A RAINHA VAQUEIRA
Por GILMAR DE CARVALHO
É incontestável a contribuição do ciclo do gado para a formação do Ceará De Capistrano de Abreu ao Boi Piauí, de Quixeramobim, as referências ao vaqueiro fazem jus à importância que ele teve no desbravamento dos sertões, na constituição das fazendas, que se tornaram vilas, e na formação de um imaginário e de uma cultura que refletem nossa secura, ética e determinação. Das narrativas orais (“Rabicho da Geralda”, bois “Espácio”, “Victor” e “Pintadinho”), passando pela escritura de Alencar e Domingos Olímpio, e pela dança dramática do bumba-meu-boi, somos uma nação vaqueira.
INICIAÇÃO
Sertão brabo. Vegetação rala: jurema, catingueira, unha-de-gato. Cactus e pedras. Sol estourado. Serrotes ao longe. Cenário de “Vidas Secas”.
Fazenda Barra do Cancão, 33 km a oeste de Canindé, hoje um assentamento do INCRA. Lá nasceu Dina, em 1954, de uma família de doze filhos, dos quais cinco mulheres. O pai, José Martins da Silva, vaqueiro, tinha mais de cem cabeças de gado. A mãe Maria Olinda Marreiro, ajudava na fabricação de cerca de 5 kg de queijo por dia, além de distribuir leite para os moradores e vizinhos.
Em meio ao pai, a dois irmãos vaqueiros encourados, e a muitos aboios, a menina cresceu. As lembranças são de um paraíso esturricado.
Um dia, aos sete anos de idade, ela montou. O pai não desaprovou, apesar de ter sete filhos “varões”. Logo, a menina estava vestida de gibão de couro, tangendo o gado nos lajedos e procurando a rês desgarrada.
Aprendeu vendo o trabalho na fazenda. E foi assim no ciclo do gado, quando se estabeleceram os núcleos que seriam as cidades. Quando as boiadas circulavam abrindo as trilhas que hoje constituem nossas estradas.
Canindé, um aldeamento tapuia, no século XVIII, atraiu fazendeiros do Jaguaribe, e um deles, Francisco Xavier de Medeiros construiu a capela para São Francisco, por volta de 1775. Desmembrou-se de Quixeramobim, em 1846, constituindo uma vila, hoje um dos grandes referenciais da religiosidade popular do Brasil.
Dina cresceu, tomou gosto pelas festas de apartação, começou a participar e a se tornar atração das vaquejadas, a derrubar o animal pelo rabo. Tornou-se uma vaqueira respeitada.
Aos quatorze anos, um vizinho perdeu uma rês, que se misturara ao gado dos Martins da Silva, e mandou seus vaqueiros pedir ajuda. O pai falou que só quem poderia ajudar seria Dina. Ela selou o cavalo, vestiu perneira, derrubou a novilha e a entregou de volta.
Não deu muita importância às narrativas de bois mandingueiros e cavalos misteriosos, das quais o sertão é pródigo. Histórias que eram contadas por seu avô e ela colocava na conta de fantasia. Afinal de contas, se tinha cavalo brabo ela montava, amansava, se tudo aquilo ela fazia...
Fazenda Barra do Cancão, 33 km a oeste de Canindé, hoje um assentamento do INCRA. Lá nasceu Dina, em 1954, de uma família de doze filhos, dos quais cinco mulheres. O pai, José Martins da Silva, vaqueiro, tinha mais de cem cabeças de gado. A mãe Maria Olinda Marreiro, ajudava na fabricação de cerca de 5 kg de queijo por dia, além de distribuir leite para os moradores e vizinhos.
Em meio ao pai, a dois irmãos vaqueiros encourados, e a muitos aboios, a menina cresceu. As lembranças são de um paraíso esturricado.
Um dia, aos sete anos de idade, ela montou. O pai não desaprovou, apesar de ter sete filhos “varões”. Logo, a menina estava vestida de gibão de couro, tangendo o gado nos lajedos e procurando a rês desgarrada.
Aprendeu vendo o trabalho na fazenda. E foi assim no ciclo do gado, quando se estabeleceram os núcleos que seriam as cidades. Quando as boiadas circulavam abrindo as trilhas que hoje constituem nossas estradas.
Canindé, um aldeamento tapuia, no século XVIII, atraiu fazendeiros do Jaguaribe, e um deles, Francisco Xavier de Medeiros construiu a capela para São Francisco, por volta de 1775. Desmembrou-se de Quixeramobim, em 1846, constituindo uma vila, hoje um dos grandes referenciais da religiosidade popular do Brasil.
Dina cresceu, tomou gosto pelas festas de apartação, começou a participar e a se tornar atração das vaquejadas, a derrubar o animal pelo rabo. Tornou-se uma vaqueira respeitada.
Aos quatorze anos, um vizinho perdeu uma rês, que se misturara ao gado dos Martins da Silva, e mandou seus vaqueiros pedir ajuda. O pai falou que só quem poderia ajudar seria Dina. Ela selou o cavalo, vestiu perneira, derrubou a novilha e a entregou de volta.
Não deu muita importância às narrativas de bois mandingueiros e cavalos misteriosos, das quais o sertão é pródigo. Histórias que eram contadas por seu avô e ela colocava na conta de fantasia. Afinal de contas, se tinha cavalo brabo ela montava, amansava, se tudo aquilo ela fazia...
Antônio Cícero (cantador), Dona Dina e Luiz Gonzaga
(Missa dos Vaqueiros de Canindé)
A VOZ
O primeiro aboio ela ainda sabe de cor: “Em nome do Pai Espírito Santo / na hora de Deus amém / penso no que é ruim pra mim / e não se agrava a ninguém / o começo do aboio / são palavras que convêm, ô, ô,!”
E prossegue: “Aqui mando meu aboio / vai meu aperto de mão / pra meus amigos vaqueiros / gente humilde do sertão, ô, ô !!!”
Mas na região corre a fama do vaqueiro Zé Fortunato, morto há dez anos, de quem se dizia que não trabalhava só, mas com a participação de umas rezas que ajudavam-no a lutar alta noite, sozinho, sem nunca botar gado no mato ou nas estradas.
Por falar em encantaria, o caboclo Boiadeiro se manifesta nos rituais de Umbanda e seu ponto cantado: “Caboclo é Boiadeiro / É morador na chegada / Vaqueiro chapéu de couro / Ele é o rei da boiada”. Com um quê de aboio na repetição final do” ô, ô, ô.
Nunca leu um cordel e eram raras as passagens de violeiros por uma fazenda tão fora das rotas. Mesmo assim ela conheceu Tetéu, Zé Louro e lembra de ter ouvido aboios no programa de rádio de Aurélio Brasil.
Não se deixava impressionar pela valentia dos outros. Sabia de sua coragem e de sua força.
Estudou três anos no Colégio Santa Clara, um internato em Canindé, mas todo final de semana voltava para a fazenda. “Não agüentei não. A vida do campo é muito boa”.
Lá se sentia livre. Era Luzia - Homem, de Domingos Olímpio, Diadorim, de Guimarães Rosa, a donzela guerreira do “Grande Sertão”, atualizando o “topos” do romanceiro e aliando a coragem à beleza.
Gostava de ajuntar o gado, conversar com ele, de lutar com os brutos “parece que eles entendem a gente”.
E prossegue: “Aqui mando meu aboio / vai meu aperto de mão / pra meus amigos vaqueiros / gente humilde do sertão, ô, ô !!!”
Mas na região corre a fama do vaqueiro Zé Fortunato, morto há dez anos, de quem se dizia que não trabalhava só, mas com a participação de umas rezas que ajudavam-no a lutar alta noite, sozinho, sem nunca botar gado no mato ou nas estradas.
Por falar em encantaria, o caboclo Boiadeiro se manifesta nos rituais de Umbanda e seu ponto cantado: “Caboclo é Boiadeiro / É morador na chegada / Vaqueiro chapéu de couro / Ele é o rei da boiada”. Com um quê de aboio na repetição final do” ô, ô, ô.
Nunca leu um cordel e eram raras as passagens de violeiros por uma fazenda tão fora das rotas. Mesmo assim ela conheceu Tetéu, Zé Louro e lembra de ter ouvido aboios no programa de rádio de Aurélio Brasil.
Não se deixava impressionar pela valentia dos outros. Sabia de sua coragem e de sua força.
Estudou três anos no Colégio Santa Clara, um internato em Canindé, mas todo final de semana voltava para a fazenda. “Não agüentei não. A vida do campo é muito boa”.
Lá se sentia livre. Era Luzia - Homem, de Domingos Olímpio, Diadorim, de Guimarães Rosa, a donzela guerreira do “Grande Sertão”, atualizando o “topos” do romanceiro e aliando a coragem à beleza.
Gostava de ajuntar o gado, conversar com ele, de lutar com os brutos “parece que eles entendem a gente”.
LAÇOS DE FAMÍLIA
A armadura de couro não escondia a mulher bonita e faceira que se casou aos dezessete anos, em 1971.
Não deixou a montaria. O marido, Fernando Pereira Lima, vaqueiro, a estimulava, não tinha ciúmes da mulher, e entravam carrascal adentro para campear.
Moravam na fazenda Jacurutu, a 18 km da sede do município, “para o lado do nascente”. O gado era numeroso, mais de 1300 reses, de outros donos, que eles cuidavam.
Foram felizes, como nas histórias de “trancoso”, e tiveram três filhos.
No relato memorialístico das façanhas, o dia em que, com outros vaqueiros, matou uma onça, com uma paulada na cabeça do “gato”, que, aos poucos, volta a aparecer nos serrotes da região.
O marido ainda teve tempo de vê-la coroada “Rainha dos Vaqueiros”. Era pra valer. Tinha de ser uma mulher que montasse, se encourasse, soubesse como se pega uma rês, e não uma mocinha ávida por um título de beleza.
Marcante foi o encontro com Luiz Gonzaga que cantou, galanteador, em tom de aboio: “Morena tão bonita / aonde você mora?”. Rápida no laço, tangendo gado e rimando, Dina respondeu”: “Eu moro bem distante / meu marido está lá fora”. O “rei do baião” não fez por menos: “Pois dê lembrança a ele / se arretire e vá embora”. Dina retrucou: “Eu vou me arretirando / mas não é com medo não / é mostrando para o povo / a minha boa intenção”
Em 1970, Frei Lucas começou a celebrar a Missa dos Vaqueiros, nos fundos da basílica, junto à gruta, como parte da festa de São Francisco, em outubro, tradição inventada e que perdura até hoje.
Não deixou a montaria. O marido, Fernando Pereira Lima, vaqueiro, a estimulava, não tinha ciúmes da mulher, e entravam carrascal adentro para campear.
Moravam na fazenda Jacurutu, a 18 km da sede do município, “para o lado do nascente”. O gado era numeroso, mais de 1300 reses, de outros donos, que eles cuidavam.
Foram felizes, como nas histórias de “trancoso”, e tiveram três filhos.
No relato memorialístico das façanhas, o dia em que, com outros vaqueiros, matou uma onça, com uma paulada na cabeça do “gato”, que, aos poucos, volta a aparecer nos serrotes da região.
O marido ainda teve tempo de vê-la coroada “Rainha dos Vaqueiros”. Era pra valer. Tinha de ser uma mulher que montasse, se encourasse, soubesse como se pega uma rês, e não uma mocinha ávida por um título de beleza.
Marcante foi o encontro com Luiz Gonzaga que cantou, galanteador, em tom de aboio: “Morena tão bonita / aonde você mora?”. Rápida no laço, tangendo gado e rimando, Dina respondeu”: “Eu moro bem distante / meu marido está lá fora”. O “rei do baião” não fez por menos: “Pois dê lembrança a ele / se arretire e vá embora”. Dina retrucou: “Eu vou me arretirando / mas não é com medo não / é mostrando para o povo / a minha boa intenção”
Em 1970, Frei Lucas começou a celebrar a Missa dos Vaqueiros, nos fundos da basílica, junto à gruta, como parte da festa de São Francisco, em outubro, tradição inventada e que perdura até hoje.
DOCUMENTO SONORO
Dina está no registro que Aloísio de Alencar Pinto fez, em 1982, dos aboios cearenses, no oitavo centenário de nascimento de São Francisco, na basílica de Canindé. É dela a voz feminina que canta, a capela, “Sinto cheiro do gado giz”. O compacto foi lançado pela Funarte e relançado em cd, com apoio do Itaú Cultural, em 1998 (Documento Sonoro do Folclore Brasileiro- volume VI).
“Aqui mando meu aboio / para todos os fazendeiros / deputado e capitão / e a todos meus bons vaqueiros / Zé Martins, lá em Cancão / que foi meu patrão primeiro”, improvisou na homenagem ao pai.
Depois que enviuvou (o marido morreu de parada cardíaca, aos 44 anos), perdeu o estímulo, abandonou as vaquejadas, se desfez das roupas de couro, mantendo apenas um chapéu, e se afastou um tempo deste universo da qual ela fazia parte e que dera sentido à sua vida e impregnara tão fortemente seu imaginário.
Aprendera a aboiar ouvindo vaqueiros mais velhos. No início o berrante era um búzio. Depois passou a usar o chifre, embora não faça parte da tradição local, quando o que prevalece é a voz roufenha, o som da taquara rachada, como a dos cegos de feira, dos mezuins do Islã ou o cantochão gregoriano, acompanhado pelo chocalho. Voz que ecoa e se embrenha feito o gado, no tempo em que rangiam as rodas de madeira do carro – de - bois.
Aqui temos um aboio com influências da cantoria e que recorre a rimas, quadras e sextilhas. Mas a voz de Dina deu sinais de fraquejar e ela também parou.
Casou pela segunda vez, com um comissário de polícia, casamento desfeito, recentemente, e sobre o qual não gosta de falar.
“Aqui mando meu aboio / para todos os fazendeiros / deputado e capitão / e a todos meus bons vaqueiros / Zé Martins, lá em Cancão / que foi meu patrão primeiro”, improvisou na homenagem ao pai.
Depois que enviuvou (o marido morreu de parada cardíaca, aos 44 anos), perdeu o estímulo, abandonou as vaquejadas, se desfez das roupas de couro, mantendo apenas um chapéu, e se afastou um tempo deste universo da qual ela fazia parte e que dera sentido à sua vida e impregnara tão fortemente seu imaginário.
Aprendera a aboiar ouvindo vaqueiros mais velhos. No início o berrante era um búzio. Depois passou a usar o chifre, embora não faça parte da tradição local, quando o que prevalece é a voz roufenha, o som da taquara rachada, como a dos cegos de feira, dos mezuins do Islã ou o cantochão gregoriano, acompanhado pelo chocalho. Voz que ecoa e se embrenha feito o gado, no tempo em que rangiam as rodas de madeira do carro – de - bois.
Aqui temos um aboio com influências da cantoria e que recorre a rimas, quadras e sextilhas. Mas a voz de Dina deu sinais de fraquejar e ela também parou.
Casou pela segunda vez, com um comissário de polícia, casamento desfeito, recentemente, e sobre o qual não gosta de falar.
A LÍDER
Em 1993, foi fundada a “Associação dos Vaqueiros, Boiadeiros e Pequenos Criadores de Canindé”. Dina foi a primeira presidente, cargo que ocupa até hoje, em função mesmo de sua liderança, fazem questão de dizer seus companheiros.
Quem melhor do que ela para dirigir uma reunião com os mais de 300 sócios? Quem uniria força e sensibilidade para manter a Associação coesa? Quem compreenderia tão bem que o sertão, também no caso de Canindé, está literalmente dentro de todos eles e eles dentro do sertão?
Aliás, é curiosa a aceitação da “organização” por parte das camadas populares, como disciplina do caráter dionísiaco destas manifestações. Das regras do carnaval ao controle dos folguedos tradicionais, é o próprio povo que introjeta a burocracia e assimila o modelo hegemônico, em perda de uma espontaneidade própria da festa.
Dina conta fatos curiosos, abre o velho baú de couro e tachas de metal e retira fotografias, o compacto dos aboios, recortes desorganizados de jornais.
Fala de sua devoção por Santa Joana d’ Arc, também guerreira, e por São Jorge, vaqueiro, a quem sempre recorre nas horas de aflição: “Meu São Jorge, me dá tua espada para eu lutar!“
Dina se dedica em tempo integral à Associação. Os filhos estão criados. A mãe, idosa, merece cuidados especiais.
Fala com carinho dos vaqueiros mais antigos, como Moisés Uchoa, Luis Preto e Zé Marçal, todos aboiadores. Uchoa sabe recitar o “Rabicho da Geralda”, história de um boi de fama conhecido, de Quixeramobim, famoso em todo sertão, narrativa oral (aboio, segundo alguns) que os folcloristas datam de 1792, recolhida, dentre outros, por Antonio Bezerra e “revisada” por José de Alencar
Orgulha-se de ser personagem da exposição “Vaqueiros”, no Memorial da Cultura Cearense, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, ainda que esteja de fora do painel fotográfico da mostra, e de ser amiga de Dilson Pinheiro, que manda sempre abraços para ela no programa Ceará Caboclo (TVC).
Quem melhor do que ela para dirigir uma reunião com os mais de 300 sócios? Quem uniria força e sensibilidade para manter a Associação coesa? Quem compreenderia tão bem que o sertão, também no caso de Canindé, está literalmente dentro de todos eles e eles dentro do sertão?
Aliás, é curiosa a aceitação da “organização” por parte das camadas populares, como disciplina do caráter dionísiaco destas manifestações. Das regras do carnaval ao controle dos folguedos tradicionais, é o próprio povo que introjeta a burocracia e assimila o modelo hegemônico, em perda de uma espontaneidade própria da festa.
Dina conta fatos curiosos, abre o velho baú de couro e tachas de metal e retira fotografias, o compacto dos aboios, recortes desorganizados de jornais.
Fala de sua devoção por Santa Joana d’ Arc, também guerreira, e por São Jorge, vaqueiro, a quem sempre recorre nas horas de aflição: “Meu São Jorge, me dá tua espada para eu lutar!“
Dina se dedica em tempo integral à Associação. Os filhos estão criados. A mãe, idosa, merece cuidados especiais.
Fala com carinho dos vaqueiros mais antigos, como Moisés Uchoa, Luis Preto e Zé Marçal, todos aboiadores. Uchoa sabe recitar o “Rabicho da Geralda”, história de um boi de fama conhecido, de Quixeramobim, famoso em todo sertão, narrativa oral (aboio, segundo alguns) que os folcloristas datam de 1792, recolhida, dentre outros, por Antonio Bezerra e “revisada” por José de Alencar
Orgulha-se de ser personagem da exposição “Vaqueiros”, no Memorial da Cultura Cearense, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, ainda que esteja de fora do painel fotográfico da mostra, e de ser amiga de Dilson Pinheiro, que manda sempre abraços para ela no programa Ceará Caboclo (TVC).
SEMPRE MAJESTADE
Desde 1970, até agora, desfila garbosa, na marcha dos vaqueiros na festa do santo, que tanto amava os animais, e em quem tanto crêem os sertanejos, empunhando o estandarte ou a bandeira do Brasil. Cortejo e aboios que marcham para outras localidades como Bonsucesso, Porto de Pedra, São Domingos, Campos Belos e Caridade.
Pensa em comprar nova roupa de couro, com a qual se sentiria “orgulhosa”: chapéu, guarda - peito, bata, gibão, botas e luvas, em couro de bode ou vaqueta natural. Roupa que exige disciplina para ser usada e que não refresca, mesmo quando se está cavalgando e o vento sopra quente, calor de fornalha. Feita mesmo em Canindé, por Zé Neco, sob medida, vontade que esbarra no preço alto.
Com seu porte altivo, mais de um metro e oitenta, sorriso aberto, espontânea, Dina é a senhora das marcas de ferrar, das histórias que se contarão a partir dela, e do aboio longínquo, que um dia emudeceu, mas que pode voltar triunfante quebrando a morrinha das tardes do sertão.
Pensa em comprar nova roupa de couro, com a qual se sentiria “orgulhosa”: chapéu, guarda - peito, bata, gibão, botas e luvas, em couro de bode ou vaqueta natural. Roupa que exige disciplina para ser usada e que não refresca, mesmo quando se está cavalgando e o vento sopra quente, calor de fornalha. Feita mesmo em Canindé, por Zé Neco, sob medida, vontade que esbarra no preço alto.
Com seu porte altivo, mais de um metro e oitenta, sorriso aberto, espontânea, Dina é a senhora das marcas de ferrar, das histórias que se contarão a partir dela, e do aboio longínquo, que um dia emudeceu, mas que pode voltar triunfante quebrando a morrinha das tardes do sertão.
Uma historia muito bonita e emocionante, estou gostando muito de seguir o blog. Parabéns pelo bom trabalho!
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