sábado, 23 de julho de 2011

BAU DA GAIATICE


NOVIDADE DA SEMANA

Ontem participamos de uma interessante reunião com o jornalista Francisco Bezerra (o Bezerrinha) e o pessoal da Editora Assaré (responsável pela publicação da revista Nordeste Vinte e Um) para acertar detalhes da publicação da terceira edição do livro O BAÚ DA GAIATICE. Tudo indica que a irreverente e badalada arca da molecagem cearense sairá mesmo daqui para setembro, com novos ajustes nas dobradiças e na fechadura. Quando o baú for aberto novamente, vai ser um pipocar de risadas!

TRECHO

TOPA TUDO POR DINHEIRO


Quando abriu mão da merenda - um copo de garapa de murici e duas maria-malucas - para comprar o bilhete da Telesena, 'Imbrúi de Prego', dedicado operário do ramo da construção civil, jamais poderia imaginar que estava se tornando naquele justo momento mais um bafejado pelos ares da sorte, tornando-se o mais novo milionário da quarta etapa do Conjunto Ceará.
A bem da verdade, o bilhete premiado sofreu alguns revezes. A sogra de 'Imbrúi de Prego', cega de guia, confundiu a Telesena com um encarte das Lojas Paraíso e levou o malfadado papel para a "casa de força", causando com isto verdadeiro transtorno. Foi necessário fazer uma lavagem à seco para o bicho ficar semi novo. Só não perdeu a catinga e a "marca d'água" impressa pela velha.
Quando o Abravanel anunciou os 25 números premiados, foi aquela algazarra. O bodegueiro Chico Leandro, quando soube da novidade, reabriu o crédito do felizardo proscrito, fornecendo meia grade de cerveja e um galeto para a comemoração. Entrega à domicílio e tudo... É o fraco!
Não demorou muito e chegaram pelo Correio as passagens aéreas que possibilitaram ao novo milionário ir assistir ao vivo e a cores o "TOPA TUDO POR DINHEIRO". Imbrúi, que desde a mais tenra idade acalentava o sonho de conhecer o Sílvio Santos pessoalmente, quase morre de emoção quando viu seu sonho de 45 anos realizado. É o novo!
Viagem como esta requer uma série de preparativos e a primeira providência de Dona Veridiana, mulher do servente-milionário, foi comprar uma penca de bananas e fazer uma lata de farofa. Desconhecedor das regras de etiqueta, 'Imbrúi' não sabia que era falta de educação falar com a boca cheia, portanto haja farofa no paletó do Ex-Senador Mauro Benevides, que teve o infortúnio de viajar lado a lado com o emergente do Conjunto Ceará. "Vai mais uma bananinha aí, senador?"
Sentiu-se mal após meia hora de viagem e dirigiu-se à aeromoça:
- Trocadora, abra aqui a jinela desta onça, mode eu vomitar!!!
Finalmente nos estúdios do SBT, resolveu assistir as gravações do programa do Gugu, quando foi convidado a substituir o Batoré na prova da banheira. Quando estava lá no rala e rola, atracado com a Sheila do Tcham, prestes a passar-lhe o prumo e tirá-la de nível, recebeu um balde d'água na cara...
- Acorda, coisa ruim... Vai trabalhar! Chega bêbo de madrugada e depois quer dormir até meio dia!
Era Veridiana, a mulher do Imbrúi, lhe chamando para mais um dia de batente. Como diria Moreira da Silva, "foi um sonho, minha gente!"

(Crônica publicada na revista VARAL em 1998)

Caricatura de Silvio Santos - Baptistão

AGUARDEM!

O DISCO DA SEMANA


luiz-gonzaga-sanfona-do-povo1974-frente


Gonzagão é Gonzagão! Em agosto farão 22 anos de sua partida e a lacuna deixada por ele na música brasileira continua impreenchível. Este é um disco que tem o mesmo nome do LP lançado em 1964, porém as músicas são completamente outras, pois trata-se de uma coletânea, que reúne os sucessos da década anterior.


luiz-gonzaga-sanfona-do-povo1974-verso

“O disco, muito apropriadamente, recebeu o título de ‘Sanfona do povo’, que também é o título da música com que o mesmo tem início. Na verdade, a voz e as canções de Luiz Gonzaga acham-se tão intimamente identificadas com seu instrumento, que a simples menção de ‘sanfona’ ou ‘sanfoneiro’, a primeira imagem mentalizada é a deste notável artista, com seu chapéu de couro e seu largo sorriso.” (Trecho extraído da contra capa)

Luiz Gonzaga – Sanfona do povo
1974 – RCA


01. Óia eu aqui de novo (Antônio Barros)
02. Hora do adeus (Onildo Almeida / Luiz Queiroga)
03. Xote dos cabeludos (José Clementino / Luiz Gonzaga)
04. O Jumento é nosso irmão (Luiz Gonzaga / José Clementino)
05. Sanfoneiro Zé Tatu (Onildo Almeida)
06. São João do Carneirinho (Luiz Gonzaga / Guio de Morais)
07. Quase Maluco (Luiz Gonzaga / Victor Simon)
08. Sanfona do povo (Luiz Guimarães / Luiz Gonzaga)
09. Noites Brasileiras (Luiz Gonzaga / Zé Dantas)
10. A Morte do Vaqueiro (Nelson Barbalho / Luiz Gonzaga)
11. A Festa do Milho (Rosil Cavalcanti)
12. Olha Pro Céu (José Fernandes / Luiz Gonzaga)
13. De Juazeiro a Crato (Luiz Gonzaga / Julinho)
14. Forró no Escuro (Luiz Gonzaga)


Para baixar esse disco, clique aqui.

Fonte: www.forroemvinil.com

sexta-feira, 22 de julho de 2011

BIENAL DO LIVRO DE FORTALEZA


CORDEL É SUCESSO NA BIENAL
DO LIVRO DE FORTALEZA


A literatura de cordel vem tendo presença marcante na Bienal do Livro de Fortaleza há mais de uma década. Tudo começou quando Patativa do Assaré (ainda em vida) foi homenageado com o lançamento de uma caixa com seus folhetos, idealizada pelo pesquisador Gilmar de Carvalho. Nas edições seguintes, foi a vez da Editora Tupynanquim entrar em cena com o lançamento de novos autores e a reedição de grandes clássicos do gênero. Na edição passada da Bienal de Fortaleza o grande sucesso foi o lançamento do Pavão Misterioso em quadrinhos, numa edição conjunta das editoras Luzeiro e Tupynanquim. Em 2006, o grande destaque foi a caixa de folhetos com histórias das MIL E UMA NOITES. Eis algumas matérias publicadas na grande imprensa:



AS MIL E UMA NOITES EM CORDEL
Tiago Coutinho - Especial para o Caderno 3 (DN)
Sucesso de vendas na VII Bienal Internacional do Livro do Ceará, a delicada caixinha “As mil e uma noites em Cordel”, organizado pelo poeta popular Klévisson Viana, consegue unir a tradição nordestina com a cultura árabe. O estojo reúne oito folhetos com histórias adaptadas do livro ´As Mil e uma Noites´, produzidos por seis cordelistas cearenses.

Há um ano, quando vazou a notícia de que a Bienal do Livro deste ano teria como temática central “As mil e uma noites”, Klévisson Viana, poeta popular já conhecido do leitor cearense, pensou em um produto para lançar na feira, algo que tivesse a “cara” do evento. Não deu outra. Entrou em contato com cinco poetas amigos e pediu que cada um escolhesse e adaptasse um conto do famoso livro árabe. A única condição era que as histórias “Ali Babá e os Quarenta Ladrões” e “Aladim e a Lâmpada Maravilhosa” estivessem entre as releituras.
Feita a exigência, os poetas convidados se debruçaram pelos dois volumes das “Mil e uma Noites” para escolher qual conto gostariam de adaptar. Esse processo durou cerca de quatro meses e resultou na caixa “As mil e uma noites em Cordel”, umas das surpresas da Bienal.

No estojo, o leitor pode encontrar as duas histórias já citadas, reescritas respectivamente por Rouxinol do Rinaré e Evaristo Geraldo da Silva, além de textos menos populares como “O Cachorro Encantado e a Sorte da Megera” (por Klévisson Viana); “O príncipe da Pérsia e o Cavalo Encantado” (por Sávio Pinheiro); “O Crime das Três Maças” (por Arievaldo Viana) e “O Mercador e o Gênio” (por Damásio Paulo). Evaristo Geraldo da Silva também colaborou com a adaptação de “Romance de Bernardo e Sara ou a Promessa dos dois Irmãos”, enquanto Rinaré verteu para o cordel o texto “O Ladrão de Bagdá”.

Fiéis ao gênero, os folhetos apresentam histórias com versos criativos e bem-humorados. Em suas releituras, os poetas tiveram o máximo de cuidado para manter a fidelidade ao texto original. Para Klévisson Viana, é comum que o cordel nordestino se aproprie de grandes clássicos literários para desenvolver seus enredos. Numa ligeira lembrança, ele citou os casos de Iracema, de José de Alencar, além dos romances O Conde de Monte Cristo e Dama das Camélias, ambos do francês Alexandre Dumas. Todos igualmente “traduzidos” para os cordéis.

No caso de ´As mil e uma noites´ o processo de adaptação , segundo Viana, foia ainda mais fácil. São muitas as aproximações entre os dois estilos. Tanto os folhetos daqui como as estórias de lá apelam para fatos eróticos, fantásticos e extraordinários. Também a preocupação na forma de conduzir as ações das personagens, nos dois casos, é de extrema importância. Sherazade e os poetas populares, para garantirem suas sobrevivências, precisam seduzir o leitor para que eles escutem até o final a história contada.

“Eu acho que foi muito fácil adaptar. As histórias já vinham no mesmo espírito das que somos acostumados a produzir. Eu diria que a diferença entre os folhetos de cordel e as histórias de Sherazade é que o primeiro é escrito em rima e verso. O segundo na forma de prosa”, ressalta Klévisson Viana.

Dentre as publicações do estilo, a caixa é a mais bem-sucedida na Bienal. Um sucesso absoluto de vendas. “Nós temos vários modelos de cordéis aqui, mas a caixa é o que nós mais vendemos até agora. Todos querem ler as ´Mil e uma noites em cordel´”, comemora Viana. A caixinha, segundo o organizador, também pode ser utilizada como ferramenta de difusão das invenções de Sherazade. “É uma forma de incentivar a leitura e fazer com que as pessoas conheçam esse clássico. É muito mais fácil alguém ler um folheto desse do que ler o próprio livro que é imenso”.

TEXTO PUBLICADO NA FOLHA DE SÃO PAULO ON LINE:

A literatura de cordel também se rendeu às histórias da princesa Sherazade e ganhou um espaço exclusivo. Um dos cordéis mais procurados foi "As Mil e Uma Noites em Cordel", organizado por Antônio Klévisson Viana exclusivamente para a Bienal. A caixa com oito livretos foi produzida por seis cordelistas cearenses, que mesclaram a tradição nordestina de contar histórias com os personagens da milenar obra-prima árabe.

Os títulos que compõem a caixa são: "O Cachorro Encantado e a Sorte da Megera" (Antônio Klévisson Viana); "O Príncipe da Pérsia e o Cavalo Encantado" (Sávio Pinheiro); "O Crime das Três Maças" (Arievaldo Viana); "O Mercador e o Gênio" (Damásio Paulo); "Aladim e a Lâmpada Maravilhosa" e "Romance de Bernardo e Sara ou a Promessa dos Dois Irmãos" (Evaristo Geraldo da Silva); "História de Ali Babá e os Quarenta Ladrões" e "O Ladrão de Bagdá" (Rouxinol do Rinaré).

Lançamento do Pavão em quadrinhos, na IV Bienal de Fortaleza-CE

OUTRAS FEIRAS

O cordel também tem sido destaque na Bienal de Recife e nas feiras de livros de Brasilia, Tocantins, Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro. Na foto abaixo, um registro de nossa participação na Bienal do Livro de Recife, em 2008.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

MEU 'PADIM' DO JUAZEIRO

PADRE CÍCERO - O SANTO DO POVO




CORDEL DE ARIEVALDO NA FEIRA DE BOLOGNA

A literatura de cordel, descendente brasileira do trovadorismo medieval europeu, conquista seu espaço na 45ª. FEIRA DO LIVRO INFANTIL DE BOLONHA (45th Bologna Children’s Book Fair 2008), o mais importante evento do gênero em todo o mundo.
O livro PADRE CÍCERO – O SANTO DO POVO, do poeta popular ARIEVALDO VIANA, ilustrado com xilogravuras de JOÃO PEDRO NETO e projeto gráfico de ARLENE HOLANDA está presente no catálogo da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil – FNLIJ (Brazilian Section of iBbY), comemorativo dos quarenta anos da Fundação, como um dos livros infanto-juvenis altamente recomendáveis.
PADRE CÍCERO – O SANTO DO POVO é uma publicação das Edições Demócrito Rocha de Fortaleza, editora que vem apostando cada vez mais na poesia popular nordestina. Outros livros do autor, dentro dessa mesma proposta, deverão ser lançados em breve por essa grande editora.
ARIEVALDO tem livros publicados também pelas editoras IMEPH (O PAVÃO MISTERIOSO, A RAPOSA E O CANCÃO – indicado pelo MEC, PNBE 2008 e O BICHO FOLHARAL),  A AMBIÇÃO DE MACBETH E A MALDADE FEMININA (Cortez Editora, PNBE 2009), com ilustrações de JÔ OLIVEIRA, JOÃO DE CALAIS E SUA AMADA CONSTANÇA (Editora FTD) e muitos outros lançamentos programados ainda para este ano de 2011.

Trechos da obra:

Eu vou narrar a história
De um grande brasileiro
Um cearense de fibra
Com fama de milagreiro
Patriarca do sertão
Padre Cícero Romão
O santo de Juazeiro.

É o pastor do romeiro
Nesse sertão nordestino
Conduzir as multidões
Na terra foi seu destino
Sempre mostrou vocação
Já gostava de oração
No seu tempo de menino.

(...)

Com grande facilidade
Atraía as multidões
Que vinham diariamente
Dos mais longínquos rincões
Alguns traziam presentes
Outros traziam doentes
Para escutar seus sermões.

Terminadas as orações
O padre distribuía
Com pobres e maltrapilhos
Parte do que recebia
Praticando a caridade
A sua amada cidade
Rapidamente crescia.

(...)

Embora não seja santo
Perante a Cúria Romana,
O povo diz que ele é,
E seu poder inda emana.
Pois não é ditado novo:
Dizem que a voz do povo
É de Deus e não se engana.

Romeiros chegam a pé
De carro ou de avião
No túmulo do Padre Cícero
Fazem a sua oração
Visitam seu monumento
Pedindo a todo momento
Sua bênção e proteção.


Quem é ARIEVALDO VIANA

ARIEVALDO VIANA nasceu no Sertão Central do Ceará e foi alfabetizado por sua avó Alzira de Sousa Lima, em 1974, com o valioso auxílio dos folhetinhos de feira, hoje conhecidos como Literatura de Cordel. Desde criança exercita sua verve poética, tendo recebido a princípio, as benéficas influências dos mestres Leandro Gomes de Barros e José Pacheco, dois pilares da poesia popular nordestina. Refletindo sobre a experiência vivenciada ao lado de sua avó, criou o Projeto Acorda Cordel na Sala de Aula, que utiliza essa rica manifestação na educação de crianças, jovens e adultos.
É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel - ABLC, onde ocupa a cadeira de nº 40. Tem mais de 100 folhetos já publicados e é autor de vários livros, dentre os quais destacam-se: O Baú da Gaitice (crônicas e anedotas), São Francisco de Canindé na Literatura de Cordel (ensaio), Acorda Cordel na Sala de Aula (didático), A Raposa e o Cancão (cordel infanto-juvenil ilustrado por Arlene Holanda), Dona Baratinha e seu casório atrapalhado, O Pavão Misterioso (cordel ilustrado, em parceria com o cartunista Jô Oliveira), além da HQ A Moça que Namorou com o Bode, em parceria com Klévisson Viana.

QUER ADQUIRIR OS LIVROS DE ARIEVALDO VIANA?
Informações:  acordacordel@ig.com.br

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Centenário de Juazeiro em Cordel

Por: SALETE MARIA


JUAZEIRO FAZ CEM ANOS,
E A LUTA CONTINUA!

Meu Juazeiro querido
- coração do Cariri! -
Nunca serás esquecido
Pois sinto falta de ti
E agora, nos teus cem anos,
Eu tava fazendo planos
De me encontrar por aí

Porém não estou podendo
- e ficarei na vontade! -
Com meu coração sofrendo
- bem roxinho de saudade! -
Mas te faço, com fervor,
U'a declaração de amor:
Ó benedita cidade!

Pois justo agora que estou
Em missão estudantil
Minha saúde falhou
E um probleminha surgiu
Mas isto é coisa da vida
Deus cura toda ferida
Que Ele não consentiu

E mesmo com tudo isso
Não poderia deixar
De honrar o compromisso
De te homenagear
Nesta data especial
- Teu centenário natal! -
Que todos vão celebrar

E o faço ao meu estilo
Nestas estrofes rimadas
Onde sem qualquer vacilo
Te chamo terra encantada
E registro com paixão
O que há sobre teu chão
Sem tentar esconder nada


Com a bênção do Patriarca
- e da Beata Maria! -
Pois sei que a rima é parca
Para celebrar teu dia:
Te desejo muita sorte
Meu Juazeiro do Norte
Terra de fé e euforia!

(...)

Ver o texto integral em:

CENTENÁRIO DE JUAZEIRO

DO BLOG CONVERSAS DO SERTÃO
Reproduzimos um excelente documentário sobre o Padre Cícero Romão Batista, considerado o fundador de Juazeiro do Norte, a maior cidade do Cariri cearense.

Documentário curta-metragem sobre o Padre Cícero - O patriarca de Juazeiro



Viva meu padim, Viva meu Padim, viva meu padim Ciço Romão...

* * *

Romeiros festejam Centenário


Missa pelos 77 anos de morte do "Padim" e a restauração da estátua marcam os 100 anos de Juazeiro do Norte
Juazeiro do Norte Hoje o dia é de louvor. Na terra do "Padim", a celebração se inicia às 6 horas com missa dos 77 anos de morte do Padre Cícero Romão Batista. A tradição se repete com a Praça da Capela do Socorro repleta de fiéis. Este ano, com um motivo a mais: o Juazeiro que ele adotou como filho, já que nasceu no Crato, completará, em dois dias, 100 anos. Há dois anos, foram iniciadas as comemorações para o centenário da cidade, com os 100 anos da presença da imprensa, com o combativo "O Rebate". Este jornal teve, em princípio, um caráter libertador, para a tão sonhada independência, num povoado que, em 1909, tinha pouco mais de 15 mil habitantes.

LEIA MATÉRIA COMPLETA NO DIARIO DO NORDESTE DE HOJE:
Link: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1013628

segunda-feira, 18 de julho de 2011

NORDESTE 21 DE CARA NOVA


Depois de realizar alguns estudos em cores para a capa da nova edição da revista NORDESTE VINTE E UM nossos editores Barros Alves e Bezerrinha acabaram optando mesmo por uma xilogravura que cortei em 2009, numa oficina realizada no Centro Dragão do Mar, orientada pelo gravador Eduardo Eloy.
A nova edição da NE 21 comemora o centenário de Juazeiro do Norte, considerado o maior milagre do Padim Ciço. Nesta edição há também textos de Barros Alves e Blanchard Girão (in memórian) comemorativos dos 12 anos de lançamento do meu livro de estréia, O BAÚ DA GAIATICE.

A partir de amanhã, a revista já estará nas bancas!

Estudo em cores, para a mesma capa.

* * *
Contato com o ilustrador/Xilogravador Arievaldo Viana:

CORDEL BÍBLICO

Rainha Ester em Cordel (Arievaldo Viana)


Rainha Ester em Literatura de Cordel
(Revista Raízes - Edição n°. 2 - Março 2a. quinzena - 2008 - Adar Beit – 5768)

Por: David Salgado

Quem poderia imaginar a história de Purim contada em prosa e verso na literatura de cordel do nordeste brasileiro? Essa realmente me pegou de surpresa. Mas o que é em realidade a literatura de cordel. O velho Aurélio diz o seguinte: Romanceiro popular nordestino, em grande parte contido em folhetos pobremente impressos e expostos à venda pendurados em cordel, nas feiras e mercados. (Dicionário Aurélio Buarque de Holanda).
Trazida pelos portugueses que aportavam por volta de 1850 em terras tropicais, com o passar dos anos, essa literatura foi aos poucos se afirmando especialmente pelo seu baixo custo e hoje é encontrada praticamente em estados do nordeste como Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraíba e Bahia. Muitas vezes repleto de um belo tom humorístico e também por retratarem fatos da vida cotidiana da cidade ou da região, a literatura dos livretos pendurados em cordas tipo barbante, daí o nome Literatura de Cordel, contagia a população nordestina e principalmente os turistas que por ali andam. Os principais assuntos retratados nos livretos são: festas, política, secas, disputas, brigas, milagres, vida dos cangaceiros, atos de heroísmo, milagres, morte de personalidades, etc.
Pensando melhor, se formos parar pra pensar realmente, a história da Rainha Esther é sem dúvida um belo tema para um bom poeta da literatura de cordel desenvolver. Ela foi uma heroína do povo judeu, com coragem e muita determinação enfrentou a possível morte ao apresentar-se diante do Rei sem ter sido autorizada com o único intuito de salvar o seu povo do decreto perverso do ministro Haman.
Acrescentaria ainda um outro ponto importante. Talvez por sua conotação de salvação e pela facilidade de identificação com os exilados que viviam na antiga Pérsia, Purim e sobretudo o jejum de Esther, foram enormemente populares entre os Bnei Anussim. Não há dúvida que os conversos ibéricos viram Esther como a salvadora do povo judeu. Vale lembrar que a rainha Esther conseguiu ajudar seu povo justamente quando este se encontrava na clasdestinidade, ocultando sua própria identidade judaica. O que em outros contextos poderia apresentar um desafio à normatividade judaica, exatamente o fato de sua clandestinidade é que despertou nos Bnei Anussim, um alto grau de identificação com esta Festa.
No Ha-Lapid número 109 de 1942, o jornal organizado e elaborado para os então descobertos criptojudeus nas montanhas do norte de Portugal pelo idealizador da Obra do Resgate, Capitão Arthur Carlos de Barros Basto, encontramos um artigo de autoria de José A. Pereira Gabriel no qual ele escreve: “Sejamos como Mordechai; não tenhamos receio de nos dizermos judeus, pois a nossa lei, o nosso ideal, é de todos o mais perfeito, e o que moralmente a todos se impõe. Não tenhamos receio de divulgar a nossa (melhor que todas as outras) crença religiosa... isto é admirável!”.
Exatamente por isso a Festa de Purim é sem dúvida uma das mais conhecidas e preservadas pelos Bnei Anussim durante séculos.
Mas o que faria uma poeta de literatura de cordel se interessar por essa história e como ele a conhecia?
O despertar dos Bnei Anussim pelo mundo é um fato consumado hoje em dia. No Brasil, e principalmente no nordeste, historiadores e pesquisadores afirmam que a presença de seus descentes é numerosa já que um percentual respeitável dos brancos portugueses que vieram para colonizar o país eram cristãos-novos que escondiam sua verdadeira fé, eram portanto, criptojudeus. Seus descendentes estão por aí e com certeza muitos deles enraizados como trovadores, compositores e poetas da literatura de cordel. Assim, já estou mais tranqüilo e na verdade não tão surpreso de encontrar a História da Rainha Esther em Literatura de Cordel.






E com vocês... a “História da Rainha Ester” do Poeta da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, Arievaldo Viana Lima.
http://www.ablc.com.br/popups/cordeldavez/cordeldavez008.htm

Supremo Ser Incriado
Santo Deus Onipotente
Manda teus raios de luz
Ilumina a minha mente
Para transformar em versos
Uma história comovente.

Falo da vida de Ester
Que na Bíblia está descrita
Era uma judia virtuosa
E extremamente bonita
Por obra e graça divina
Teve venturosa dita.

Foi durante o cativeiro
Do grande povo Judeu
Um rei chamado Assuero
Naqueles tempos viveu
E com o nome de Xerxes
Na História apareceu.

O rei Assuero tinha
Pelo costume pagão
Um harém com muitas musas
As mais belas da nação
Mas era a rainha Vasti
Dona do seu coração...

Os interessados na continuação por favor acessem:

NOVOS FOLHETOS



A Tupynanquim Editora acaba de lançar tres novos títulos no mercado. São folhetos de Bule-Bule, José Barbosa e da dupla Evaristo Geraldo/Pinto de Ouro. Como sempre, as capas de Klévisson Viana se sobressaem por sua beleza. Serão sucesso, com certeza.

domingo, 17 de julho de 2011

COISA QUE VALE A PENA

UMA HOMENAGEM


Do blog "VILA CAMPOS ON LINE" pescamos essa excelente postagem, sobre um camelô e folheteiro que trabalha em Canindé.

Antonio Alves Pereira, o Antonio da Carroça, é uma das personagens mais populares do meio urbano canindeense. Sua carrocinha de bijuterias é a mais conhecida e mais enfeitada de tantas que trafegam pelas ruas da cidade. Melhor dizendo, é a pioneira, pois foi ele o primeiro a ter a ideia de botar sobre duas pequenas rodas de bicicleta, o seu comércio ambulante. Onde quer que se ache um caminhão de romeiros em Canindé, o Antonio da Carroça se diz presente. Sexagenário aposentado, nem por isto abandou sua atividade de camelô, tradição que herdou de seu pai, que por sua vez foi o maior vendedor de folhetos de cordel da cidade. Costumava ir a Juazeiro do Norte para de lá trazer pacotes de folhetos adquiridos nas velhas tipografias, como a Lira Nordestina. Na minha meninice, fui seu cliente fiel. O filho deu sequência honrada à tradição do pai.
Cadê a CDL de Canindé que não homenageia o Antonio da Carroça?!
* * *
Eu, particularmente, acho que o nosso TÕE DA CARROÇA merece o TROFÉU CHICO BUNACO, a mais legítima comenda já criada em Canindé:

Leitor, é chegado o tempo
De cultivar a verdade
De combater a mentira
O engodo e a falsidade
Para não causar espanto
Vamos começar, portanto
Aqui por nossa cidade.


Canindé há muito tempo
Vive rendendo homenagem
A certos vultos, os quais
Têm somente pabulagem
Deixam de lado pessoas
Humildes, mas muito boas
Nas quais eu vejo vantagem.


Se é para dar um troféu
Aos vultos de Canindé
Eu vou dizer nesta lista
Cada um deles quem é
Suas obras, seus valores
Verdadeiros benfeitores
Nesta Cidade da Fé.


É mesmo um troféu porreta
Pra quem não é puxa-saco
Entregue sem cerimônia
Sem coquetel, sem bisaco
Sem trajes de ocasião
Vamos entregar então
O Troféu Chico Bunaco.


(...)


      Como bom divulgador
Da Literatura nossa
Fazendo o Cordel chegar
Aos estudantes da roça
Sem ganância nem cobiça
O Troféu vai com justiça
É para o Tõe da Carroça



Em nome dos camelôs
Essa classe desigual
Homenageamos Tõe
De maneira especial
Vende por preços honrosos
Artigos religiosos
E ofídios em geral...


No passado ele trazia
Folhetos de Juazeiro
Da gráfica de Zé Bernardo
Também vendeu da Luzeiro
Humilde, sem pabulagem
Vai aqui nossa homenagem
Pra nosso Tõe  folheteiro.


P.S.  Essa homenagem foi escrita no dia 11 de dezembro de 2005. O Tõe, dentre as muitas mercadorias que comercializa, vende umas cobrinhas de borracha que são ótimas para fazer medo a menino. kkkk

Tõe é amigo do não menos louvável NELZINHO LOURENÇO, notável guardião dos LP's de NOCA DO ACORDEON. Êta Canindé véi de açúcar...