PEDRO NUNES FILHO:
Eita recorte bonito
Com terras de aluvião
Na distância um matacão
Desafia o infinito
Não se ouve nenhum grito
Ecoar no abandono
A paisagem dorme um sono
Que não tem noutro lugar
Nas terras do Quixadá
A beleza não tem dono.
O céu com nuvens escuras
Começa a derramar água
O sertanejo sem mágoa
Esquece suas amarguras
Olhando as primícias puras
Que recebe como abono
De Deus sentado no trono
Do Reino do Ceará
Nas terras de Quixadá
Beleza é coisa sem dono.
ARIEVALDO:
A galinha até parece
Que agasalha u’a ninhada
Protegendo a pintarada
Quando o céu se escurece
O mato reza uma prece
Ao Criador, no seu trono
Tudo desperta do sono
Se chove no Ceará...
Nas terras do
Quixadá
A beleza não tem dono.
A beleza não tem dono.
E o forte mandacaru
Candelabro sertanejo
Se sobressai, no
ensejo
O pau branco, o
mulungu
Paca, mocó, caitetu
No meu verso
adiciono
Cada vez mais me
apaixono
Pelo sabor do cajá
Nas terras do
Quixadá
A beleza não tem
dono.
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