Homenagem do poeta Geraldo Amâncio
ONDE A CULTURA É TRIBUNA
SUA VOZ FOI A MAIS ALTA,
HOUVE O PRIMEIRO MAS FALTA
O SEGUNDO SUASSUNA.
PARTE E DEIXA UMA LACUNA
QUE NÃO SERÁ PREENCHIDA.
SUA FORMA DEFINIDA
NA MANEIRA DE ESCREVER,
NÃO TINHA COMO DEVER
MAS COMO MISSÃO DE VIDA.
COM ORIGINALIDADE
A SUA MISSÃO CUMPRIU
FOI QUEM MELHOR TRADUZIU
NOSSA NORDESTINIDADE.
PORTA VOZ E AUTORIDADE
DOS VALORES CULTURAIS.
DAS FONTES ORIGINAIS
UM DIVULGADOR CONSTANTE,
COMO UM CAVALHEIRO ANDANTE
DOS TEMPOS MEDIEVAIS.
CRONISTA DO DIA A DIA,
UM DEFENSOR ARDOROSO
DAS ESTÓRIAS DE TRANCOSO,
DAS CRENÇAS, DA ROMARIA.
REPÓRTER DA CANTORIA,
DO CORDEL, DO DESAFIO.
SEM ELE ATÉ DESCONFIO
QUE MORRE A NOSSA MEMÓRIA,
E O CIRCO DA NOSSA HISTÓRIA
PODERÁ FICAR VAZIO.
MUITAS VEZES CONTESTADO
ELE CANSOU DE DIZER
QUE A ARTE NÃO PODE SER
UM PRODUTO DE MERCADO.
SEMPRE QUE ERA PERGUNTADO
DIZIA DE FORMA HONESTA,
SEM RODEIO, SEM ARESTA,
SEM SOFISMA, SEM ENGODO,
QUE A ARTE É NO SEU TODO:
VOCAÇÃO, MISSÃO E FESTA.
"AUTO DA COMPADECIA"
SUA MAIS FAMOSA PEÇA,
TERMINA COMO COMEÇA
CONTANDO OS DRAMAS DA VIDA.
INSPIRADA E EXTRAÍDA
DO MUNDO CORDELIANO.
O MESTRE PARAIBANO
TEATRÓLOGO E ENSAISTA,
ERA TAMBÉM CORDELISTA
O GENIAL ARIANO.
NOS SEUS TRABALHOS DEFENDE
UM BRASIL MAIS BRASILEIRO,
CONTRA O MODISMO ESTRANGEIRO
QUE MÍDIA COMPRADA VENDE.
BRASIL ONDE O INGLÊS PRETENDE
SER O IDIOMA OFICIAL.
NOS TRAZENDO GRANDE MAL,
FAZENDO MORRER À MÍNGUA
O ENCANTAMENTO DA LÍNGUA
QUE HERDAMOS DE PORTUGAL.
NAS PALESTRAS QUE FAZIA
COM HUMOR E FUNDAMENTO
ESBANJOU CONHECIMENTO,
SEMEOU SABEDORIA.
ERA QUEM MAIS CONHECIA
O QUE O BRASIL DESCONHECE.
QUANDO UM ASTRO SE OPAQUECE
ACABA-SE A ILUMINURA.
O CÉU DA NOSSA CULTURA
SEM ESSE ASTRO ESCURECE.
FOI GUARDIÃO DA RAIZ
DA NOSSA ANCESTRALIDADE,
CONSTRUIU A IDENTIDADE
CULTURAL DO MEU PAÍS.
DA TERRA AGORA DISTANTE,
TORNOU-SE ENTÃO PALESTRANTE
NAS CORTES CELESTIAIS.
HOJE FAZ PARTE DO TIME,
DA ACADEMIA SUBLIME
DOS MESTRES UNIVERSAIS.
Estrofes do poeta Geraldo Amancio, que considera Ariano Suassuna o sábio maior que a nossa cultura conheceu. Que seja grande no céu como foi na terra, tendo as bênçãos de Deus.
Aproveitando um mote já versado por MARCO HAURÉLIO, fiz também algumas estrofes:
M.H. - Além das falsas fronteiras
por mãos humanas forjadas,
das extensas paliçadas,
dos hinos e das bandeiras,
das invisíveis barreiras,
do deboche e do desdém,
a alma que um povo tem
é o que torna a gente, GENTE.
Eu não troco o meu oxente
pelo "ok" de seu ninguém.
por mãos humanas forjadas,
das extensas paliçadas,
dos hinos e das bandeiras,
das invisíveis barreiras,
do deboche e do desdém,
a alma que um povo tem
é o que torna a gente, GENTE.
Eu não troco o meu oxente
pelo "ok" de seu ninguém.
Arievaldo:
Não perco a identidade
Não nego as minhas raízes
Não traio as minhas matrizes
Nem vivo de “urbanidade”
Para mim, a liberdade
É peneirar meu xerém
Chamar cauda de “sedém”
Sem seguir moda ou corrente;
Eu não troco o meu oxente
Pelo "ok" de seu ninguém.
Pelo "ok" de seu ninguém.
Digo sem xenofobia
Que a tal ‘globalização’
Ao penetrar no sertão
Varreu tudo quanto havia
De beleza e poesia
E de verdade também
Mas tudo tem um “porém”
Eu sou cabra renitente
Pois não troco o meu oxente
Pelo "ok" de seu ninguém.
Minha luta é quixotesca
Em defesa do cordel
Meus aviões de papel
Encaram a cena dantesca
Na arte trovadoresca
Já derrotei mais de cem
Pois já dancei “xenhenhém”
Tomando a boa aguardente
Sem trocar o meu oxente!
Pelo "ok" de seu ninguém.
Eu prefiro ver novela
ResponderExcluirDo que ver filme enlatado
Com cabra, todo bombado,
Herói de meia-tigela,
Escrevi na minha tela:
Rambo não vale um vintém,
Lampião topava cem
Que nem ele pela frente
Sem trocar o seu OXENTE
Pelo OK de seu ninguém!
Dalmo Sérgio