sábado, 3 de setembro de 2011

POETA, CALIBRE 44



Poeta Pedro Paulo Paulino, parente de Lampião, pela parte de Ferreira, (o cangaceiro véi da Vila Campos) completa hoje 44 anos de muita travessura. Bom poeta, boêmio festejado nas rodas etilico-literárias, tem mais de 100 folhetos de cordel (muitos inéditos) e dezenas de sonetos espalhados em jornais, blogs e revistas. Fizemos em parceria diversos folhetos de sucesso, dentre os quais:

- Se o clone for aprovado, vou mandar fazer o dela
- Peleja de Pedro Tatu com Franciné Calixto
- O homem que casou com uma serpente
- A história de Sodré ou a barafunda da História
- Debate de Zé Limeira com os profetas do fim do mundo
- As proezas de Broca da Silveira
- A caveira do ET encontrada em Quixadá... e muitos outros.


A seguir, alguns trechos de O HOMEM QUE CASOU COM UMA SERPENTE, uma brincadeira que fizemos com nosso amigo Zé Freire:



Eu já vi que o casamento
É roleta viciada
São poucos os que conseguem
Uma ficha premiada
Muitos vão pra enxovia
Pois a grande maioria
Se mete numa embrulhada

Tanto faz ser na igreja
No cartório ou no motel,
Pro sujeito se enrascar
Não precisa de papel
Vou narrar o triste fado
De um desafortunado
Que casou com u’a cascavel.

Quem conseguir mulher jovem
Bonita e inteligente,
Muito meiga e carinhosa
Desprendida e paciente
Fez então um grande arranjo
Casou-se foi com um anjo
Juro que não foi com gente...

Tinha o lacrimal dos olhos
Muito vivo e atraente
O lombo era roliço
O sorriso reluzente
Causou bastante estranheza
Como pôde essa princesa
Se transformar em serpente.

Tinha um jeito delicado
No seu modo de falar
Um sorriso cativante
E doçura no olhar,
Era educada e distinta
Mas bastou passar dos trinta
Começou se transformar.

Balzac, escritor francês,
Já alertava o perigo,
Mulher nessa faixa etária
É o mais vil inimigo
Sendo a dita ciumenta
Se torna mais agourenta
Que a Mãe do Calor-de-Figo.

A cova do seu umbigo
Era um poço de prazer
O restante não descrevo
Que é para ninguém saber;
Um vizinho me contou
Quando o Zé Freire casou
Só faltou enlouquecer...

Nesse “parque de lazer”
Passou um ano feliz
E o destino desfolhou
Da pétala até a raiz
Pois a cobra deu-lhe um bote
Das bênçãos do sacerdote
Findou nos pés de um juiz.

(...)

Arievaldo e o poeta Pedro Paulo Paulino,
 o aniversariante do dia

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