No dia dos pais quero recordar alguns episódios engraçados relacionados com meu pai, Evaldo Lima. Papai é bem humorado, comunicativo, cordial com as pessoas, mas às vezes se sai com cada uma... Certa vez ele limpava a sua espingarda, utilizada raramente para matar capotes ou afugentar algum ladrão de galinha quando o mano Autemar aproximou-se e fez este simplório comentário:
- Puxa vida, pai... Eu nunca dei um tiro na minha vida!
E o papai:
- Eu também não... Se tivesse dado um tiro na minha vida a essas alturas estaria nas catacumbas do São Miguel.
Minha irmã Vandinha inventou de fazer uns din-dins para vender. Os sabores não variavam nunca: manga, banana com Nescau, leite condensado, morango, abacaxi e coco queimado. Um menino, filho da vizinha, era seu melhor cliente. Todo dia, após o almoço, quando meu pai armava a rede na sala para tirar um cochilo o menino chegava no portão e dizia com sua vozinha estridente:
- Seu Evaldinho, tem din-din??
- Tem, meu filho...
- Quais os “saboles”?
- Manga, banana com Nescau, leite condensado, morango, abacaxi e coco queimado.
- Um de cada, por favor – dizia o garoto.
E a cena se repetia, dia após dia, sempre com o mesmo diálogo e à mesma hora. Certa dia, papai estava mal-humorado e o pobre do menino chegou com a mesma lenga-lenga:
- Seu Evaldinho, tem din-din??
- Tem, menino...
- Quais os “saboles”?
- Soda cáustica, baygon, creolina, ácido muriático, estriquinina...
Nem é preciso dizer que o pobre do garoto retirou-se sem fazer a compra.
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