderExcluirArievaldo, é um prazer imenso encontrar a honrosa menção do nome do meu pai João Carneiro Filho. Gostaria de lhe pedir um grande e especial favor: daria para você me enviar a profecia do meu pai em que ele profere o nome do santo São Francisco de Canindé. Você poderia me enviar pelo meu e-mail proflorencia@hotmail.com
ResponderExcluirAgradeço a você este enorme favor.
Florência Carneiro Batista