quarta-feira, 9 de abril de 2014

Dona Baratinha na V Feira do Livro

Com a escritora Saskia Brigido, na Rádio O POVO-CBN

O circo da leitura
A Feira do Livro Infantil de Fortaleza começa hoje com programação na Praça do Ferreira e no CCBNB. Oficinas, lançamentos de livros, contação de histórias e shows musicais marcam o evento.

De hoje até o próximo dia 12 de abril, Fortaleza será a sede da magia, de bichos falantes, de objetos fantásticos, dos superpoderes e do que mais couber no universo das crianças. A Feira do Livro Infantil inicia hoje sua quinta edição com programação na Praça do Ferreira e no Centro Cultural do BNB (CCBNB). O evento terá bate-papo com os escritores, lançamentos de livros, oficinas, shows e contação de histórias. Com entrada gratuita, a feira reunirá atrações locais, nacionais e internacionais em torno do tema “o circo chegou!”.
Amanda tem quatro anos e já garante presença na feira deste ano. “É muito importante criar esse hábito da leitura desde cedo. À medida que a gente vai se familiarizando pelos livros, vai criando interesse e esse costume é levado para o resto da vida”, afirma a advogada Ingrid Feitosa, mãe da pequena “leitora”. Ingrid diz que a filha ainda está aprendendo a ler, mas “gosta muito de ver as figuras”.
Para encher ainda mais os olhos dos pequenos, a feira traz como tema a magia das artes circenses. Abrindo o evento logo mais às 18 horas, a banda Dona Zefinha apresenta o show O circo da lona furada no CCBNB. Atração internacional, os mexicanos Martin Corona, Israel Muñoz e Alethia Valdes misturam contação de histórias e malabarismo em Juglaria, Circo y Narración.
“Literatura pode ser uma grande brincadeira assim como o circo. A leitura é uma arte e, para a criança, pode ser algo simples e prazeroso”, afirma Júlia Barros, coordenadora executiva do evento. De acordo com Júlia, a feira visa trabalhar a leitura infantil para muito além da sala de aula.
O evento traz também oficina para contadores de histórias com a argentina Mónica Chiesa, que se apresenta quinta e sexta. A programação inclui atrações da literatura de diversos estados brasileiros como Alexandre Azevedo (SP) e Marisa Oliveira (RJ), além dos cearenses Raymundo Netto, Gylmar Chaves, Klevisson Viana, Arievaldo Viana, Assis Almeida, Rouxinol do Rinaré, entre outros.
A coordenadora garante que o evento se preocupa em oferecer livros mais baratos para os leitores. “A Feira do Livro Infantil é diferente de muitas outras feiras, as editoras não pagam para participar. Em contrapartida, elas oferecem descontos de até 40% no preço de capa”, diz.

Fonte: http://www.opovo.com.br/




LANÇAMENTO:


Dona Baratinha e seu casório atrapalhado




Dona Baratinha e seu casório atrapalhado é uma nova versão da clássica musiquinha que embalou o sono de crianças de várias gerações. Na adaptação de Arievaldo Viana para cordel, a personagem continua romântica e sonhadora e vive inúmeras decepções com os pretendentes que encontra, até o dia do seu atrapalhado casamento com o guloso João Ratão.




LANÇAMENTO DIA 12 DE ABRIL, 10 horas da manhã, no Centro Cultural BNB - Fortaleza-CE.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

SHAKESPEARE EM CORDEL


Mais um livro a caminho... nova parceria com JÔ OLIVEIRA

SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO

TRECHOS...

À Grécia dos Tempos Clássicos
Quero agora retornar
Pois na cidade de Atenas
Por decreto milenar
O pai escolhia o noivo
Para a filha se casar.

Em Atenas residia
Um velho chamado Egeu
E o mesmo foi se valer
Do governante, Teseu,
Porque sua filha Hérmia
Tal lei desobedeceu.

Poderes de vida e morte
Dava a lei ultrapassada,
Egeu elegeu Demétrio
Julgando escolha acertada,
Mas por Lisandro, outro jovem
Hérmia estava apaixonada.

Hérmia por esse motivo
Resolve então afrontar
A autoridade paterna
E combinou de encontrar
Na floresta com Lisandro
Para bem longe casar.

Além do mais, que Helena
Sua amiga predileta
Amava o jovem Demétrio
Então traçaram uma meta
Julgando que assim teriam
Felicidade completa.

(...)

domingo, 6 de abril de 2014

CORDEL E XILOGRAVURA



Texto publicado no blog CORDEL ATEMPORAL (http://marcohaurelio.blogspot.com.br/)

Em 2007, o casamento da xilogravura com a literatura de cordel completou cem anos. Para celebrar a data, o pesquisador Jeová Franklin e a produtora cultural Ana Peigon organizaram, em Brasília, um evento que, na palestra de abertura, contou com a presença do mítico Ariano Suassuna. A convite de Arievaldo Viana, escrevi, em parceria com ele um folheto, Cem Anos da Xilogravura na Literatura de  Cordel, publicado pela editora Queima-Bucha, de Mossoró (RN).

O folheto, composto em setilhas, está abaixo reproduzido:

Brasília está promovendo
Uma festa de cultura
Que trata sobre os 100 anos
Da nossa Xilogravura,
Impressa sobre o papel
Dos folhetos de cordel,
Popular literatura.
O cordel é mais antigo
Vem do século dezenove
Com Leandro e Pirauá
Começou, ninguém reprove
Minha rima, pois agora
Eu ando Nordeste afora
E tiro a prova dos nove!
Outros pioneiros são
João Melchíades Ferreira,
Galdino da Silva Duda,
Um poeta de primeira,
Francisco Chagas Batista
Também foi um grande artista
Da cultura brasileira.
Mil novecentos e sete,
Conforme a história apura,
Foi o ano em que o cordel
Casou com a xilogravura.
Num “taco” bem pequenino
Gravaram Antônio Silvino
Numa tosca iluminura.
Antes disso, só havia
A chamada “capa cega”,
Com letras e arabescos.
Assim a história prega
E quem conhece a história,
Puxando pela memória,
Essa verdade não nega.

(...)

Na gravura popular,
Uma escola muito forte
É a que ainda produz
Em Juazeiro do Norte,
Desde o passado milênio,
Que teve e tem em Stênio,
O verdadeiro suporte.
Pernambuco também traz
Contribuição certeira
No traço de Manoel
Apolinário Pereira.
Outro artista genuíno
Foi Cirilo ou Severino
Gonçalves de Oliveira.
Da mesma escola saído,
Com talento e sem enfeite,
Seu traço característico
É pra muitos um deleite.
É um poeta afamado
E um xilógrafo respeitado
Nosso José Costa Leite.
Jerônimo, que hoje respira
Em São Paulo novos ares,
Com seu traço singular,
Está em vários lugares.
A sua arte se expande,
Pois ele é filho do grande
Poeta José soares.
Também Marcelo Soares,
Que é de Jerônimo irmão,
Desenvolveu um estilo,
Que já beira a perfeição.
E ele, além de gravador,
É também um trovador
Pleno de inspiração.
J.Borges de Bezerros
Possui traço primoroso,
É A Prostituta no Céu
O seu taco mais famoso.
Ele é poeta e editor,
Com quem o Pai Criador
Foi bastante generoso.
O João Antônio de Barros
É de Glória do Goitá.
Com o nome de Jota Barros
Ele se projetará
No verso e na ilustração
E também na Coleção
Famosa de Jeová.
Dila é outro gravador,
Que possui boa figura.
Trabalhando na borracha,
Criou a linogravura.
Lampião, Rei do Cangaço,
Está presente em seu traço
E em sua literatura.
Na Bahia, Minelvino,
Que foi poeta e editor,
Escreveu a sua história
Também como gravador.
Co’ inspiração soberana
Ele traçou na umburana
Fé, caridade e amor.
Também deve ser citado,
Da terra de Minelvino,
Franklin Cerqueira Maxado,
O Maxado Nordestino,
Trovador e ensaísta
Que optou por ser artista,
Forjando o próprio destino.
Em Alagoas, a terra
Dos guerreiros de Palmares,
Floresceu a arte do
Poeta Enéias Tavares,
Que escreveu sobre João Grilo
E no cordel e na xilo
Possui obras singulares.
Não esqueçamos Nireuda,
Gravadora potiguar,
O mestre Antônio Lucena,
Que era bom no versejar.
Assim, a xilogravura,
Com nomes desta estatura,
Têm muito a comemorar.
E José Martins dos Santos
Não pode ser olvidado:
Com O Soldado Francês
Ou O Baralho Sagrado,
Fez com traço harmonioso
Um tema muito famoso,
Já por Leandro versado.
Dizem que José Camelo,
Cordelista talentoso,
Também fez xilogravuras
Com um traço primoroso.
Escreveu, com maestria,
Coco Verde e Melancia
O Pavão Misterioso.
A gravura popular
Está muito divulgada
Até no primeiro mundo
É exposta e pesquisada
Arte simples do sertão
Na Europa e no Japão
Se tornou admirada.
Brasília que sempre foi
Porto de muitas culturas
Vai expor em grande estilo
A coleção de gravuras
Que vale mais do que ouro,
Um verdadeiro tesouro
Para as gerações futuras.