Montagem sobre pintura de Fabiano Chaves
PRODUÇÃO DA NOVELA "VELHO CHICO"
REALIZARÁ FILMAGEM COM VAQUEIROS
A produção da novela VELHO CHICO, da Rede Globo de Televisão, faz um
convite aos diversos vaqueiros do Sertão Central. O objetivo é reunir cerca de
200 vaqueiros, trajados a rigor na vestimenta tradicional, para gravação de uma
pega de boi na caatinga. Não se trata, obviamente, do esporte que hoje é
conhecido como "vaquejada" e sim da atividade tradicional do
vaqueiro, que vem desde os tempos do Brasil Colônia, o trato entre o vaqueiro e
o gado em seu habitat natural. Os participantes deverão usar a indumentária
tradicional, que é composta de gibão, chapéu de couro, perneiras e outros
artefatos de couro.
Além das cenas com os vaqueiros a produção da novela quer ainda gravar
um momento de descontração dos vaqueiros em um forró pé de serra. Os contatos
com a produção foram intermediados pelo poeta Marco Haurélio. Apresentamos
algumas alternativas de espaço para gravação, dentre as quais a Fazenda
Serrote, em Caridade. A produção de Velho Chico deve chegar ao Ceará na próxima
sexta-feira, 15. As filmagens devem ocorrer no sábado, 16.
Vaqueiros de Caridade, Canindé, Paramoti, Itatira, Madalena,
Quixeramobim, Quixadá, Boa Viagem, Choró, Morada Nova e municípios adjacentes
podem participar.
A novela VELHO CHICO vem promovendo o resgate da legítima cultura
popular nordestina. A Prefeitura de Caridade apoiará a iniciativa e convida os
vaqueiros da região para abrilhantar esse momento.
TRADIÇÃO QUE VEM DO CICLO DO COURO
O escritor Antônio Bezerra,
cearense de Quixeramobim, no livro O
Ceará e os Cearenses, publicado em 1906, assim descreve o
vaqueiro nordestino:
“Apesar dos pesares o vaqueiro é um tipo que não desaparecerá do Ceará.
Vestido airosamente de estreitas perneiras, espécie de calças de couro,
guarda-peito, gibão e chapéu, tudo feito da melhor e da mais bem curtida pele
de veado capoeiro (cervus rufus), bem pespontado em admiráveis desenhos a linha
(...)
Nas juntas, quando nalguma várzea se rodeia o gado, basta que uma rês
se desprenda do magote e corra em busca da mata para que se precipite em
vertiginosa carreira até emparelhar e, nesse momento inclinando-se o vaqueiro
sobre a sela para o lado direito, enrola na mão o extremo da cauda da rês e num
rápido empuxão atira-o ao solo, onde é imediatamente presa ou peada.”
Como se vê, tal atividade era desenvolvida no tempo em que as cercas eram raras no sertão e o gado pastava em grandes soltas, sendo necessário um esforço sobre humano para conduzir os rebanhos para os currais.
Eita que vai ser bom demais.... Santo dos anjos junto com os vaqueiros cearenses.... ansiosa pra ver isso na telinha!!!
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