APRESENTAMOS O GENIAL
ZÉ RAIMUNDO DO APUIARÉS
FUMO DE JUMENTO
O nosso homenageado de hoje é o saudoso poeta e forrozeiro Zé Raimundo de Apuiarés, falecido num acidente de moto há poucos anos, figura popular em todo o Estado, com vários discos gravados, dentre os quais o antológico Festa de Casamento onde se verifica o irreverente refrão “fumo de jumento, no dia do casamento”. Paulo Oliveira, radialista da Verdes Mares AM, era um dos poucos que tocavam essa pérola irreverente em seu programa.
Nos idos da década de 70 do século recém-findo, a dupla de violeiros Zé Maria de Fortaleza e Benoni Conrado (cearense de Maranguape), esteve na residência do poeta fazendo uma cantoria. O anfitrião, autor de tiradas à altura de Zé Limeira e José Mota Pinheiro, deu “uma canja” cantando com os dois convidados.
Benoni Conrado, dono de linguagem correta e rebuscada, lembrou-se de uma sextilha da autoria do potiguar Chico Borges e resolveu testar os conhecimentos de Zé Raimundo. Os últimos versos diziam mais ou menos assim:
Nos idos da década de 70 do século recém-findo, a dupla de violeiros Zé Maria de Fortaleza e Benoni Conrado (cearense de Maranguape), esteve na residência do poeta fazendo uma cantoria. O anfitrião, autor de tiradas à altura de Zé Limeira e José Mota Pinheiro, deu “uma canja” cantando com os dois convidados.
Benoni Conrado, dono de linguagem correta e rebuscada, lembrou-se de uma sextilha da autoria do potiguar Chico Borges e resolveu testar os conhecimentos de Zé Raimundo. Os últimos versos diziam mais ou menos assim:
..................
Vi o braço da balança
De Roberval Quintezi
Pesando corpos orgânicos
À base de Galvani.
Zé Raimundo pegou na deixa e sapecou esse trocadalho do carilho, no qual compara o movimento da vara do pescador com o grau de excitação do órgão sexual masculino:
“ Mas nunca viu o que eu vi
No açude do Choró
Uma negrota de “cóca”
Ensaboando o cocó
E um véi pescando perto
Dando soco no cipó!”
A esposa do poeta, rodeada de quase uma dezena de meninos, ouvia atentamente a cantoria. Zé Maria, pabulando-se de seu sucesso com as criaturas do chamado sexo frágil, quis abarcar o mundo com as pernas, numa estrofe que terminava dessa forma:
........................
Se eu pudesse amaria
Todas mulheres do mundo!
Eis a tirada genial de Zé Raimundo, que possuía um jipe velho estacionado no pátio da fazenda:
“ E eu sou é Zé Raimundo
Da raça namoradeira
Comecei amar domingo
Casei na segunda-feira
Comprei esse jipe velho
Só pra carregar parteira.”
A música “Noite Caipora”, do seu disco mais recente, também é um verdadeiro achado. Vejamos:
NOITE CAIPORA
“ Eu já sofri numa noite caipora
Um dia fora de hora
Num forró do Trapiá
Bem que disseram
Que tinha bicho no “triango”
Mas eu tinha salgado o frango
E não temo a me encontrar
Com bicho “hidrófe”
Que já venha doido da furna
Em qualquer hora noturna
Eu não temo me encontrar...
Foi só o que deu,
Foi só o que deu:
Tinha um bicho no “triango”
E partiu pra me pegar.
Não uso arma, nem revólver, nem punhal
Mas dei de garra dum pau
E foi o jeito brigar...
Cacete nele! Cacete nele!
Cacete nele! Quando eu fui olhar direito
Era um tamanduá.
Língua comprida, venta fina, couro duro
E ainda era escuro, não sei se era velho ou novo.
Quando eu pensei, que o bicho tinha morrido
A praga ainda deu-me um chega
E eu passei-lhe o pau de novo!
Cacete nele! Cacete nele!
Cacete nele! Quando fui olhar direito
Era um tamanduá.”
Também atribui-se a Zé Raimundo (o que não conseguimos apurar se é verdadeiro) a autoria de uma sextilha onde ele tenta descrever seis coisas que uma pessoa não deve realizar. Depois do segundo verso, o poeta percebeu que uma sextilha é pequena demais para tanto, então saiu-se de forma magistral:
“ Há seis coisas nesse mundo
Que não se deve fazer...
As três primeiras não digo,
Que é pra ninguém aprender,
E as outras três, também não,
Porque não quero dizer.”
Fonte: FORRÓ TEM QUE SER COLADINHO
Musicas
01 – Não tire a calcinha
02 – Noite caipora
03 – Conheça o forró de zé raimundo
04 – Forró do mole mole
05 – Volks no prego
06 – Dezenove palavras
07 – Promessa no canindé
08 – Xote da maricota
09 – Olha o tamanho desse pau
10 – Me amarrei neste casamento
11 – Xamego da viola
12 – Segura o coco
02 – Noite caipora
03 – Conheça o forró de zé raimundo
04 – Forró do mole mole
05 – Volks no prego
06 – Dezenove palavras
07 – Promessa no canindé
08 – Xote da maricota
09 – Olha o tamanho desse pau
10 – Me amarrei neste casamento
11 – Xamego da viola
12 – Segura o coco
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