segunda-feira, 28 de julho de 2014

Homenagens ao mestre SUASSUNA



Homenagem do poeta Geraldo Amâncio

ONDE A CULTURA É TRIBUNA
SUA VOZ FOI A MAIS ALTA,
HOUVE O PRIMEIRO MAS FALTA
O SEGUNDO SUASSUNA.
PARTE E DEIXA UMA LACUNA
QUE NÃO SERÁ PREENCHIDA.
SUA FORMA DEFINIDA
NA MANEIRA DE ESCREVER,
NÃO TINHA COMO DEVER
MAS COMO MISSÃO DE VIDA.

COM ORIGINALIDADE
 A SUA MISSÃO CUMPRIU
FOI QUEM MELHOR TRADUZIU
NOSSA NORDESTINIDADE.
PORTA VOZ E AUTORIDADE
DOS VALORES CULTURAIS.
DAS FONTES ORIGINAIS
UM DIVULGADOR CONSTANTE,
COMO UM CAVALHEIRO ANDANTE
DOS TEMPOS MEDIEVAIS.

CRONISTA DO DIA A DIA,
UM DEFENSOR ARDOROSO
DAS ESTÓRIAS DE TRANCOSO,
DAS CRENÇAS, DA ROMARIA.
REPÓRTER DA CANTORIA,
DO CORDEL, DO DESAFIO.
SEM ELE ATÉ DESCONFIO
QUE MORRE A NOSSA MEMÓRIA,
E O CIRCO DA NOSSA HISTÓRIA
PODERÁ FICAR VAZIO.

MUITAS VEZES CONTESTADO
ELE CANSOU DE DIZER
QUE A ARTE NÃO PODE SER
UM PRODUTO DE MERCADO.
SEMPRE QUE ERA PERGUNTADO
DIZIA DE FORMA HONESTA,
SEM  RODEIO, SEM ARESTA,
SEM SOFISMA, SEM ENGODO,
QUE A ARTE É NO SEU TODO:
VOCAÇÃO, MISSÃO E FESTA.

"AUTO DA COMPADECIA"
SUA MAIS FAMOSA PEÇA,
TERMINA COMO COMEÇA
CONTANDO OS DRAMAS DA VIDA.
INSPIRADA E EXTRAÍDA
DO MUNDO CORDELIANO.
O MESTRE PARAIBANO
TEATRÓLOGO E ENSAISTA,
ERA TAMBÉM CORDELISTA
O GENIAL ARIANO.

NOS SEUS TRABALHOS DEFENDE
UM BRASIL MAIS BRASILEIRO,
CONTRA O MODISMO ESTRANGEIRO
QUE MÍDIA COMPRADA VENDE.
BRASIL ONDE O INGLÊS PRETENDE
SER O IDIOMA OFICIAL.
NOS TRAZENDO GRANDE MAL,
FAZENDO MORRER À MÍNGUA
O ENCANTAMENTO DA LÍNGUA
QUE HERDAMOS DE PORTUGAL.

NAS PALESTRAS QUE FAZIA
COM HUMOR E FUNDAMENTO
ESBANJOU CONHECIMENTO,
SEMEOU SABEDORIA.
ERA QUEM MAIS CONHECIA
O QUE O BRASIL DESCONHECE.
QUANDO UM ASTRO SE OPAQUECE
ACABA-SE A ILUMINURA.
O CÉU DA NOSSA CULTURA
SEM ESSE ASTRO ESCURECE.

FOI GUARDIÃO DA RAIZ
DA NOSSA ANCESTRALIDADE,
CONSTRUIU A IDENTIDADE
CULTURAL DO MEU PAÍS.
DA TERRA AGORA DISTANTE,
TORNOU-SE ENTÃO PALESTRANTE
NAS CORTES CELESTIAIS.
HOJE FAZ PARTE DO TIME,
DA ACADEMIA SUBLIME
DOS MESTRES UNIVERSAIS.

Estrofes do poeta Geraldo Amancio, que considera Ariano Suassuna o sábio maior que a nossa cultura conheceu. Que seja grande no céu como foi na terra, tendo as bênçãos de Deus.



Aproveitando um mote já versado por MARCO HAURÉLIO, fiz também algumas estrofes:

M.H. - Além das falsas fronteiras
por mãos humanas forjadas,
das extensas paliçadas,
dos hinos e das bandeiras,
das invisíveis barreiras,
do deboche e do desdém,
a alma que um povo tem
é o que torna a gente, GENTE.
Eu não troco o meu oxente 
pelo "ok" de seu ninguém.

Arievaldo:

Não perco a identidade
Não nego as minhas raízes
Não traio as minhas matrizes
Nem vivo de “urbanidade”
Para mim, a liberdade
É peneirar meu xerém
Chamar cauda de “sedém”
Sem seguir moda ou corrente;
Eu não troco o meu oxente 
Pelo "ok" de seu ninguém.

Digo sem xenofobia
Que a tal ‘globalização’
Ao penetrar no sertão
Varreu tudo quanto havia
De beleza e poesia
E de verdade também
Mas tudo tem um “porém”
Eu sou cabra renitente
Pois não troco o meu oxente
Pelo "ok" de seu ninguém.

Minha luta é quixotesca
Em defesa do cordel
Meus aviões de papel
Encaram a cena dantesca
Na arte trovadoresca
Já derrotei mais de cem
Pois já dancei “xenhenhém”
Tomando a boa aguardente
Sem trocar o meu oxente!
Pelo "ok" de seu ninguém.




Um comentário:

  1. Eu prefiro ver novela
    Do que ver filme enlatado
    Com cabra, todo bombado,
    Herói de meia-tigela,
    Escrevi na minha tela:
    Rambo não vale um vintém,
    Lampião topava cem
    Que nem ele pela frente
    Sem trocar o seu OXENTE
    Pelo OK de seu ninguém!

    Dalmo Sérgio


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